Degustação do fim de semana...

Alexandre Almeida Marcussi escreveu: Degustadas desde a semana passada:

Way Beer Sour Me Not Morango, Acerola e Graviola: sinceramente? Eu estava esperando poder dizer algo do tipo "finalmente temos boas opções de sour nacionais". Mas a verdade é que não gostei de nenhuma. Acidez um pouco grosseira, para poder cortar uma enjoativa e indesejável doçura de malte, aroma das frutas apagado, parecendo fruta passada. Bem aquém das sours importadas com frutas que temos no mercado. A melhor na boca é a Acerola (mais firme e seca), mas achei que a Graviola tem o melhor conjunto (sensação + aroma da fruta).

Também não gostei muito delas. Me pareceram mais berliner weisses super azedas do que as sours americanas ou fruit beers. Se elas tivessem a delicadeza das berliner weisses (como na dogfish head festina peche) teriam ficado bem melhores.

Mais um findi com boas cervas...

- Way Beer Amburana Lager: Posso dizer que superou minhas expectativas! Cor marrom avermelhada límpida, creme de boa formação e persistência (bolhas pequenas, deixa muitas marcas), aroma de torrefação/defumado/leve madeira, corpo médio/alto, sabor complexo, maltado intenso e predominante (leve caramelo, torrado, defumado), levemente licorosa, amadeirado presente, leve álcool, média carbonatação e um suave amargor ao final. Excelente cerveja, muito saborosa e marcante. Lembra um pouco a Eisenbahn Rauchbier, mas é bem mais intensa que a catarinense. Uma bela opção para este clima mais frio de outono. Está entre as melhores nacionais, com certeza. Parabéns a Way por esta singular receita!

- Duvel Tripel Hop 2013 Sorachi Ace: Segunda vez que degusto esta belezura. A aparência é um espetáculo à parte, com seu creme estupendo e eterno que deixa muitas marcas, além da bela cor dourada. Apresenta um plus em relação à já ótima Duvel tradicional (mais corpo, maior complexidade [além do cítrico, algo de damasco, e um fenólico mais intenso], álcool mais presente provocando um leve aquecimento [muito bem vindo nesse frio, diga-se de passagem!]) junto com os já habituais leve amargor e boa presença de fermento no aroma e sabor. Quanto ao exótico lúpulo japonês, de duas uma: ou contribui decisivamente para este belo conjunto, ou então fica meio perdido no meio de tantos atributos (é difícil dizer onde terminam os méritos da levedura e onde começam os do lúpulo ). De qualquer forma, é uma senhora cerveja, que honra a escola belga com sobras! Detalhe: guarda muitas semelhanças com outra belga que adoro: Westmalle Tripel.

E outras já comumente consumidas:

- Eisenbahn Weihnachts Ale;

- Heineken;

- Bavaria Premium.
 

Anner Maria Degolada: Tripel bem robusta, tanto em intensidade de sabor, corpo e graduação alcoólica. Por isso mesmo é um pouco imprecisa e perde em drinkability.

Dieu du Ciel! Rigir Mortis Abt.: boa quadrupel, traz uma riqueza maltada interessante, bem contraposta por um amargor herbal atípico ao estilo. Dentre as versões americanizadas, ela se saiu bem pelo conjunto equilibrado.

Founders Dry-hopped Pale Ale: boa pedida sempre. Saborosa e refrescante.

Invicta + Sixpoint Sexta-feira: aprovada! Ficou ali bem entre uma IPA e uma Imperial IPA, de cor clara, corpo leve, amargor predominante mas não pedante, com destaque pra notas de limão e laranja, sugerindo o uso de Sorachi Ace como destaque da fórmula.

Bebi a Eisenbahn Pale Ale esse final de semana e já tive a oportunidade de beber ela e até visitar a fabrica. Porém, senti um gosto diferente totalmente das primeiras Eisenbahn que tomei.
Alguém notou isso também? Ou é receio de cervejeiro orgulhoso por saber que a Brasil Kirin comprou a fabrica?

Algumas prazerosas revisitas... porque cerveja boa não é pra se beber uma vez só!

- Paulaner Hefe-Weissbier Naturtrüb: Minha cerva de trigo clara preferida. Bom corpo, bom caráter de malte, esterificação (banana) e fermento generosos e uma acidez na medida que aliada à alta carbonatação proporciona muita refrescância e drinkability. É muito saborosa. Sou fã!

- Therezópolis Rubine: Bela cerveja, bom corpo, malte caramelo evidente junto com notas de torrefação e um suave amargor. É bem saborosa, mas o açúcar mascavo mencionado no contra-rótulo contradiz a inscrição "puro malte" ao sugerir uma fonte adicional de alimento para o fermento...

- Eisenbahn Weizenbock: Se a Paulaner acima é a minha preferida entre as claras de trigo, esta aqui é uma das que mais gosto entre as escuras. Complexa e deliciosa como sempre. Encorpada, malte generoso, caramelo, frutas escuras (passas, ameixa), leve acidez, álcool generoso sem ser agressivo... tudo isso por pouco mais de cinco contos! É tudo de bom!

- Eisenbahn Strong Golden Ale: Muito esterificada (compota de frutas) além de um bom corpo e uma certa licorosidade. Dulçor um pouco desequilibrado, e o creme deixa marcas mas decepciona pela curta duração. Uma curiosa interpretação puro malte de um clássico belga que vale a pena ser degustada de vez em quando.

- Heineken.
 

Sexta Feira e 6 o´clock (Invicta/sixpoint): ambas muito boas, sendo a s.f. uma das melhores dipa e a 6 uma das melhores session ipa que já provei.

Founders Backwoods Bastard: Sensacional, muito saborosa!!

Brewdog Libertine Black Ale: Com a brewdog não tem erro, mas infelizmente elas chegam aqui caras demais... rs