Breja Chic

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15 anos 1 dia atrás - 15 anos 1 dia atrás #8547 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:Breja Chic
Pois é, Pedro, eu já passei por coisa semelhante a isso que vc descreveu. Coincidentemente, um desses episódios foi no bar desse mesmo certo belga, mas a filial daqui de São Paulo: eu estava lá tranquilão comprando minha Delirium Tremens para uma ocasião especial (é uma das minhas cervejas preferidas) e veio um engomadinho dizer que eu não deveria levar aquela, que era ruim, que deveria levar Pauwel Kwak ou a Westmalle Tripel e blablabla. Agradeci gentilmente pela "dica" e comprei minha Delirium sossegado. Mas é um comportamento muito irritante. Cansei de me segurar para não corrigir um "esnobe" na mesa do lado que tentava dizer o quanto a cerveja dele era melhor apelando para alguma informação obscura e incorreta.

Márcio, com certeza existem pessoas chatas e desrespeitosas de ambos os lados: os que "não bebem porcaria" e os que "não bebem coisa de fresco". Ambas as formas de exclusão podem ser igualmente babacas, ao meu ver. Eu adoto sempre a postura que vc disse: tento entender qual é a proposta das cervejas industriais, sei de algumas das quais eu gosto por isso ou aquilo, e bebo tranquilamente. A vantagem, como vc disse, é que vc pode dizer "OK, eu também gosto dessa que vc gosta, mas eu também gosto de outras tantas! Quer provar comigo?" Vc não está criando um fosso entre vc e o cara que bebe Brahma, e acho que isso é respeitoso.

Cervangelizei alguns amigos dessa forma: eu participo sempre de umas reuniões musicais com um grupo de amigos, e cada um leva comidas e bebidas diversas. Minha namorada e eu sempre bebemos as cervejas que todo mundo levava de boa, e de repente começamos a levar algumas mais elaboradas de vez em quando e oferecer para as pessoas. Como nós bebíamos as deles, não havia o menor motivo para eles não beberem as "nossas". Quando eu menos esperava, estava bebendo Leffe e Hoegaarden trazidas por outras pessoas num dia em que eu mesmo tinha levado Bohemia! Na reunião passada, não levei nada porque não deu tempo de passar no mercado, e mesmo assim eu bebi Erdinger Pikantus, Eisenbahn Pale Ale e Leffe Brune.

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Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
Ultima edição: 15 anos 1 dia atrás por Alexandre Almeida Marcussi.
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15 anos 1 dia atrás #8558 por Marcio Rossi
Respondido por Marcio Rossi no tópico Re:Breja Chic
Alexandre Marcussi escreveu:

P(...)A vantagem, como vc disse, é que vc pode dizer "OK, eu também gosto dessa que vc gosta, mas eu também gosto de outras tantas! Quer provar comigo?" Vc não está criando um fosso entre vc e o cara que bebe Brahma, e acho que isso é respeitoso.


Exato!!! Respeito! O convecimento é muito mais efetivo quando as pessoas se sentem convidadas a experimentar algo diferente.
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15 anos 1 dia atrás #8572 por tiago lucas
Respondido por tiago lucas no tópico Re:Breja Chic
Marcio, nem sempre o senso comum é "comum", tem toda razão. Mas acho que ele serve como um parâmetro para medir as coisas, como que em um ponto de partida (aliás, o ponto de partida da filosofia do próprio Aristóteles é o "senso comum", aquilo que é aparente)

Crer não senso comum é crer, de alguma forma, que a maioria, ou aquilo que aparece como certo, não pode estar excessivamente incorreto, de todo errado. Então serve como um regulador ao menos pra começar a pensar, para começar a agir (para não delirar)


Sobre a questão das cervejas:

Disse que common sense (sensatez talvez caiba melhor aqui) basta neste caso, pois acho que é mais uma questão de educação, de gentileza, de etiqueta do que de estabelecer normas fixas. Em certos casos aconselhar alguém uma cerveja não é arrogância. Em certos casos chamar o colega de fresco por beber algo mais caro é só brincadeira entre amigos, por exemplo.

O chato é quando a questão não é levada com a leveza, ou com o “bom espírito”, que ela merece.

Acho que as opiniões aqui vão de encontro ao que estou dizendo mesmo – entendi o caso dos colegas.

É sempre bom trocar idéias aqui - bacana encontrar este tipo de questão tratada de maneira tão nuançada. ;)
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15 anos 1 dia atrás #8599 por Mauro Renzi Ferreira
Respondido por Mauro Renzi Ferreira no tópico Re:Breja Chic
Marcio Rossi escreveu:

"As virtudes morais consistem em ser um meio entre dois extremos viciosos; em toda quantidade é possível distinguir o excesso, o pouco e uma medida, que é o meio-termo; quando se trata de coisas, o meio-termo é aquele ponto que se encontra em igual distância entre dois pontos extremos, mas quando se trata do homem, o meio-termo é aquilo que não peca nem por excesso e nem por defeito, e esta medida muda muito e não é única para todos os homens. "


Puxa, isso é taoísmo puro.
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15 anos 13 horas atrás #8653 por Felipe Ribeiro - Duende
Respondido por Felipe Ribeiro - Duende no tópico Re:Breja Chic
=P


Cada vez mais bruto esse Brejas, filosofia na veia!

Eu também sou contra arrogância, sempre bebi cerveja BCB, e depois conheci as outras e isso nunca foi intragável, muito menos o camarada que bebe com você, não é pq conheci cervejas melhores ou cervejas diferentes que eu não vá beber mais as BCBs com meus amigos.

Arrogancia existe em tudo que é canto, devo ter me acostumado após começar a trabalhar em Universidade e estudar em uma ao mesmo tempo.
Os PHDeuses tem essa habilidade.
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15 anos 12 horas atrás #8658 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:Breja Chic
Felipe Ribeiro - Duende escreveu:

Os PHDeuses tem essa habilidade.

Ave, não me fale nessa gente, Felipe! Tem dias em que eu me amaldiçoo por ter escolhido seguir carreira acadêmica... Tem um pessoalzinho bastante intragável nas universidades, tanto as "de ponta" quanto as "de esquina".

O interessante é que os PhDs de verdade do mundo cervejeiro (falo de gente como Cilene Saorin, Paulo Schiaveto e outros figuras da grande indústria) não assumem essa posição elitista. Vc jamais verá Cilene Saorin dizendo que o estilo X é "melhor" do que o estilo Y, ou que quem bebe A tem mais "bom gosto" do que quem bebe B. Um degustador profissional de grande indústria é capaz de descrever minuciosamente tudo o que está acontecendo em dois copos de cerveja, mas vai hesitar em dizer qual deles é "melhor" (exceto em casos de cervejas visivelmente com defeito, e mesmo assim, só se forem duas cervejas com propostas parecidas). Esse tipo de auto-afirmação normalmente não tem nada a ver com conhecimento cervejeiro, mas sim com questões pessoais.

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