Métodos de beerevangelização

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15 anos 2 semanas atrás #6367 por Josue Fernando
Alexandre Marcussi escreveu:

Josué, seja benvindo ao fórum! Vamos torcer para que, com o tempo, o mercado cresça e vc consiga achar boas opções nos supermercados da sua região (ou de algum centro urbano próximo). Sei que, no começo, vc não quer e/ou não pode investir pesado numa coisa que vc nem sabe direito como é, então não vai pagar fretes exorbitantes sem nem conhecer o estilo de cerveja que vc está comprando para saber se vale o investimento. Mas acho que, com o tempo, vc vai conseguindo achar algumas marcas e ir identificando aqueles estilos que vc gosta e que compensam investir um pouco mais.


Obrigado pelas boas vindas! Realmente pretendo investir cada vez mais em cervejas de qualidade. Até agora, pelo pouco que já conheci, não tive nenhuma decepção. Espero também aprender muito aqui e, quem sabe, algum dia conseguir beerevangelizar alguém! :laugh:
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15 anos 2 semanas atrás #6377 por Clara Castro
Marcussi, achei seu post mto interessante e extremamente consistente. Contudo, creio q a ojeriza às BCBs seja totalmente compreensiva.

No meu caso, ela ocorre por causa da discrepância dos sabores, dos cheiros, etc e da própria novidade das cervejas especiais. Poxa, um dia estava eu tomando a pilsen da Bamberg na maior felicidade. Qdo acabou, peguei uma "Estelinha"... Ai, q desânimo. Parece q, ao mudar de uma pra outra, tudo desagrada. Não é q não mais tomarei uma Skol ou equivalente, mas, agora c/ um novo padrão de comparação, sempre desejarei a de puro malte e ficarei insatisfeita c/ a comum. Penso q mta coisa na nossa vida é assim. Ao longo dos anos, conhecendo coisas diferentes, julgamos quais são as melhores, quais nos dão mais prazer e nos direcionamos a elas inevitavelmente.

Tem um filósofo francês (o Condillac) q diz q o verdadeiro motor das ações humanas é o gozo ou o sofrimento, que agem como o único princípio de determinação e seleção. Então, qdo experimentarmos uma sequência de sensações contrastantes, por meio da comparação, desejamos apreender novamente sempre a que nos pareceu mais aprazível, afastando-nos das que julgamos desagradáveis.

Não sei se o contexto é adequado pra filosofar, mas gosto mto da teoria do Condillac e acho q ela se aplica diretamente a questão aqui discutida.
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15 anos 2 semanas atrás #6387 por Renato .
Respondido por Renato . no tópico Re:Métodos de beerevangelização
Comc erteza se aplica Clara

MAs eh aquela coisa, quando dirijo o carro do meu pai praticamente tenho orgasmos, luxuoso espaçoso tanque cheio ar condicionado, direção idraulica novo impecavel.
MAs isso naum significa que vou me recusar a andar no meu carrinho pau velho de guerra, que jah me levou para muitos lugares e me proporcionou MUITA Alegria.

O que eu digo eh que dioferente da milu, que nunca tomou cerveja eu sempre fui cervejeiro, e comecei essa vida com skol brahma e pq naum dizer itaipava, afinal de contas jah fui universitario e a grana era curta, ela me proporcionaram anos e anos de alegria, logico que a alegria de dirigir uma mercedz ehmaior que a de dirigi um fusca, mas na falta de grana ou disponibilidade de uma mercedes vou de fusca pra balada mesmo assim huahauhaau

Noissa vc cita filosofos e eu uso metaforas com carros, quanta diferença para falar a mesma coisa hauhauahuah
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15 anos 2 semanas atrás #6389 por Alexandre Almeida Marcussi
Clara Castro escreveu:

Ao longo dos anos, conhecendo coisas diferentes, julgamos quais são as melhores, quais nos dão mais prazer e nos direcionamos a elas inevitavelmente.

