Métodos de beerevangelização

Olha, Mauro, sem querer ofender ninguém, mas quem me pareceu mais xiita aqui foi a mãe do Thiago, que achava que apreciar cervejas era coisa de alcoólatra... Sendo que a característica mais conspícua de um alcoólatra é o contrário da do apreciador: eles bebem qq coisa, pq tem uma necessidade física de álcool, não importa de onde ele provenha; já o apreciador não bebe por necessidade, mas por prazer e é seletivo, comedido.

Marcusssi, essa sua sugestão me fez dar risada, já pensou se o Guima leva a sério? rsrsrsrs

Guima, vou tentar te dar uma sugestão mais light pra beer-evangelizar sua esposa, se não funcionar, daí sim vc pede o divórcio! ehehehehhee

Lá vai: a primeira tarefa seria tentar mudar a concepção (provavelmente equivocada) que sua esposa (e muita gente) tem de cerveja. Como mulher, sei de algumas coisas associadas à imagem de cerveja que nos são profundamente desagradáveis: cerveja normalmente é associada à homem, àquela coisa de macho e como sendo uma bebida vulgar, barata e pouco sofisticada. Por exemplo, cena paradigmática de consumo de cerveja: homens sem camisa e suados bebendo cerveja depois do futebol. Pra uma mulher, essa imagem mental não é nada convidativa. Portanto, minha primeira dica é vc tentar reverter essa imagem, mostrando que, ao contrário do que pensa a maioria, cerveja não é necessariamente uma bebida barata (a gente sabe muito bem disso, vide uma Deus), pode ser muitíssimo sofisticada e complexa (as trapistas), se aproximando muito de uma degustação de vinhos e em si não tem nada a ver com macheza e masculinidade, isso é apenas uma associação besta que foi instilada nas nossas cabeças ao longo de décadas. Ou seja, é possível ser uma mulher que bebe cerveja e ser feminina, sofisticada e de bom gosto.

Em segundo lugar, sugiro que vc lhe apresente cervejas mais interessantes pro público feminino, ou até mesmo voltadas pra ele. Normalmente nós mulheres não temos muita tolerância ao amargor (algo que com o tempo pode ser trabalhado, eu mesma não aguentava tomar uma Abbot inteira, pois achava muito amarga e esses dias ataquei com gosto a do meu namorado! rs), então que tal vc apresentar a ela as Colorado Appia e Cauim, que têm pouquíssimo lúpulo e portanto, baixo amargor? Tem tb a Baden Baden Golden Ale, que foi desenvolvida pensando no mercado feminino, pois não é amarga, é doce e tem canela (se ela gostar de canela, é claro, senão vai detestar)! Por último, há a Fuller's Honey Dew, que tomei essa semana lá no Brejas e que meu namorado achou insuportável de doce e eu achei uma delícia.

Se eventualmente sua esposa se interessar por alguma delas, já é meio caminho andado, não acha?

Um abraço,

Milu

Viu Milu, só pra esclarecer, o meu post era pra ser uma resposta a sugestão do Marcussi e a resposta do Guima, por isso que eu brinquei com relação ao "xiita" fazendo alusão ao divórcio.

Eu sei, entendi, Mauro, fique tranqüilo! Mas daí brinquei que mais xiita ainda era a relação de degustador de brejas = alcoólatra. A parte do não ofender ninguém era mais pro Thiago, afinal de contas era da mãe dele que eu estava falando...

Milu,

Eis o problema que enfrento, minha esposa adora cerveja e se deixar encara litros; depois do filhote, que agora está com 3 anos, ficou mais comedida, afinal alguém precisa estar sóbrio pra vigiar o monstrinho né ? Rsss... Mas antes dele a gente bebia bem juntos, acontece que era Corn Bier, ela só gosta de Corn Bier. Eu acabei sendo beerevangelizado, mas ela não. São poucas as cervejas especiais que ela bebe e gosta, um exemplo foi a Demoiselle, mas abriu uma ressalva: "não consigo beber essa cerveja pura, mas harmonizada com chocolate fica uma delícia." As populares mais bacaninhas como Heineken ou Bavaria Premium ela bebe de boa, também gostou da Cauim, da Bamberg Pilsen (das especiais ela torce o nariz menos para as American Lager). Sempre que abro uma cerveja perto dela ofereço, se é de trigo ela não quer nem sentir o cheiro, às vezes se anima a provar uma Ale mas 99,9% das vezes diz "que cerveja horrível." A Lust ela detestou, a Chimay ela detestou, e assim por diante. Sua cerveja preferida, acredite, é a Original. Essa pra mim, hoje, é uma das mais sem graça, das mais aguadas e fracas que existe. Outro detalhe, ela gosta de servir sem a mínima espuma e em copo americano.

Vê o teor do meu problema ?

Por outro lado tem o aspecto positivo da coisa, recentemente bebi a Fuller's Vintage Ale, R$ 50,00 a garrafa que considero individual (500ml). Se ela gostasse das especiais a conta ia dobrar ! Rssss...

Guima, tamb[em tenho o mesmo problema e ja comentei com vcs varias vezes.
Outro dia ela experimentou a Organic Drew e gostou, também gostou da Medieval... de repente vale a pena tentar.

Guima, quer uma sugestão a sério? Sua esposa te acompanha nos vinhos, certo? Então espere uma data especial, deixe o menino com os avós e leve a patroa para um hotel bem romântico (de repente Monte Verde, a meio caminho entre SP e BH). Não beba cerveja. Na primeira noite, abra um vinho que ela ache incrível e beba com ela. De repente um que ficou marcado porque vcs tomaram numa ocasião muito especial. Para a segunda noite, escolha uma cerveja sensacional. Eu apostaria numa belga sofisticada (um rótulo bonito ajuda). Nada rústico ou com muito lúpulo. De repente uma Gouden Carolus Cuvée van de Kaizer Blauw, ou uma Tripel Karmeliet. Convide-a para beber junto com vc, mas tenha tb um vinho de que ela goste caso ela não queira de jeito nenhum.

Acho que pode ser uma boa mudar o foco da cerveja em si para a situação em que a cerveja será bebida com vc. Como a Milu disse, as pessoas às vezes associam a cerveja a certas situações e resistem a separar.