Mauro Renzi Ferreira escreveu:... eu imagino que deve ser bem legal você tomar uma determinada cerveja cuja água venha de alguma "fonte" natural especial. Pode até ser que não tenha diferença nenhuma na finalização do produto, mas é mais "romantico", digamos assim.
Bom... Romantismo vem muito mais da forma de ver as coisas e pode ser encontrado de outras formas na cerveja.
O Mauro tem razão e expressa um sentimento comum. Muitas cervejarias evocam a tradição para valorizar seu produto, ou exaltam a origem religiosa ou monástica de seus produtos ou mesmo, batizam sua cerveja com tema cristão mesmo que nada tem a ver com a religião. Isso tudo é romântico e tem um sentido: a gente possui uma tendência natural e romântica a valorizar as coisas feitas artesanal e rusticamente.
Muito se engana quem imagina uma cerveja trappista elaborada por um dedicado monge vestindo túnica e mexendo uma colher de pau em um fumegante panelão. Uma cervejaria trappista se parecerá muito mais com a NASA: laboratórios milionários, automação high tech e especialistas de ponta.
Falta romantismo? Pode ser. O fradinho remexendo a panela tem seu charme. Talvez por isso o homebrewing também o tenha afinal somos nós ali, manualmente preparando tudo.
A cerveja será sempre romântica porque é uma bebida milenar, foi apreciada por sumérios, egípcios e romanos. Refresca, alimenta e une as pessoas. Sobretudo, é uma bebida onde se opera o milagre da transformação! Ok, vc pode dizer que nada mais é que uma reação metabólica promovida por uma bactéria asfixiada...Repetindo, o romantismo vem muito mais da forma de ver as coisas.
Não precisamos de água das montanhas para romantizar nossa cerveja.