Virgina, não ter nada a ver uma com a outra não implica que uma deva ter o valor maior que a outra per se, até porque o valor é definido por uma infinidade de fatores onde também se insere a margem de lucro desejada. É claro que uma cerveja mais alcóolica normalmente será mais cara porque demanda um gasto maior em matéria prima; se ela fermenta/matura por mais tempo vai implicar em menos rotatividade de cerveja nos tanques; e por aí vai.
Estou apenas pensando em preço original e preço final (sem levar em consideração os valores exatos de impostos, frete, seguro, logística interna, distribuição e tudo mais pelo simples motivo de eu não fazer a menor idéia de quanto isso seria). Pela olhada que dei em sites americanos/estrangeiros, uma long neck da Brooklyn custa em lojas online aproximadamente o mesmo que uma Flying Dog básica. A linha 'extrema' custa em média um dolar mais caro (e estou falando de preços de revendedores que trabalham com ambos os rótulos, não do fabricante, claro), enquanto a Brooklyn Imperial Stout (que não temos por enquanto no Brasil e tem 10,6% de alcool) se encontra no meio do caminho entre as duas. Claro que essas lojas em questão podem estar tendo uma margem de lucro maior com a Brooklyn e menor com a Flying Dog, mas acho que mesmo assim a diferença deve ser coisa de centavos de dolar.
A questão que eu tento tratar quando discuto sobre isso é de como cervejas que saem na origem por preços bastante similares chegam ao consumidor final no Brasil com valores finais as vezes totalmente desproporcionais. Concordo que uma cerveja melhor e mais bem cuidada seja mais cara (mas não absurdamente mais cara, exceto em casos muito especiais), mas esse valor geralmente é definido pelo custo do fabricante. Se o importador esta criando essa diferença de preços, é sim "cobrar por status", ou "precificar exclusividade e qualidade".
Sobre a levíssima Brown Ale eu não posso falar, já que não a provei ainda por não fazer muita questão (o estilo deve ser o que eu menos ligo), porém eu não qualifico cerveja por teor alcóolico - não bebo para ficar mal, bebo porque gosto de cerveja. Já havia experimentado um par de cervejas da linha básica da Flying Dog em um festival em Estocolmo e pelo que me lembro acho que prefiro a Lager da Brooklyn às session beers da FD por uma questão de equilíbrio, mesmo sendo um grande fã de lúpulo.
Mas vou ficar no achismo baseado em lembrança, porque pelo preço que estão chegando no Rio, ao menos, não vai rolar de tirar a prova mesmo.
Mas, por acaso, você representa a Tarantino?
Virgínia Oliveira escreveu:Tomei tanto as Brooklyn quanto as Flying Dog. Eu só não entendo porque as pessoas ainda teimam em compará-las. Elas não têm nada a ver uma com a outra, a não ser pelo fato de serem cervejas e americanas. A Flying Dog tem a linha extrema. Tem um até de 11,5% de álcool. Como que essa cerveja vai ter o mesmo preço da brown ale levíssima da Brooklyn? Difícil né?
E não sei nem pq vcs citam Leffe e Hoegaarden. Importação da Ambev. Não deveriam nem entrar nessa discussão...