Coleção Folha O Mundo da Cerveja

Burrito Ortega escreveu: poderia numa boa denominá-las cervejas de trigo, visto que de fato o são. Agora, teria-se que diferenciá-las na sequencia ou rodapé. Daí a entrar nos interesses excusos insinuados e debatidos via MP são outros 500. estamos falando de google translator, é isso? Ctrl + C Ctrl + V ? com um laranja assinando a coleção? um enólogo brincalhão?
abraços

Realmente, não dá para fazer mto julgamento antes de ver a obra, Burrito. Mas acho que o Carolina quis destacar é que é preciso ter um pouco de juízo crítico antes de sair comprando as obras sobre cerveja só por causa do assunto. Tem coisa muito boa no nosso mercado editorial, mas algumas práticas ainda podem ser encontradas também.

Do meu ponto de vista, se houver sinceridade editorial e cuidado com o conteúdo, a obra não terá problemas. Se houver referência aos materiais consultados e uma descrição clara do que se trata o trabalho (se é um texto traduzido de outro lugar, se é uma coletânea de outros textos, ou se é um trabalho totalmente novo feito pelo autor), não acharia reprovável do ponto de vista editorial.

Mas, a Folha tende a ocultar algumas dessas informações nas coleções que publica como "Coleção Folha X". As coleções passam a impressão que ser algo preparado pela Folha, mas, na verdade, são obras de terceiros publicadas por aqui. Não vejo problema, desde que a origem do material esteja clara. Se estamos buscando um mercado mais rigoroso, devemos ser rigorosos em todos os aspectos que o cercam.

Paul K escreveu: Eu denominaria witbiers como cervejas de trigo, caso fosse escrever um livro. Elas podem ser diferentes das alemãs, mas ainda assim são de trigo. Você não escreveria assim, mas EU não vejo nenhum problema nisso. É verdade que eu não diria que as lambics são cervejas de trigo, mas nunca me passou pela cabeça que alguém faria isso, então a não ser que se prove que estavam se referindo às lambics não vejo problema com essa parte do texto, continuo ser ver erro nenhum ali.

É o que eu disse antes: ainda que você não veja problema, ele existe. Gerou ambiguidade, passou a ideia errada, existe problema. Dependendo do contexto, chamar witbier de cerveja de trigo não ocasiona nada disso. Mas se gera a possibilidade de alguém comprar o volume da Bélgica porque adora Erdinger e Bohemia Weiss, está errado.

Quanto às lambics, eu não tenho como te provar nada, sabe? Até porque eu imagino que a apresentação dos volumes não reflita o conteúdo dos livros. Mas é justamente esse o ponto: não dá para saber, comprovadamente, a que estilo a descrição se refere. Nós, aqui do fórum, sabemos que não é às weizenbiers. Mas quem garante que o texto está falando de witbier, e não de lambic? Como você me prova isso?

Juntando as duas coisas, eu te pergunto: você disse que as witbiers podem ser chamadas de "cervejas de trigo" unicamente com base no fato de serem feitas com trigo. Por outro lado, disse que não se referiria às lambics como cervejas de trigo. Qual a diferença?

Paul K escreveu: Mas quero deixar claro que no meu primeiro post, que você citou, eu não quis dizer que quem fez a tempestade no copo d'água foi você, mas sim todo mundo junto que gerou toda essa discussão em cima de nada, mas to começando a mudar de ideia, você gosta de uma briga hein. Também não se aguenta...

Tô morrendo de medo da sua mudança de ideia.

Hoje, quase comprei o primeiro fascículo em uma banca, "A cerveja lager". Quinze conto, não achei caro. Mas aí pensei um pouco a respeito, independente se contém muitos ou poucos erros, banais ou relevantes: isso me acrescentaria algo de novo, que eu ainda não tenha conhecimento ou já não tenha lido em outras publicações, ou mesmo na web? Não sei, não, é algo para se pensar antes de se decidir pela compra...

FiL Crux escreveu:

Claudinei   escreveu:
Outro erro a ser corrigido é no fascículo referente aos EUA: "A cerveja de alta fermentação, entretanto, bem leve e refrescante, é a bebida nacional.". É evidente que o comentário refere-se às lagers. Pode ter sido falta de uma revisão...

Tentando ser bem otimista, será que não se referiram à Anchor Steam???

FiL, como eu citei posteriormente, entendi o termo "bebida nacional" como sendo a mais popular por lá. Algo como Bud, Miller, Coors... todas lagers. A Anchor Steam não deve ser nem de longe a mais popular, apesar de ser um estilo nativo da costa oeste americana. Ressalto que esta foi apenas a minha interpretação da frase. Nada impede que outras pessoas tenham uma interpretação diferente...

Carolina Cruz escreveu: Juntando as duas coisas, eu te pergunto: você disse que as witbiers podem ser chamadas de "cervejas de trigo" unicamente com base no fato de serem feitas com trigo. Por outro lado, disse que não se referiria às lambics como cervejas de trigo. Qual a diferença?

Simples, qual a principal característica (a primeira coisa que alguém que fica sabendo sobre) de uma witbier? O fato de levarem trigo (Pelo menos 50%?) e em menor escala o fato de levarem especiaria/ervas/cítricos.

Qual a principal característica de uma lambic? Fermentação espontânea, frequentemente adição de frutas, acidez etc. O fato de levar trigo (uns 30% ou menos) não faz parte dessas características principais, não é algo que passa pela cabeça de todo mundo. Se fosse assim eu poderia dizer que a diferença de uma lambic pra outras cervejas normais é fato de utilizarem lúpulo envelhecido por anos. Note que isso é algo importante e fundamental pro resultado final de uma lambic, assim como o trigo, mas não é nem a primeira, nem a segunda, nem a terceira e nem a quarta característica das lambics que as diferenciam das outras cervejas, assim como o trigo. Pelo menos na minha cabeça. Se na sua é diferente, acho que teremos que concordar em discordar.

Primeiro volume (Lager) comprado e já lido. Minha impressão geral foi boa. O texto é simples, bem didático pra quem está começando. Notei alguns pequenos erros no texto, mas não prejudicam o entendimento (por exemplo, dizer que egípcios e mesopotâmios colocavam lúpulo na bebida...). O que me incomodou mais foi a insistência do autor em reforçar essa idéia infelizmente disseminada que as cervejas de massa são Pilsen. Em certo ponto o autor até cita o termo "American Lager", e fala das Premium (PAL) e das Light, mas sempre colocando estes estilos como subgrupos de Pilsen. Em uma passagem inclusive (legenda da página 26) o autor descreve o estilo como "cerveja clara, suave e com pouco amargor". Acho que esse é o ponto a ser revisto neste volume.
As explicações do processo de fabricação são interessantes, mesmo que simplificadas, e gostei da descrição de aromas.
Minha conclusão é: se puder gastar com a coleção, compre. Informação e revisão nunca é demais, e mesmo não tendo quase nada de novo para mim foi uma leitura rápida e divertida. E sempre dá pra aprender algo novo. Se a grana estiver curta, prefira livros mais completos, principalmente se já tiver um pouco mais de contato com este mundo.
Em tempo: o primeiro volume vem com 6 bolachas de brinde.