Problemas com cerveja belga

Eduardo Guimarães escreveu:

Luis, não descarte a possibilidade do problema estar relacionado ao armazenamento em solo brasileiro. Eu já vi coisas absurdas, seja em supermercados ou até mesmo em lojas especializadas: cervejas com as garrafas quase pegando fogo por estarem ao lado de lâmpadas amarelas, cervejas recebendo luz o dia inteiro por estarem ao lado de lâmpadas brancas, armazenamento de garrafas deitadas, exposição de garrafas na parte de fora da loja com sol a pino batendo o dia todo, garrafas que ficam ao lado de aparelhos de ar condicionado (e, por isso, expostas à variação muito grande de temperatura já que gelam durante o dia e, com o ar condicionado desligado, voltam a esquentar ao longo da noite), cervejas da cadeia gelada (como a Júpiter) expostas fora da refrigeração e por aí vai... e olha que eu estou falando só daquilo que eu já vi; nem citei problemas lá dentro do estoque.
Ano passado tomei várias belgas e trapistas e não tive problemas. Quando desconfio de alguma coisa, eu entro em sites como Ratebeer ou Beeradvocate para ver avaliações e degustações dos europeus que bebem essas brejas in loco e sem que elas tenham passado por um translado maior.

Além disso acredito que a grande maioria das cervejas importadas venha para o Brasil em contêineres. Desta feita imaginemos o quanto deve aumentar a temperatura em seu interior, no verão, e o longo tempo de exposição durante a travessia de navio (frete mais barato). Não bastasse isso o tempo até a liberação das cargas nos portos brasileiros também é considerável. Fazendo um comparativo, importadoras de vinhos mais sofisticados trazem os produtos em cadeia refrigerada, seja em navio ou avião.

Tuiuan Almeida Veloso escreveu:

Eduardo Guimarães escreveu:

Luis, não descarte a possibilidade do problema estar relacionado ao armazenamento em solo brasileiro. Eu já vi coisas absurdas, seja em supermercados ou até mesmo em lojas especializadas: cervejas com as garrafas quase pegando fogo por estarem ao lado de lâmpadas amarelas, cervejas recebendo luz o dia inteiro por estarem ao lado de lâmpadas brancas, armazenamento de garrafas deitadas, exposição de garrafas na parte de fora da loja com sol a pino batendo o dia todo, garrafas que ficam ao lado de aparelhos de ar condicionado (e, por isso, expostas à variação muito grande de temperatura já que gelam durante o dia e, com o ar condicionado desligado, voltam a esquentar ao longo da noite), cervejas da cadeia gelada (como a Júpiter) expostas fora da refrigeração e por aí vai... e olha que eu estou falando só daquilo que eu já vi; nem citei problemas lá dentro do estoque.
Ano passado tomei várias belgas e trapistas e não tive problemas. Quando desconfio de alguma coisa, eu entro em sites como Ratebeer ou Beeradvocate para ver avaliações e degustações dos europeus que bebem essas brejas in loco e sem que elas tenham passado por um translado maior.

Acho que você falou certo. Luís, você compra normalmente de um mesmo lugar? Já experimentou pegar lotes diferentes? Olhar em sites especializados algum relato de problema com lote x?

Meses atrás eu peguei uma Ola Dubh 18 que tava extremamente comprometida. Fiquei muito puto, porque é uma cerveja muito cara e reclamei, peguei outra garrafa e estava normal(espetacular). A diferença provavelmente se deu no armazenamento

Sim, compro do mesmo lugar e o estoque deles é bem organizado, arejado. Ótima loja. A 3ª maior do Brasil.
A cerveja não estava estragada, só um pouco apagada no aroma e sabor. Estava levemente frutada mas com carbonatação muito menor que o normal. Era uma Westmalle do nível de uma Leffe blond, ou seja, sem nada demais. Comum. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Por isso resolvi escrever aqui.
Há certa possibilidade de o problema ter sido ocasionado no transporte para cá. Concordo.
Poderiam utilizar contêineres refrigerados. O único problema é que o valor final seria proibitivo. Até porque os impostos já nos arrebentam o bolso.

