O segredo é a água? O que faz uma cerveja melhor?

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15 anos 1 semana atrás #7699 por Jean Chris
Mas com certeza se pegarmos a puríssima água da chuva pra fazer cerveja, ficaria também uma porcaria, pois não tem nada de sais minerais e coisa e tal.
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15 anos 1 semana atrás #7713 por Marcio Rossi
Jean Chris escreveu:

Mas com certeza se pegarmos a puríssima água da chuva pra fazer cerveja, ficaria também uma porcaria, pois não tem nada de sais minerais e coisa e tal.


Engana-se Jean. Vc pode fazer excelente cerveja com água da Sabesp, destilada ou mineral, lembrando que a água deve ser tratada (purificada e corrigida) pra fazer cerveja.

Ela deve ser livre de off flavors, limpa e o teor de sais pode ser ajustado por adição, osmose reversa ou filtros iônicos.

O importante é o processo, sobretudo.

Cerveja que se orgulha da água ou lhe faltam outras qualidades relevantes ou aproveita o marketing da lenda para agradar consumidores desinformados.
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15 anos 1 semana atrás #7715 por Jean Chris
Marcio Rossi escreveu:

Engana-se Jean. Vc pode fazer excelente cerveja com água da Sabesp, destilada ou mineral, lembrando que a água deve ser tratada (purificada e corrigida) pra fazer cerveja.


Pois é Márcio, mas o "tratada (purificada e corrigida)" já deixa de ser a pura água da chuva que eu mencionei! O que eu quis dizer é que se o segredo fosse água, não existe água mais pura que a da chuva, aí teríamos (haja vista a pureza) uma ótima cerveja. Mas como qualquer outra água, tem que ser tratada, claro, de geleira, do Tietê ou da chuva!
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15 anos 1 semana atrás #7720 por Gustavo Almeida
Jean

Não acredito que a água da chuva seja tão pura, e nem a mais pura.
A água quando evapora leva consigo alguns poucos elementos, mais leves. E quando cai como chuva, a água arrasta consigo partículas sólidas, fuligem, poeira, vírus e bactérias. A sujeira é maior nas grandes cidades e vai diminuindo até ser quase limpa em um ambiente natural intocado, passando por pequenas cidades e pela agricultura. Por isso, a água da chuva coletada em casas e prédios não pode ser usada para cozinhar alimentos nem beber, mais pra irrigar o jardim e lavar o carro.

Ela pode não ser tão boa pra fazer cerveja, mas é sempre bom coletar água da chuva, seja quem for. Mas cuidado o pessoal de cidade grande, o negócio pode vir meio ácido hehe.

Abraços
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15 anos 1 semana atrás #7732 por Claudinei  
Colegas de trabalho já me disseram: "a Antarctica Original é boa porque a sua água é de Jaguariúna..." :blink:
 
A Moortgat trata a sua água quimicamente de forma a torná-la muito parecida com a da região de Burton-on-Trent, na Inglaterra, para produção da sua Duvel (informação extraída da revista Beer).
 
Quanto ao "preconceito" em relação aos não-maltados, lembro-me da discussão entre um alto escalão da Ambev e aquele professor físico (não recordo agora os nomes), onde o primeiro defende as cervejas "não puro malte" pelo fato de serem mais leves e adequadas ao clima quente e paladar dos "nativos" do nosso país... ora, cervejas puro malte tendem a ser mais saborosas e "pesadas", nós que nos interessamos pelo assunto (e pelo SABOR) aprendemos isso, e eu mesmo tendo a preferir cervejas com essa característica. Mas é aí que entra escolas como a belga, que fazem cervejas com "não-maltados" (a Leffe, por exemplo, leva milho) e SABOROSAS! Esses belgas são mágicos :woohoo:
 
Lembrando que o termo "não-maltados" não é necessariamente sinônimo de milho ou arroz. "Não-maltados" significa cereais que não sofreram processo de germinação controlada, partindo daí até cereais "nobres" como cevada e trigo usados em produção cervejeira podem se encaixar nessa descrição.
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15 anos 1 semana atrás #7747 por Alexandre Almeida Marcussi
Claudinei   escreveu:

Mas é aí que entra escolas como a belga, que fazem cervejas com "não-maltados" (a Leffe, por exemplo, leva milho) e SABOROSAS! Esses belgas são mágicos :woohoo:

Pois é, Claudinei, é por aí que eu penso. O problema é o que fazer com essas outras fontes de carboidratos além do malte de cevada. Nas American lagers industriais, o açúcar é a fonte mais desesperadoramente barata de carboidratos, a mais fim-de-feira (pois é barato, 100% fermentável e não deixa praticamente nenhum resíduo na textura e no sabor, só faz aumentar o teor alcoólico). Nas ales belgas, porém, é um ingrediente básico, porque é preciso atenuar muito o corpo para atingir um resultado maravilhosamente delicado e seco como o de uma Duvel com um alto teor alcoólico. Outro exemplo do que os cereais não-maltados podem fazer por uma boa receita são as rice lagers japonesas, nas quais o uso abundante de arroz resulta num corpo seco e delicado que é interessante. Há um certo mito em torno da ideia de que a Reinheitsgebot seria uma garantia de qualidade e sabor.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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