José Irineu Camargo escreveu:Sobre garçom ganhar mal, cara cada um com a sua profissão, eu acho zuado ter que pagar pra ser bem atendido.
Pô, já pensou se eu cobrasse taxa de serviço pelo atendimento ? Eu saio às ruas vendendo meu trampo, ai acho um cliente disposto a comprar design e ele pede um orçamento, respondo:
"depende, senhor, com bom atendimento ou sem ?" Fala sério, isso não existe, bom atendimento é o mínimo que se espera de qualquer empresa/profissional, ninguém precisa pagar taxa extra pra isso não.
E cá entre nós, garçom não ganha tão mal assim não, ganha muito mais que muito nego por ai. Eu sou freela, não tenho salário fixo, vivo numa corda bamba do cacete, quem pensa que fico sentadinho numa confortável cadeira o dia inteiro com ar condicionado e tiazinha servindo café tá muito enganado. Eu saio às ruas vendendo meu trampo, debaixo de chuva ou sol, faço telemarketing pra isso também, encaro cliente chato que dá vontade de mandar tomar no cu, mas viro madrugadas trampando pra esse cara, olhando pra tela de um computador e mexendo no mouse até os olhos ficam vermelhos e ardidos e o punho duro, sentado numa cadeira dura que a bunda fica quadrada... Só não carrego bandeja. Ralo como qualquer outro profissional, cada um sabe onde o sapato aperta. E tenho certeza que em determinados meses ganho bem menos que muito garçom porque não tenho salário fixo, gorjeta nem 10% pelo atendimento.
Alexandre Marcussi escreveu:
Esses 10% são necessários para cobrir os custos e garantir a taxa de lucro do estabelecimento.
E que lucro, hem ? E que custos são esses, hem ? Peguemos o próprio bar BREJAS como exemplo, uma Franziskaner lá custa R$ 16,90. Quando achava dela em mercados mal passava dos R$ 6,00. Vi a Samichlaus anunciada no site por R$ 35,90, fala sério, na Biesky (que é loja e também restaurante) pago por ela R$ 22,00 (e ainda acho pesado). R$ 9,90 numa Leffe ? Cacete ! R$ 2,59 no Sonda Tatuapé. E sem taxa de serviço !
Depois a gente reclama que brasileiro só gosta de BCB. Claro, cerveja especial é um produto elitizado, não se acha em qualquer lugar e os poucos que as vendem metem a mão no nosso bolso. A "beerevangelização" só se dará de uma forma mais ampla quando o produto for mais acessível. E não me venham com historinha de carga tributária não que não me convence, é que a cultura do empresário brasileiro é essa, ganhar muito vendendo pouco. Vender caro pra selecionar o público.
Peço desculpas aos confrades do Bar BREJAS pelos comentários, aliás essa é outra coisa que sempre quis falar mas nunca tive coragem. Estou fazendo a crítica não na condição de amigo mas sim de consumidor, a idéia do bar foi fantástica, mas os preços são descaradamente abusivos e pra chamar cliente inventam promoções happy-hour, dobradinha e coisa e tal. Quando vi os preços pelo site a primeira vez me assustei, eu estava programando ir a Campinas em janeiro mas isso me desmotivou e não fui, queria muito conhecer o bar e rever o pessoal, mas não sou rico e mesmo que fosse não iria me deslocar esse tanto pra pagar 16,90 numa Erdinger sendo que no EAP pagaria R$ 12,00 na mesma breja e andaria menos.
E a taxa de serviço do EAP, se resolvesse pagar, seria menor !