Jean Chris escreveu:...É impressão minha ou existe uma certa rivalidade entre os enólogos?
Não é regra, e talvez "rivalidade" não seja a palavra certa, mas sim "competição", há uma briga de egos do cacete pra ver quem já bebeu o vinho mais caro, raro e prestigiado, pra saber quem entende mais do assunto, quem avalia melhor, quem detecta os aromas mais inesperados e exóticos, quem conhece mais vinícolas, quem bebe mais e melhor.
Esse site
aqui
tem mais ou menos a proposta do Brejas, três amigos avaliadores o criaram, postam lá suas notas de degustação, tem um fórum onde os "usuários" também avaliam e debatem demais assuntos voltados ao mundo do vinho, tem artigos, entrevistas, etc. Seria um excelente site se não fossem os exageros, aliás, exagero é o que mais se vê nesse mundo. Muitos bebedores de vinho confundem as coisas, ao invés de tentarem "simplificar" as coisas, ao invés de lutarem para popularizar a bebida, querem mesmo é complicar e elitizar cada vez mais o vinho.
Quando eu participava de fóruns assim (no Orkut) cansei de bater de frente com uma galera justamente por isso (vocês sabem que eu não costumo medir palavras). Certa vez um sujeito falou que lavava suas taças (de cristal, obviamente) com Corega (isso, aquele produto pra limpar dentadura). Outro escreveu numa nota de degustação que o aroma do vinho remetia a breu de arco. Quantas pessoas no mundo sabem o que é breu de arco ? Em outras palavras, é uma frescura muito grande, uma competição sem igual e um esnobismo velado (ou descarado mesmo).
Eu cansei, continuo bebendo (e apreciando) meus vinhos (embora meu consumo tenha diminuído muito após conhecer as boas cervejas), mas perdi a paciência de conversar com esse povo e ler artigos sobre vinhos. É muita canseira !
Meu medo, Jean, é que a cerveja (ou alguns bebedores de cerveja) esteja começando a trilhar esse caminho.