Coleção Folha O Mundo da Cerveja

Mais
12 anos 1 mês atrás #42280 por Claudinei  
Fernando, mais um pouco e você me convence a comprar de vez. Foi feita menção às primeiras lagers da história, ou seja, as escuras?

De fato, o que comumente se fala é que os monges da Idade Média foram os responsáveis pela introdução do lúpulo à receita da cerveja, e não esses povos de eras A.C. Mas, sei lá, vai que algum faraó teve a idéia e isso não foi registrado! :)

Esse negócio de pilsen é complicado mesmo. Veja o exemplo em nossa terra, Antarctica, Brahma e afins já utilizavam o termo (sinônimo de cerveja clara de baixa fermentação) muito antes da elaboração dos guias de estilos, dentre eles o notório BJCP. As pale lagers americanas tiveram inspiração nas pilsners tchecas/alemãs, de fato, mas com seu toque regional do uso de adjuntos (milho/arroz) e pouco lúpulo, associado à produção massiva... se deixarmos um pouco de lado os rigores de tais guias de estilos, essa interpretação de "subgrupos de Pilsen" não é de todo incorreta...
Mais
12 anos 1 mês atrás #42281 por Odimi Toge
Fernando me convenceu a procurar uma banca!
Mais
12 anos 1 mês atrás #42284 por fernando pereira frassetto

Claudinei   escreveu: Fernando, mais um pouco e você me convence a comprar de vez. Foi feita menção às primeiras lagers da história, ou seja, as escuras?

De fato, o que comumente se fala é que os monges da Idade Média foram os responsáveis pela introdução do lúpulo à receita da cerveja, e não esses povos de eras A.C. Mas, sei lá, vai que algum faraó teve a idéia e isso não foi registrado! :)

Esse negócio de pilsen é complicado mesmo. Veja o exemplo em nossa terra, Antarctica, Brahma e afins já utilizavam o termo (sinônimo de cerveja clara de baixa fermentação) muito antes da elaboração dos guias de estilos, dentre eles o notório BJCP. As pale lagers americanas tiveram inspiração nas pilsners tchecas/alemãs, de fato, mas com seu toque regional do uso de adjuntos (milho/arroz) e pouco lúpulo, associado à produção massiva... se deixarmos um pouco de lado os rigores de tais guias de estilos, essa interpretação de "subgrupos de Pilsen" não é de todo incorreta...


Claudinei, infelizmente se fala bem pouco da história das Lager, não há menção por exemplo às Lager escuras tchecas, notadamente mais antigas que as Vienna e as Munich Helles. Acho que o autor optou por ser mais sucinto, até porquê os volumes são pequenos, e este ainda divide espaço com um capítulo introdutório.
Também concordo que a interpretação dos subgrupos não é de todo incorreta, o que me incomoda é continuar reforçando essa idéia junto ao público de que essas nacionais de massa são Pilsener. Como explicar para quem está começando por exemplo que a Jever é uma Pilsener, se é tão diferente destes lixos, e ao mesmo tempo está dizendo que o mesmo estilo? O autor cita as variações das Pilsener, tchecas e alemãs, e em certo momento explicita que são diferentes destas SAL, eu só gostaria que ele fosse mais enfático nesta diferenciação.
Enfim, acho que estes problemas não tiram o valor da obra no que ela se propõe.
Mais
12 anos 1 mês atrás #42294 por Carolina Cruz

Paul K escreveu: Simples, qual a principal característica (a primeira coisa que alguém que fica sabendo sobre) de uma witbier? O fato de levarem trigo (Pelo menos 50%?) e em menor escala o fato de levarem especiaria/ervas/cítricos.

Qual a principal característica de uma lambic? Fermentação espontânea, frequentemente adição de frutas, acidez etc. O fato de levar trigo (uns 30% ou menos) não faz parte dessas características principais, não é algo que passa pela cabeça de todo mundo. Se fosse assim eu poderia dizer que a diferença de uma lambic pra outras cervejas normais é fato de utilizarem lúpulo envelhecido por anos. Note que isso é algo importante e fundamental pro resultado final de uma lambic, assim como o trigo, mas não é nem a primeira, nem a segunda, nem a terceira e nem a quarta característica das lambics que as diferenciam das outras cervejas, assim como o trigo. Pelo menos na minha cabeça. Se na sua é diferente, acho que teremos que concordar em discordar.


Em relação à característica principal de cada uma, assim como você, eu jamais denominaria lambic de cerveja de trigo. Mas eu jamais denominaria witbier de cerveja de trigo, enquanto você denominaria. Então quem te garante que quem escreveu não denominaria os dois estilos assim? Observe que o texto se refere aos estilos mais emblemáticos da Bélgica. Observe como o texto, em seguida, descreve esses estilos. Isto é o que acontece quando um texto é ambíguo: cada um deduz uma coisa. A sua conclusão de que o texto se refere às witbiers é só uma dedução, assim como outras pessoas deduzirão que o texto fala das weizenbiers. A única forma de se evitar isso seria usar um nome exclusivo do estilo, já que realmente se trata de um estilo individual.

A witbier leva até 50% (geralmente menos) de trigo e a lambic leva até 40% de trigo. Pelo que entendi agora, você não está mais baseando sua conclusão no uso de trigo, e sim na principal característica da cerveja. Mas você acha as witbiers parecidas com as weizenbier? Acha que estão dentro do mesmo estilo e devem ter o mesmo nome?
Mais
12 anos 1 mês atrás - 12 anos 1 mês atrás #42313 por FiL Crux
Respondido por FiL Crux no tópico Coleção Folha O Mundo da Cerveja

Carolina Cruz escreveu: ...Mas você acha as witbiers parecidas com as weizenbier? Acha que estão dentro do mesmo estilo e devem ter o mesmo nome?


Indagação interessante. E então Paul K, qual seria sua resposta?
Ultima edição: 12 anos 1 mês atrás por FiL Crux.
Mais
12 anos 1 mês atrás #42317 por Alexandre Almeida Marcussi

fernando pereira frassetto escreveu: Notei alguns pequenos erros no texto, mas não prejudicam o entendimento (por exemplo, dizer que egípcios e mesopotâmios colocavam lúpulo na bebida...). O que me incomodou mais foi a insistência do autor em reforçar essa idéia infelizmente disseminada que as cervejas de massa são Pilsen.


Eu acho exatamente o contrário. Quer você queira, quer não, as nossas SAL são, objetivamente, denominadas "pilsen". Essa não é uma "ideia equivocada", é uma realidade estabelecida (ao menos no Brasil). Não adianta dizer que não são, você estará contrariando décadas de prática de mercado. Me parece mais produtivo mostrar as diferenças entre os vários produtos que hoje são chamados de "pilsen".

Agora, erros do tipo afirmar o uso do lúpulo na cerveja na Antiguidade são grosseiros e injustificáveis. Não é uma questão de ponto de vista: esses erros denotam pesquisa e domínio deficientes do assunto, o que compromete a credibilidade da obra como um todo. Assim como eu também acho injustificáveis transcrições e traduções de trechos de outras obras sem indicação de fonte. Não comprei a coleção, mas o pouco que li neste tópico não está me animando muito.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
Tempo para a criação da página:0.497 segundos