Interessante o ponto de vista de todos. E essa discussão é boa mesmo
Marcussi, eu entendo muito bem o seu ponto de vista e vejo ele como o melhor caminho a se trilhar na construção de uma cultura mais consistente, compartilhada, de bom nível e de preços compatíveis. Mas como eu mesmo disse, acho isso tudo muito utópico principalmente para nossa realidade. Por vários motivos: Primeiro que brasileiro valoriza coisa de fora; segundo porque essa filosofia nunca funcionou em nenhum segmento; terceiro por que essa veia de competição existe em muitas pessoas; quarto que não consigo enxergar uma pessoa indo a Westvleteren e trazendo uma cerveja a preço de custo, não é da nossa cultura isso.
Pedro, muito bons seus comentários. Sim, os EUA são o berço do capitalismo e não seguimos eles nesse sentido, mas provavelmente pela realidade ser outra. Lá existe um mercado gigantesco, qualquer supermercado tem 20 vezes mais cervejas que temos aqui, muitas de altíssima qualidade e preços sempre justos. Isso faz com que o interesse por coisa cara seja baixo. Ou seja, não consigo afirmar que isso é cultural apenas, mas um reflexo da realidade atual deles. Na Bélgica eu vi isso, nas lojas as Wests ficam lá paradas e não há euforia em comprá-las, pois custam 11 euros – que perto de uma variedade gigantesca de cervejas a 2 ou 3 euros, são absurdas de caro. No Delirium Café pedi uma cerveja de 7 euros e o barman me alertou do preço: “Vc tem certeza que quer essa? Custa 7 euros”.
Enfim, também acho que os “contrabandistas” (eu me incluo nessa turma de vez em quando
não influenciam tanto assim. Acho muito pior as cervejarias brasileiras vendendo cervejas a 40, 60, 100, 200 reais e o Lidador vendendo Abbaye Des Rocs a 30 reais, isso sim prejudica o mercado.
E outra coisa: Os impostos matam qualquer um de desgosto, mas essa é uma outra discussão...