Já tive Westmalles que me faziam virar os olhinhos para trás de tão gostosas, explodindo de carbonatação, amanteigadas; outras como as de ontem, sem brilho e ainda outras só com a presença de lúpulo, sem frutado algum. Estranho. Não sei até que ponto, só o transporte em si, poderia comprometer tanto a cerveja. Por isso cheguei a desconfiar até das cervejarias.
Na verdade, não podemos afirmar que a culpa é da cervejaria. Apenas desconfianças.
Agora, esse blá blá blá de que trapista é para manter monastério com as vendas é papo furado. Eles vendem muito.

Gustavo Silva escreveu: O problema não é com todas as cervejas. Já tomei algumas da Rochefort que estavam com menos aroma que o normal. Isso é comum devido ao tratamento grotesco que as garrafas recebem pelas transportadoras.

Acho que não é certo já atribuir a culpa nas cervejarias e falar que só pensam em lucrar em tudo quando não se conhece a mesma.

Gustavo, esses monges estão endinheirados. Andam todos de limousine. Tudo safado.
Esses monges da Westvleteren já estão abrindo as pernas também. Já vão aumentar a produção para atender supermercados europeus logo logo. Eles têm o direito de ganharem dinheiro. Só questiono essa teoria de rígido controle, ordem cirticiense de estrita observância não sei lá do quê. Tudo blá blá blá. No final das contas é tudo a mesma coisa.

Não estou querendo desmerecer as cervejas. Até porque já bebi ótimos exemplares de Achel, Rochefort, Chimay blue, Westmalle mesmo. Só acho que tem muita política e enganação nisso.

Porque a St. Bernardus perdeu o selo trapista? Ninguém explica. Não há transparência.
A Val Dieu quase ganhou o selinho. Já tive a oportunidade de beber ótimos exemplares da tripel deles. Mas a maioria estava apagada também. Do nível da Leffe blond, razoável, levemente frutada.

A Leffe é uma cerveja mais acessível, e vale a pena! Não tem nada demais e é gostosinha mesmo assim. E sempre cumpre o que propõe. Complicado é vc pagar caro por uma cerveja e não vir o resultado esperado.

Luis Machado escreveu: Porque a St. Bernardus perdeu o selo trapista? Ninguém explica. Não há transparência.

Cara, na verdade há uma certa transparência no selo, sim. Na época em que a Westvleteren terceirizava sua produção na fábrica da St. Bernardus, não havia regras para a utilização do selo, e apenas as Westvleteren saíam de lá com o selo. Os rótulos da St. Bernardus nunca tiveram selo trapista. O selo trapista não é um selo de qualidade; é um selo de origem. Significa que a cerveja é produzida num monastério cirterciense trapista, sob supervisão dos monges, com lucros revertidos para a abadia e caridade. Só isso. Não implica estilo, não implica qualidade, nada.

Existem mil fatores que determinam a qualidade da sua experiência com a cerveja. Quanto à questão do "perlage" de bolhas subindo do fundo da taça, vai depender muito mais da taça do que da cerveja em si. As bolhas se formam quando a carbonatação da cerveja é liberada por alguma ranhura ou irregularidade, seja no vidro, seja em partículas de poeira suspensas no líquido. Existem taças especiais que recebem uma inscrição a laser no fundo para facilitar a liberação dessas bolhinhas, mas isso não muda essencialmente a cerveja do ponto de vista sensorial. Certifique-se de que você não bebeu nessas taças pela primeira vez. Você não vai conseguir o mesmo efeito num copo de requeijão. E preste atenção às variações causadas pelo tempo transcorrido desde o envase e pelas condições de armazenamento da sua cerveja. Observe se a sua cerveja está perto do vencimento, o que prejudica estilos de boa lupulagem como a Westmalle Tripel.