"Já fui um cervejólatra, hoje sou um cervejólogo"

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14 anos 3 meses atrás #19207 por Pedro Fraga
Serviram na própria taça da Wäls.

Mas com base no preço do Falke Monasterium que rolou lá semana retrasada (R$12,90), a Wals está realmente cobrando muito caro.

Infelizmente, acho que não vou nem provar o Tripel e o Quadrupel.
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14 anos 3 meses atrás #19208 por Jean Chris
Poxa, o tópico tá bombando! É assim que eu gosto! Gastei meia hora para ler a pag 2,3 e 4.

Vi razão e concordância em tudo o que está sendo discutido aqui e acho que isso contribui para melhorar e acrescentar nossos pontos de vista e de certa forma convergir alguns pontos muito divergentes.

Ontem eu passei o dia em um churrasco com ótimas companhias e tomando um chopp da Germânia que "harmonizou" muito bem com um certo solzinho que fez aqui em minha cidade. Em poucas pessoas tomamos 50 litros de chopp de 12 as 19hs. Não "beervangeelizei" ninguém, muito pelo contrário, o pesoal falava de um tal lugar aqui onde estavam vendendo cervejas importadas a 20, 30, 40,... Um absurdo ! Ah, todo mundo já tinha votado, viu? Só não bebemos mais porque não podiam vender mais.
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14 anos 3 meses atrás #19209 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:
David Brun escreveu:

Marcussi, para vc não existe então um jeito de beber melhor? É tudo igual?

Não, passa longe de ser "tudo igual". Mas não sei se existe um "melhor" e um "pior", David. Para mim, há jeitos diferentes de se consumir cerveja, mas não sei se jeitos melhores e piores em absoluto. Diversidade não implica hierarquia - e para mim esse é o espírito de uma cultura cervejeira sadia.

Acho que o pessoal já pontuou bem que nem sempre quem bebe cervejas de vários estilos e mais caras bebe em menor quantidade do que aqueles que bebem American lagers industriais. Gastam mais dinheiro, sem dúvida, mas nem sempre bebem menos. Conheço muita gente que trinca o caco com cervejas caras e muita gente que bebe American lagers moderadamente. As situações são muito variadas para se generalizar, na minha opinião.

E digo que "beber melhor" e "beber pior" são avaliações extremamente subjetivas. Vou pegar o gancho do seu exemplo e falar sobre as últimas vezes em que bebi R$ 30 em Brahma e em Rochefort 10. Veja, trata-se de um exemplo extremo e retórico, pois a maioria das situações se situa num ponto intermediário. A última vez em que tomei um porre de Brahma, eu estava com os amigos da facu num snooker bar (que nem existe mais, por sinal) perto da faculdade numa sexta à noite. Era fim de semestre e a turma saiu para descontrair, jogar uma sinuca, comer alguma coisa e beber uma breja. Talvez tenha sido a última reunião dessa galera no bar, já no último ano da facu, e tenho excelentes memórias dessa noite. Já minha última Rochefort 10 foi bebida num final de tarde após um dia estressante de trabalho, acompanhando uma conversa bem mais curta antes de eu voltar para casa. Qual das duas situações foi mais significativa e positiva para mim e para a minha vida? Não tenho dúvida: o porre de Brahma. Vc poderá dizer: ah, mas foi a situação, e não a cerveja, que fez com que a noite fosse melhor. Exato. Mas a questão é: será que a mesma situação teria existido se tivéssemos bebido Rochefort 10 em vez de Brahma? Duvido muito.

Uma coisa é falar em cervejas de maior ou menor qualidade. Estou convencido de que uma Rochefort 10 é uma cerveja de maior qualidade em comparação com uma Brahma, e isso pode ser aferido por uma série de critérios objetivos, como concentrações de substâncias como ácido caprílico, dimetil-sulfeto, mercaptano e todas essas que um degustador sabe reconhecer objetivamente (sem precisar nem ler o rótulo). Mas não precisamos chegar tão longe: uma Eisenbahn Pilsen custa quase 10% da Rochefort 10 e também é uma cerveja com um padrão de qualidade objetivamente superior à Brahma. Ou seja, cervejas melhores e piores são um dado objetivo. Outra coisa, muito diferente, é falar em formas melhores ou piores de consumir cerveja, seja quais forem. Aí, nesse caso, acho que os critérios objetivos são enganosos.

Portanto, respondendo sucintamente à sua pergunta: acho que, salvo em situações patológicas (como o alcoolismo e compulsões semelhantes - que, de resto, podem também afetar os bebedores de cervejas caras), não existem formas intrinsecamente "melhores" ou "piores" de se consumir cerveja. Por isso acho prepotente a presunção de que nós devemos "ensinar" as pessoas a beber melhor. O que nós podemos fazer é mostrar um pouco do que existe para aquelas pessoas que, por si mesmas, chegaram à disposição de beber variedade e qualidade.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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14 anos 3 meses atrás #19211 por Pedro Fraga
Respondido por Pedro Fraga no tópico Re:
Uma salva de palmas, Marcussi :)
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14 anos 3 meses atrás #19215 por Aguinaldo Palacio
Sou obrigado a concordar com o Marcussi.

Cerveja boa ou ruim é muito relativo.
As vezes eu penso que as pessoas comparam cerjevas de estilos totalmente diferentes.Acho que nunca se deve comparar uma Skol ou Brahma ou uma belga ou mesmo uma Colorado ou Baden Baden(que dirá com uma trapista), mas todas tem suas qualidades e defeitos, como já citei em outro tópico, as vezes até Skol fica "boa" dependendo da galera que está com vc.
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14 anos 3 meses atrás #19219 por Marcio Rossi
Respondido por Marcio Rossi no tópico Re:
Alexandre Marcussi escreveu:

(...)Por isso acho prepotente a presunção de que nós devemos "ensinar" as pessoas a beber melhor. O que nós podemos fazer é mostrar um pouco do que existe para aquelas pessoas que, por si mesmas, chegaram à disposição de beber variedade e qualidade.


Resumiu a questão magistralmente.

Pode ser uma coisa legal apresentar essa variedade à pessoas que eventualmente não saibam que ela exista ou não tenham se interessado na experiência. A partir daí, cada um escolhe seu caminho.

Meu cunhado gosta de Brahma e Bohemia. Qdo ele vai lá em casa, eu compro pra ele. Ele sempre experimenta um ou outro estilo diferente que eu tenha, mas ele gosta mesmo é dessas.

Outro dia fui a casa dele, ele tinha comprado um barrilzinho de heineken, queria gelar pra tomar comigo... Acho que respeito é isso, entender que pessoas diferentes possuem opiniões diferentes e válidas sobre a mesma coisa, acolher essa diferença e permitir que a cerveja continue unindo pessoas em torno de um copo e boa companhia, importando mais esta que esse.
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