Novas importações "hors concours"

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11 anos 6 meses atrás #47565 por Pedro Fraga
Fernando, a questão é essa: não tem ninguém interessado em criar ou fazer o mercado crescer, me parece que o movimento é pra sugar tudo que for possível enquanto dá.

Eu não compro cerveja cara, se não fosse por uma saída na semana passada (onde encarei rótulos nacionais acima do preço em um show) estou faz 2 semanas praticamente tomando apenas uma IPA minha que tá no barril no freezer.

Eu quero cervejas que eu possa consumir com frequência (caso sejam boas), que chegem com qualidade e com preços honestos. Já passei da idade de entrar na onda de correr atrás de todas as novidades porque "não posso deixar de perder essa oportunidade".

Minha resposta pra essa turma: "Já perdi, preiboi" :)
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11 anos 6 meses atrás #47566 por Paul K
Respondido por Paul K no tópico Novas importações "hors concours"

Gustavo Guedes escreveu: Pedro, esse seu apontamento é pertinente. Porém, acho que grande parte da culpa desse 'one-shot' é nossa, dos consumidores. Quem aqui compra um mesmo rótulo que custa mais de R$20 com regularidade?


Mas é claro, quem tem cacife pra ficar comprando 6pk de longneck por 120 reais? Não é qualquer cerveja que merece um investimento tão alto. Se custassem metade disso ia ter muito mais gente comprando com mais frequência.

Mas acho que demanda há. Talvez não pras cervejarias desconhecidas do "grande público", mas pra mais famosas com certeza há. Se não tivesse não tinha cada vez mais lojas/bares de cerveja por ai. Mesmo cervejas brasileiras, que por algum mistério costumam ser mais caras ou tão caras quanto as estrangeiras do mesmo tipo, tão vendendo que nem água, veja o post da beer4u umas páginas atrás:

ERITON SOARES escreveu: Pegue um dia como ontem, dia dos namorados, as namoradas queriam cervejas acima de 50 pila.

Quanto as nacionais, o fato é, se vendendo a cerveja a 25 reais eles não atendem a demanda, imagine se uma bodebrown chegar nas gondolas a 15reais[...]

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11 anos 6 meses atrás #47567 por fernando pereira frassetto
Achei pertinente sua colocação Paul, sobre a questão da demanda de certos rótulos, mas o problema exatamente é este: algumas cervejas vendem bem, a grande maioria não. A Bodebrown é uma cervejaria premiada, com excelentes produtos, mas só pratica esse preços por estar na moda. Se não vendesse por mais de 20 baixaria para 10-15 e continuaria existindo do mesmo jeito, sem o mesmo "glamour".
E concordo plenamente com o Pedro: estão sugando o máximo possível antes que essa bolha financeira exploda. Creio que em poucos anos o mercado sofra retração, porque a base de sustentação está sendo, como tudo neste país, mal feita.
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11 anos 6 meses atrás #47568 por Gustavo Guedes
A saída é essa então, cada um que faça sua cerveja e deixe um barril na geladeira.

Cerveja = Felicidade Líquida.
felicidadeliquida.blogspot.com.br/
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11 anos 6 meses atrás #47569 por fernando pereira frassetto

Gustavo Guedes escreveu: A saída é essa então, cada um que faça sua cerveja e deixe um barril na geladeira.


Não deixa de ser uma ótima saída!
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11 anos 6 meses atrás #47570 por Alexandre Almeida Marcussi
Dois comentários que foram feitos aqui ilustram bem alguns dos vícios do nosso mercado. Em primeiro lugar, a questão das namoradas que queriam cervejas acima de R$ 50 para o dia dos namorados. Isso é lindamente BRIC. Não quero saber o que eu estou comprando e consumindo, só quero mostrar que posso gastar mais do que X. Então vai lá, compra uma imperial IPA de R$ 80 para o jantar dos namorados, é um estilo super romântico que com certeza vai agradar todo mundo. Esplêndida cultura cervejeira essa nossa. O problema é que isso não incentiva o surgimento de um público apreciador de cerveja: é apenas um público que compra enquanto for moda para pagar de rico.

A segunda coisa é a questão das importações one-shot. Tenho falado sobre isso há muito tempo aqui. Acho que merecem aplauso estratégias de mercado como a da Brazil Ways, que foi a primeira a trazer cerveja americana para o Brasil, não se aproveitou desse pioneirismo para botar o preço no alto e praticou uma estratégia de penetração para as Brooklyn. Hoje em dia, é uma marca que está em supermercados, a preços mais baixos do que há 3 anos atrás, a despeito da inflação. Isso é criar mercado: é vender consistentemente uma marca que vai ser comprada de novo e de novo. Essa fica quando a bolha estourar. Hoje em dia, de vez em quando (sobretudo quando rola promoção), vale mais a pena comprar Brooklyn do que Eisenbahn para tomar em casa (não vou nem comentar das outras nacionais). Tem sido assim com as Anderson Valley também, por exemplo. Já no caso das trapistas, a situação só mudou quando começou a haver competição pelas importações, com várias empresas trazendo os mesmos rótulos. Tem poucas empresas interessadas em criar uma base de mercado proporcional, mas essas vão ficar se a bolha estourar. As outras, bem, aí elas migram para outras áreas mais rentáveis.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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