Acho que o prazer que se extrai de uma situação depende muito da expectativa que temos em relação a ela. Sem divagar muito e fugir do assunto, dou um exemplo relativo às cervejas. Nesse final de ano, eu e minha namorada decidimos fazer uma extravagância e comprar uma Eisenbahn Lust Prestige. Custou a bagatela de R$ 99 a bichinha. As expectativas eram muito altas, tanto pela situação em que íamos tomá-la, quanto pelo preço que pagamos pela garrafa e pelas ótimas avaliações que tínhamos ouvido. Ao abrir, a decepção foi muito grande, muito maior do que ao abrir uma Bohemia ou Gold (as minhas American lagers "de guerra"). Não que a Lust Prestige seja uma cerveja "pior" do que Bohemia ou Gold, mas não estava à altura do que a gente estava imaginando, e foi muito mais decepcionante encontrar ácido caprílico nela do que numa American lager (o que acontece o tempo todo). Por tudo isso, eu compro Bohemia e Gold com alguma frequência, mas não me vejo comprando Lust Prestige de novo por bastante tempo.

Do mesmo modo, estou cansado de ouvir gente falando maravilhas de uma cerveja importada que comprou simplesmente porque ela foi mais cara, então a pessoa estava com uma expectativa tão alta que acabou se "convencendo" de que a cerveja era excepcional; muitas vezes, a pessoa bebeu outras cervejas pelo menos tão boas quanto na mesma noite, mas não ficaram tão marcadas. Muitas das cervejas extremamente caras e/ou exclusivas do nosso mercado acabam criando um mito em torno de si porque as pessoas estão condicionadas a achá-las boas devido ao preço que pagaram, à fama que ouviram ou à ocasião em que a degustaram.

O que eu quero dizer é que prazer depende de contexto (ei, Guima, não vai levar a mal, hein... OK, se vc levar a mal tb funciona!). Se vc não está esperando uma Chimay quando abre uma Bohemia, ela não vai te decepcionar tanto. Bamberg Pilsen é uma grande American lager? Sem dúvida, uma das melhores do mercado (no nível da Eisenbahn ou da Wäls). Mas não é por isso que a sua American lager "de guerra" não poderá nunca ser satisfatória. E, para mim, tem algumas poucas industriais que, quando vêm em grande forma (sem oxidação evidente), me satisfazem quase tanto quanto uma American lager de primeira linha como as que eu citei.

É como dizer que, depois de comer um bom risoto, vc nunca mais come arroz branco, percebe? Ou que, depois de ouvir Yes, vc nunca mais vai escutar Iron Maiden. Ou que, depois de um Visconti, vc não pisa mais no cinema para assistir James Cameron. O arroz branco tem sua função em determinadas situações, inclusive a de matar a fome por um preço muito menor do que um risoto piamontês. Da mesma forma, acho que tem contexto sim para uma American lager, seja uma ótima e mais cara, como a Bamberg, seja uma mais simples e barata. Ambas podem proporcionar prazer o suficiente, guardadas as devidas proporções.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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15 anos 2 semanas atrás #6394 por Renato .
Respondido por Renato . no tópico Re:Métodos de beerevangelização
A SATISFAÇÂO DEPENDE DO CONTEXTO

Falou tudo....

Já já o Guima vem deturpar a ideia huahauhauha
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15 anos 2 semanas atrás #6400 por Clara Castro
Concordo c/ vcs plenamente, Renato e Marcussi, o prazer deve ser encontrado nas pequenas coisas e depende mto mais de todo um ritual, de um contexto, como disseram, q de um único aspecto. Mas, em se tratando do prazer específico da cerveja, tenho certeza de q, se pudéssemos todos comprar a Bamberg pilsen por 0,99 no mercado ou a 2,00 num bar, nunca mais tomaríamos as "guerreiras", hehehe. E, é claro, como o Marcussi salientou, preço nunca será sinônimo de sabor. Algo infinitamente subjetivo e variável - vale acrescentar. Enfim, o q quis dizer é q as BCBs certamente me deram mto prazer por longos anos, mas, uma vez q conheci outras cervejas, sempre fico "desejante" de tomá-las e insatisfeita por não poder fazê-lo. Mas daí tem outro francês q diz q a insatisfação do eterno desejar é a força motriz do ser humano, rsrsrs.
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