Gbrl Qrz escreveu: Realmente... eles já tem o lucro com as SAL de massa, e querem também lucro com "artesanais". O segundo só sendo possível com um produto de qualidade, não tem razão pra mudarem receitas, etc.
Mas acho que ser de um grande grupo atrapalha em uma coisa: criação de receitas mais criativas!
Exato. A questão que eu vejo é essa. Muito do que é feito na indústria de artesanal tem um risco altíssimo, e muita coisa nem sequer dá muito lucro. As coisas mais bacanas surgem da paixão das pessoas, não da garantia de grana. Quando vocês acham que uma Ambev teria se metido a envelhecer cerveja em barril de madeira, ou fazer sour, algo que de início tem baixa aceitação, que custa uma fortuna e que se sustenta muito mal a longo prazo?
Ah, mas e a Goose Island que tá até agora com o programa dela de barrel-aging? Ok, depois que o mercado foi criado, que há uma demanda alta e lucro "garantido", fica fácil. Queria saber se lá no começo dos anos 90, quando os caras de Chigado tiveram a ideia de brincar com barris de Jim Bean, se a Ambev teria abraçado isso na Goose Island.
Agora, desde que exista ainda espaço no mercado pra "artesanais de multinacionais" (hein??) e artesanais "independentes", creio que até dá pra deixar a parte da ousadia e do risco pra estes últimos. O grande problema é que pra investidores não existe conceito de limite de market-share. Podendo, eles farão o que puderem pra dominar 100% do setor, inclusive adotando de práticas desleais. É isso que mais me preocupa, a possibilidade desses caras matarem as artesanais de verdade, especialmente num mercado frágil como o nosso.
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