O meio cervejeiro é "machista"?

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10 anos 1 semana atrás - 10 anos 1 semana atrás #58784 por Mauricio Beltramelli

Gustavo Guedes escreveu: Vejam como são as coisas.eu que to defendendo as mulheres aqui, Comentei sobre machismo num post de Facebook da Carolina Cruz, que é uma confrade daqui tbm e os ânimos feministas se exaltaram. Me chamaram de babaca sem eu ter xingado ngm e me excluiram da conversa e da amizade. To pasmo.


Infelizmente, pra esse pessoal, homem não tem direito de discutir machismo, nem sequer DEFENDENDO as mulheres. Que preguiça desse radicalismo...

Embora a gente chame pra participar, as(os) ativistas radicais do Facebook ainda continuam lá, gritando, vitimizando-se, dizendo que não vêm aqui porque "só tem homem". Caramba, como se nós, administradores, barrássemos a entrada das mulheres!!!

Não adianta, pra ativista radical não tem diálogo. Não o querem...
Ultima edição: 10 anos 1 semana atrás por Mauricio Beltramelli.
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10 anos 1 semana atrás #58785 por Alexandre Almeida Marcussi

Mauricio Beltramelli escreveu: Diante de tudo isso, te pergunto: Você não acha que há exageros em alguns casos? Eu acho que tem gente procurando machismo e sexismo em absolutamente tudo que vê. É como procurar defeito em cerveja, chega uma hora e você acaba encontrando.


A questão é que você acaba vendo porque eles estão aí mesmo, né? ;) (tanto os defeitos quanto o machismo!)

A sua pergunta é interessante como ensejo para levar o debate a outro âmbito. Posições percebidas como exageradas e radicais sempre existem e sempre irão existir, porque são uma parte importante da divergência de opiniões. Nem todo mundo atribui o mesmo valor às mesmas questões.

Vamos discutir, então, casos concretos para ver até onde o machismo está ou não está lá. Há alguns posts, dei minha opinião a respeito do rótulo da Evil Twin Brazilian Wax, que você citou no início deste debate. Para mim, ele corrobora não apenas uma cultura machista sobre a mulher, mas inclusive uma representação pouco lisonjeira sobre a cultura brasileira. Por isso, achei legítima a reclamação. O que você acha sobre o rótulo, Maurício? Nesse caso, qual seria o limite entre o legítimo e o exagerado?

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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10 anos 1 semana atrás #58786 por Jota Fanchin Queiroz

Gustavo Guedes escreveu:

Fernando Passos escreveu:
-Só uma nota, que relutei em escrever para não distoar, é engraçado que numa discussão em que alguns apontam machismo no mundo cervejeiro não vejam problemas em destilar preconceitos contra uma religião sem nem ao menos ter a decência de citá-la de forma direta...

Eu não citei religião justamente pra não ofender ninguém. E apenas apontei um história que consta no livro. Não foi a mulher que comeu o fruto proibido e resultou na não imortalidade da humanidade? Ou foi um homem?


Guedes,
Apenas como esclarecimento ambos comeram do fruto proibido. Tanto Eva como Adão. E Adão ainda teve a cara de pau de jogar a culpa em Eva. Bom lembrar ambos foram expulsos do Paraíso, não apenas Eva, e o pecado de ambos foi de mesma gravidade.
Ps: a questão da serpente ter seduzido Eva é uma questão simbólica. Santo Agostinho, grande doutor da Igreja, acreditava que na verdade Eva e Adão representam respectivamente o emocional e o racional e seria um ensinamento de Deus que o demônio tenta sempre o homem pela emoção antes do que pela razão.
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10 anos 1 semana atrás #58787 por Filipe Sarmento
Ao meu ver, o fundamental nessa questão é a existência da abertura para as reclamações, exageradas ou não. As pessoas têm que externalizar aquilo que as ofendeu, e que o responsável pela "ofensa" analise os argumentos colocados por quem se sentiu ofendido e pondere se são ou não relevantes, nos casos extremos a via legal está aí para isso. O que não dá, de forma alguma, é pedir para aquele que se sentiu ofendido aceitar a ofensa e simplesmente ignorá-la. O racismo, o machismo, a homofobia, e uma série de outros preconceitos já foram ignorados por séculos e isso não os reduziu em nada.
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10 anos 1 semana atrás #58788 por Jota Fanchin Queiroz

Alexandre Almeida Marcussi escreveu:

Mauricio Beltramelli escreveu: Diante de tudo isso, te pergunto: Você não acha que há exageros em alguns casos? Eu acho que tem gente procurando machismo e sexismo em absolutamente tudo que vê. É como procurar defeito em cerveja, chega uma hora e você acaba encontrando.


