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Concordo com praticamente tudo que o Marcussi disse, a parte do pó de ouro então, foi a cereja do sundae! Contudo, o problema, a meu ver, não se limita ao preço iníqüo: o busílis é que muita gente, apasar do preço salgadíssimo, vai comprar a São Sebá, a dubbel mais cara do Brasil e isso sinaliza pra Schin que o preço foi aceito pelo mercado. Se vc cobra um preço assustador e mesmo assim as pessoas pagam, p q diabos vc vai se preocupar em cobrar um preço decente?
O que quero dizer é o seguinte: não adianta a gente reclamar aqui, os atos têm que seguir o discurso, quem acha o preço absurdo deveria se abster de comprar a cerveja. Do mesmo jeito que não comprei a Black Rapadura, não pretendo comprar a São Sebá ou nenhuma outra cerveja nacional que custe muito mais caro que as já caríssimas importadas.
No caso da Black Rapadura ainda teve uma série de "atenuantes": o atraso da burocracia do MAPA, o rótulo feito pelo Randy Moscher, a cera importada do lacre, os maltes ultra-mega-caros utilizados etc; qual a desculpa da São Sebá pra custar os 3 olhos do corpo?
qual a desculpa da São Sebá pra custar os 3 olhos do corpo?
Mauro, apesar de eu ser dessa opinião de que a Biertruppe Vintage é uma das melhores cervejas já feitas no Brasil, acredito ser falaciosa a comparação baseada unicamente na qualidade percebida. O preço de uma cerveja não deveria ser proporcional à qualidade percebida dela. Deve ser proporcional aos custos de produção. Alguns motivos que fizeram com que a Bietruppe Vintage tivesse um altíssimo custo de produção foram a aquisição de barris de carvalho, a maturação muito estendida (100 dias só dentro do barril) e o atraso burocrático para vender. Ou seja, ela já teve um preço alto por conta desses fatores. E a São Sebá??? Levou ouro em pó na receita?
É como tentar comparar o preço de cerveja e de vinho. OK, a cerveja pode proporcionar uma experiência de paladar comparável à do vinho em termos de qualidade? Sim, pode. Mas deveria custar tanto quanto? Não, nunca, porque os custos de produção de um vinho são muito mais altos, devido às particularidades do processo e das matérias-primas.
Em parte, é essa ideia da equiparação entre custo e qualidade o que legitima essa escalada indecente dos preços num momento em que o mercado em geral começa a atribuir maior qualidade às cervejas. Infelizmente, o colega Tarcísio está certo ao falar em "bolha". Para quem não concorda com isso, resta não nos deixarmos levar pelo "canto da sereia" do luxo e do prestígio, e continuarmos apoiando iniciativas que tratem a cerveja como bem de consumo acessível e não como luxo para ostentar. Com o tempo, algumas cervejarias perceberão que podemos constituir um mercado seguro e estável interessado em qualidade e transparência. Algumas já perceberam isso.
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