Claudinei escreveu: Brooklyn East India Pale Ale: [...] seria uma IPA "híbrida", senhores?
Também penso assim, Claudinei. Vale lembrar que, além de Centennial e Willamette para um herbal/cítrico bem à moda americana, ela também leva o arquibritânico East Kent Goldings, que lhe dá aquele perfil austero de pimenta/alho/terroso das inglesas. Esse seu perfil "híbrido" faz com que, para mim, ela ainda se destaque em meio a tantas IPAs americanas que temos no mercado nacional hoje em dia.
Aproveito para destacar as minhas degustações:
Wäls Petroleum 2012 (2,5 anos de guarda): o malte amaciou um pouco, ficou com um chocolatão gostoso, o amargor deu uma dissipada e ela ficou mais indulgente, e desenvolveu um curioso, fresco e agradável perfil animal/frutado de Brettanomyces. Mas sem acidez, o que indica ausência de contaminação. Algumas brejas da Wäls desenvolvem isso com o tempo mesmo sem adição de Bretta, deve haver algo no fermento da casa. Eu gostei muito, mas não é para meninos.
Alvinne Wild West: sour ale belga maturada durante 8 meses em barris de Bordeaux. Sour excessiva, rude e pouco elegante para o meu gosto. Muito animal, um certo herbal agressivo, acidez estupidamente alta, muitos taninos, mas sem a complexidade de frutas e ésteres que se espera de uma longa maturação com Bretta. Nem se compara à elegância de uma lambic. Para sourheads only.
Ernst Clüsserath Mosel St. Riesling 2010: vinho branco alemão muito interessante. A uva Riesling brilha com toda a vivacidade de aromas de frutas amarelas e petroláceos típicos da variedade. Há uma doçura natural do vinho, que não é enjoativa por causa da forte acidez que ele desenvolve ao longo do gole. Belo vinho.