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Alexandre Almeida Marcussi escreveu:
Luis Machado escreveu: Porque a St. Bernardus perdeu o selo trapista? Ninguém explica. Não há transparência.
Cara, na verdade há uma certa transparência no selo, sim. Na época em que a Westvleteren terceirizava sua produção na fábrica da St. Bernardus, não havia regras para a utilização do selo, e apenas as Westvleteren saíam de lá com o selo. Os rótulos da St. Bernardus nunca tiveram selo trapista. O selo trapista não é um selo de qualidade; é um selo de origem. Significa que a cerveja é produzida num monastério cirterciense trapista, sob supervisão dos monges, com lucros revertidos para a abadia e caridade. Só isso. Não implica estilo, não implica qualidade, nada.
Existem mil fatores que determinam a qualidade da sua experiência com a cerveja. Quanto à questão do "perlage" de bolhas subindo do fundo da taça, vai depender muito mais da taça do que da cerveja em si. As bolhas se formam quando a carbonatação da cerveja é liberada por alguma ranhura ou irregularidade, seja no vidro, seja em partículas de poeira suspensas no líquido. Existem taças especiais que recebem uma inscrição a laser no fundo para facilitar a liberação dessas bolhinhas, mas isso não muda essencialmente a cerveja do ponto de vista sensorial. Certifique-se de que você não bebeu nessas taças pela primeira vez. Você não vai conseguir o mesmo efeito num copo de requeijão. E preste atenção às variações causadas pelo tempo transcorrido desde o envase e pelas condições de armazenamento da sua cerveja. Observe se a sua cerveja está perto do vencimento, o que prejudica estilos de boa lupulagem como a Westmalle Tripel.
Luis Machado escreveu: A degustação foi feita com uma garrafa seguida da outra na mesma taça. Não sei se essa perlage teve influência ou foi mera coincidência, como citado acima pelo Alexandre. Mas observei esses pequenos detalhes nas comparações.
Alexandre Almeida Marcussi escreveu:
Luis Machado escreveu: A degustação foi feita com uma garrafa seguida da outra na mesma taça. Não sei se essa perlage teve influência ou foi mera coincidência, como citado acima pelo Alexandre. Mas observei esses pequenos detalhes nas comparações.
Luís, você tem razão ao dizer que a refermentação na garrafa pode ocasionar pequenas diferenças de uma garrafinha para a outra. Mas os grandes vilões são, como sempre no caso da cerveja, o transporte, o acondicionamento e o tempo. E aí são variáveis difíceis para o consumidor ponderar com clareza.
Quanto ao perlage, pensei que ele pode talvez ser indicativo de alguma coisa, sim. Da seguinte maneira: como sabemos, a tampinha de metal ocasiona uma levíssima perda de carbonatação com o tempo. Quando uma garrafa tem carbonatação mais vigorosa que outra do mesmo rótulo, isso é indicativo possível de que ela tem menos tempo desde o envase e/ou de que ela chacoalhou menos da fábrica até o seu copo, e isso vai impactar de forma positiva a cerveja. Mas, também, pode ser indicativo de outra coisa. Você disse que tomou as duas cervejas na sequência, no mesmo copo, certo? Isso significa que, quando você serviu a segunda, o copo já não estava mais tão limpo como da primeira vez, certo? Isso naturalmente propicia maior formação de bolhas.
Enfim, a gente segue degustando em busca da cerveja em sua forma ideal!
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