Cachorros Voando Bem Longe de Mim

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14 anos 11 meses atrás #12636 por Paulo Gomes
Essa é umas das coisas boas deste fórum! As discussões sérias são tratadas com seriedade (em sua maioria) e tem também os tópicos mais descontraídos.
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14 anos 11 meses atrás #12649 por Renato .
E mesmos nas mais acaloradas discuções a clima de amisade e descontração esta presente.

Ninguem deixa de ser confrade por ter opinião diferente =]=]=]
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14 anos 11 meses atrás - 14 anos 11 meses atrás #12659 por Milu Lessa
Meu, essa discussão foi longe, hein? Não tenho tempo nem paciência pra responder tudo, mas tenho que pitacar! :laugh:
Pedro, concordo com vc! FD a quase 40 paus no fucking way! Pra mim não é nem questão se vai ter mercado, quem vai comprar, whatever, é algo mais primordial: a questão é que essa mesma breja é encontrada em outros lugares à quase metade do preço, então não dá pra não se indignar com esse preço extorsivo e essa margem de lucro não menos que obscena! :angry:

Mesma coisa a DeuS: mesmo quando em mega promoção no Makro fica em torno dos 100 paus, na Bélgica vc compra por menos de 20 euros e aqui nos bares e empórios fica na faixa alarmante dos 200 reais! :ohmy: A questão é: não importa o quanto ela é boa, ela simplesmente não vale o preço que é cobrado aqui, por melhor que seja; ouso dizer que nenhuma cerveja vale isso. Parece o caso da Urquell, a melhor pilsner do mundo, so they say; mesmo que seja, não valia os 45 paus. Como uma coisa que custa nem 4 euros na República Tcheca pode "valer" 45 reais aqui???

A tempo: não é pq tem gente que paga o preço absurdo exigido em algumas brejas, que elas valem aquilo; o preço cobrado por algo e o valor desse algo são coisas beeeeem diferentes, o capitalismo que tenta desesperadamente equiparar as duas coisas, alegando que se o preço X foi pago por Y é pq Y vale efetivamente X, mas não é bem assim... :S

Como bem disse o Pedro, precisamos parar de sacralizar as boas brejas, afinal de contas, por melhores que sejam, são apenas isso: brejas, e que nos seus países de origem, na maioria dos casos, giram em torno de 5 euros; lá ninguém acha que mesmo as trapistas podem se dar ao luxo de custar na casa dos 30 reais a long-neck...
Ultima edição: 14 anos 11 meses atrás por Milu Lessa.
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14 anos 11 meses atrás - 14 anos 11 meses atrás #12672 por Pedro Fraga
Pois é, Milu, as vezes eu acho que não me fiz entender direito até o momento.

É óbvio que eu compreendo que a importação de cervejas envolve custos os quais eu não consigo mensurar (por total falta de conhecimento, mesmo) e que todo mundo envolvido na "brincadeira" tem que faturar, afinal, ninguém é São Gambrinus pra ser patrono da cerveja sem querer ficar (mais) rico.

Minha grande questão não é um simples "tem que vender pelo preço europeu", não sou louco. É mais uma coisa de "como a cerveja tal, que custa a mesma coisa e tem o mesmo país de origem, chega aqui pela metade do preço dessa outra?".

São questões que até podem ser respondidas (sei lá se o frete das cervejas da Costa Oeste dos EUA ou imposto local para exportações é 15x maior do que da costa Leste), mas sempre são colocadas como apenas culpa dos impostos brasileiros que, mesmo sendo altíssimos (todo brasileiro sente isso bem no bolso), não podem ser os únicos "culpados" de valores tão díspares.

Essas cervejas são produtos de consumo, mesmo que não essenciais, e também acho que não podem ser sacralizadas assim. Esperar que o mercado magicamente se crie por si só, praticando preços exclusivistas, é torcer pra cerveja belga virar o novo caviar dos milionários, tomando o lugar do champagne. Me parece tiro no pé não procurar meios de tornar o produto mais acessível, mas as coisas no Brasil parecem funcionar muito bem dessa forma - brasileiro adora uma área VIP e sempre vai ter alguém interessado em prover esse "conforto.

Da minha parte, eu só posso mesmo verbalizar meus pensamentos e boicotar certos produtos/fornecedores. Talvez eu não seja o público-alvo desse produto, como foi dito.

Ou talvez seja o contrário, afinal, estamos falando de CERVEJA e não de roupas de estilistas, carros esporte ou patê de fígado de ornitorrinco albino criado com leite de seio de ninfetas japonesas de olhos verdes...
Ultima edição: 14 anos 11 meses atrás por Pedro Fraga.
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14 anos 11 meses atrás - 14 anos 11 meses atrás #12674 por Rodrigo Casarin
Pedro Fraga escreveu:

...Essas cervejas são produtos de consumo, mesmo que não essenciais...


Não essenciais??? Tá louco, Pedro??? Como não são essenciais??? Cervejas são sempre essenciais!!!! hahahahahahahahaha
Ultima edição: 14 anos 11 meses atrás por Rodrigo Casarin.
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14 anos 11 meses atrás #12675 por Tom Adamenas
Lucro, margem, lei natural, adequação, fetiche, marketing, sobrevivência, poder de compra, melhor e pior... juro que dá até uma coceira quando esse tipo de assunto entra em pauta, ainda mais considerando a vontade que temos em defender um ponto de vista, mesmo que não o consideremos o mais equilibrado e justo.

Minha opinião se assemelha, em grande parte, ao que colou o Pedro de um jeito e a Milu de outro. A birra tem nome, tem fama, tem respaldo "técnico" pra ser considerado bom, mas se foi precificado, basicamente, por seu valor simbólico (um fetiche, um desejo, um mémémé qualquer), não compro. Me nego e considero comprá-las um desfavor às pessoas que nunca poderão desfrutar do prazer de uma cerveja especial.

Márcio, você diz que nenhum preço se sustenta sem mercado. Concordo plenamente com essa colocação. Perfeita. Mas acontece que o mercado somos nós e, cá estamos (mesmo com opiniões divergentes, este fórum é um catalizador), defendendo esse lógica. Não considero em nada natural um sujeito aceitar um abuso como este. Natural, pra mim, é uma coisa que nem sei mais se existe aqui na Terra.

Fica fácil apontar o dedo em uma direção e dizer: ah! É o mercado! É o imposto! É o Lula! É o público alvo! É a importadora! É o lojista! É o diabo a 4! Mas é dificílimo entender que nada disso tá caminhando sozinho. Tem o imposto que é alto, aí tem a importadora que quer ganhar um montão, tem o lojista que quer um montão, vira e mexe um atravessador que ganha ainda mais em cima. Ganhar, ganhar, ganhar, ganhar... fico parecendo moleque de 15 anos, esbravejando contra esse negócio estranho que é o lucro, que é a acumulação (quando eu tinha moicano e coturno, eu dava outros nomes, mas a essência era a mesma), mas acho que tenho a obrigação de ser coerente.

Acredito cegamente que cerveja boa não deva ser só pra quem pode. E prefiro me afogar nela acreditando nisso do que naturalizar esse lógica esquisitíssima.
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