"Já fui um cervejólatra, hoje sou um cervejólogo"

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14 anos 3 meses atrás #19136 por Daniel Marques
"Se o Marcio é um cervejólatra, eu sou um aspirante a apreciador amador mirim... :woohoo:" 2
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14 anos 3 meses atrás #19139 por João Gabriel Margutti Amstalden
Eu me considero apenas um amante das brejas, não sou entendendor de nada, mas tenho sim muito interesse em ouvir e aprender mais!

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14 anos 3 meses atrás #19143 por Alexandre Almeida Marcussi
Não me considero um cervejólogo, e nem tampouco um cervejólatra. Prefiro me ver como um apreciador interessado e envolvido com o universo das cervejas. Minha postura é, sempre que possível, evitar mistificar aquilo que, na minha opinião, deveria ser mais um daqueles prazeres simples da vida: nem objeto de adoração, e nem pretexto para soberba.

A cada dia que passa, tenho visto menos valor e importância em coisas como "cervangelização" e outros rótulos que presspõem uma divisão dos aprenciadores de cerveja entre os "mais qualificados" e os "menos qualificados". Inclusive tenho aprendido a levar mais a sério a opinião sobre cerveja (frequentemente genuína) de pessoas que às vezes não têm sequer um vislumbre da maravilhosa diversidade de sabores que a cerveja pode nos apresentar.

Depois que vc se apaixona pelos encantos da cerveja, querer conhecer mais, beber mais e melhor, deixar-se enlevar pelos prazeres sensuais desse mundo, isso tudo é natural e positivo. Mas acho que existe um ponto em que esse enlevo e esse envolvimento afetivo (plenamente válido) pode se transformar em algo negativo sem que nos apercebamos disso, e procuro sempre ficar atento para não cruzar essa fronteira com muita frequência.

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Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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14 anos 3 meses atrás #19144 por David Brun
Respondido por David Brun no tópico Re:
Alexandre Marcussi escreveu:

A cada dia que passa, tenho visto menos valor e importância em coisas como "cervangelização" e outros rótulos que presspõem uma divisão dos aprenciadores de cerveja entre os "mais qualificados" e os "menos qualificados". Inclusive tenho aprendido a levar mais a sério a opinião sobre cerveja (frequentemente genuína) de pessoas que às vezes não têm sequer um vislumbre da maravilhosa diversidade de sabores que a cerveja pode nos apresentar.


Eu não vejo a "cervangelização" como uma maneira de rotular e separar "mais" e "menos" qualificados, mas sim como uma maneira de mostrar, para quem não sabe, que há um mundo de possibilidades com uma bebida que eles por si sós já gostam. E que com isso vêm outras vantagens.
Não gosto de ser cervochato e sei ouvir e aceitar a opinião dessas pessoas citadas que não têm conhecimento do maravilhoso e diverso mundo das cervejas. Mas também procuro, quando vejo que a pessoa se interessa, ensinar o pouco que sei. Não sei por que essa mania entre várias pessoas que conhecem de cerveja de achar também que "beerevangelização" é elitizar a cerveja... MUITO PELO CONTRÁRIO, é compartilhar o conhecimento com pessoas que estão interessadas no assunto, para, dessa maneira, a cerveja que todos nós gostarmos quem sabe não seja tão dificil de achar, tão cara de comprar, e as pessoas comecem a beber menos e melhor.
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14 anos 3 meses atrás #19146 por João Gabriel Margutti Amstalden
Eu concordo com o David e com o Alexandre, e entendi os dois. O alerta que o Marcussi fez é muito importante, existe um limite pra tudo, tem gente que acaba esquecendo de ver beleza em sentar num boteco simples com os amigos e simplesmente tomar cerveja, seja ela qual for.

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14 anos 3 meses atrás #19147 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:
David Brun escreveu:

Não sei por que essa mania entre várias pessoas que conhecem de cerveja de achar também que "beerevangelização" é elitizar a cerveja...

Não é mania, David. Só acho que algumas pessoas levam a "evangelização" muito ao pé da letra, e acham que são portadoras de alguma espécie de "boa nova" que devem levar aos "infiéis", fazendo-os finalmente sair das trevas e "ver a luz". E o que mais me preocupa é que essa "catequização" muitas vezes vem acompanhada de uma correspondente "demonização" daquelas cervejas mais simples, de todo dia, que também têm sua hora, seu momento e seu valor.

Se a ideia é simplesmente compartilhar a diversidade de sensações de forma aberta, estou contigo. O problema é quando isso se transforma em uma mistificação (risco já acenado pela metáfora religiosa) e vira instrumento para classificar produtos, gostos e pessoas.

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