A questão é que você acaba vendo porque eles estão aí mesmo, né? ;) (tanto os defeitos quanto o machismo!)

A sua pergunta é interessante como ensejo para levar o debate a outro âmbito. Posições percebidas como exageradas e radicais sempre existem e sempre irão existir, porque são uma parte importante da divergência de opiniões. Nem todo mundo atribui o mesmo valor às mesmas questões.

Vamos discutir, então, casos concretos para ver até onde o machismo está ou não está lá. Há alguns posts, dei minha opinião a respeito do rótulo da Evil Twin Brazilian Wax, que você citou no início deste debate. Para mim, ele corrobora não apenas uma cultura machista sobre a mulher, mas inclusive uma representação pouco lisonjeira sobre a cultura brasileira. Por isso, achei legítima a reclamação. O que você acha sobre o rótulo, Maurício? Nesse caso, qual seria o limite entre o legítimo e o exagerado?


A questão do rótulo é de mau gosto e não de machismo. E mais, o exemplo mostra que houve uma reação daqueles que julgaram-se ofendidos (liberdade de expressão das mulheres e dos homens também) e a ET voltou atrás.
O machismo deve ser combatido naquelas atitudes onde haja um prejuízo real (material ou psicológico) e não generalizado em situações banais.
Vamos parar de inventar vítimas e algozes.
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10 anos 1 semana atrás #58789 por Fernando Malheiros Dal Berto

Alexandre Almeida Marcussi escreveu:

Mauricio Beltramelli escreveu: Diante de tudo isso, te pergunto: Você não acha que há exageros em alguns casos? Eu acho que tem gente procurando machismo e sexismo em absolutamente tudo que vê. É como procurar defeito em cerveja, chega uma hora e você acaba encontrando.


A questão é que você acaba vendo porque eles estão aí mesmo, né? ;) (tanto os defeitos quanto o machismo!)


Pois é, pra pensar...
Mauricio, você reclama tanto dos qualquercoisachatos, repete isso com frequência, fez lista esse ano e acho que errou um ou dois tiros, que esse também parece uma espécie de pensamento radical. Já há um coro com esse pensamento, alardeado por muita gente sem noção e com preguiça de pensar. Ou seja, nem todo mundo reflete sobre o que quem pensa escreve e, nesse embalo, questões como o machismo são minimizadas. Mas vejamos, só porque num meio comercial de pouco mais de uma década (as cervejarias de pequena escala) as mulheres começaram a conquistar espaço, não dá pra dizer que um paradigma social tão encalacrado agora é leve. Somos um país hipócrita, olha a ministra dizendo que não temos latifúndios... Estamos aprendendo a lidar com isso, não temos boa medida e prática, talvez daí também a estridência das vozes engajadas que defendem direitos de minorias e que nesse exercício difícil ultrapassem direitos. De qualquer forma há violência maior contra mulheres do que a violência dos tratamentos das radicais contra os homens. Eu não gosto de gritos ao léu, mas isso não é um argumento para o tópico que pergunta se nosso meio 'é machista'. O problema é que, quem estuda, encontra nas sutilezas uma forte raiz para a manutenção da cultura violenta do machismo. A relação que o Marcussi faz com a imagem sexual do Brasil no exterior ilustra bem isso, a sutileza mantém uma imagem ruim pois esconde o explícito, mas continua sendo uma forma pouco escrupulosa de marketing.

O meio cervejeiro, me parece, tem uma mania bem feia, que é a de parecer um monte de descolado, gente boa quando o assunto é chato, panos quentes não alimentam discussão em busca de conhecimento, só mascaram defeitos. Verdade que é um meio diferente e que isso talvez seja maioria, isso me agrada e alegra, mas basta soprar as folhas e os defeitos aparecem. Lendo os comentários dessa discussão vê-se claramente que há machismo, arraigado, escondido, não percebido, aprendido como natural... vou ao espelho e vejo o machismo ali, então ele está nos meus meios sociais.

Para avançar mesmo em questões difíceis como essa, precisamos continuar procurando defeitos, não creio que cerveja seja apenas diversão, conheço muita gente 'chata' bebendo cerveja. Se pra isso alguns precisam vestir a camisa de qualquercoisachatos destestável para os qualquercoisalegais, se para isso ainda haja um cá e outro acolá gritando estridente o que de fato há, que seja, a luta vale mais que o homem.

Tópico bom! Abraço a todos, grato pelo espaço Maurício!

Fernando MDB
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