Sabe aquela história de não sou o dono, mas sou o filho dele ?
Pois bem, não provei a Westvleteren 12, considerada a Deusa da cerveja, mas provei sua filha, a St. Bernardus Abt 12.
Se ela é realmente muito semelhante a Westvleteren, como dizem, eu não sei, pois ainda não tive a oportunidade de provar a outra, mas não resta dúvida que essa breja tem personalidade para figurar entre as melhores do mundo.
Marrom escura, não deixa passar luz através de sí.
O creme é marrom e absurdamente persistente, deixando a cerveja com uma linda aparência até o fim da degustação.
No paladar, de tudo um pouco: chocolate, café, caramelo, frutas, malte, lúpulo, torrefação e um milhão de outras sensações, mas tudo muito equilibrado assim como seu álcool que se faz presente em todo o momento.
Acho difícil apontar uma cerveja como a MELHOR que já provei, mas uma coisa posso dizer, no meu top 3 ela está com toda a certeza.
Dessa aqui é até difícil falar... de tão complexa que é esta obra de arte agrícola. Cobre bem escuro. Espuma de ótima formação, densa e persistente. No nariz, notas frutadas complexas: uvas, figos, tâmaras, frutas passas e vinho do porto. Ainda no aroma, algum adocicado e tostado (malte). Na boca, tem uma maravilhosa doçura, toques vínicos e levíssimo amargor para contrabalançar a doçura. Calor alcoólico maravilhosamente bem inserido, alguma secura, com retrogosto frutado, vínico e alcoólico. Uma das melhores entre todas as cervejas que tomei até hoje. A St Bernardus produziu cervejas para a abadia de St Sixtus (Westvleteren). Simplesmente excepcional essa cerveja!!!
A Abadia de St. Bernardus tem uma história diretamente vinculada com a abadia trapista de St. Sixtus, produtora das Westvleteren. Com a falta de estrutura na St. Sixtus, os monges terceirizavam a fabricação de sua cerveja. Com as mudanças de regras para adquirir o selo de cerveja trapista a St. Sixtus acabou sendo obrigada a fazer as Westvleteren dentro do próprio mosteiro e a St. Bernardus, fez então sua própria marca. Esta Quadrupel então seria teoricamente a equivalente a cobiçada Westvleteren ABT12, considerada por muitos, a melhor cerveja do mundo.
Na taça mostra uma coloração marrom, com nuances avermelhadas e praticamente nada de translucidez. O creme mostra-se abundante, e duradouro, com uma textura cremosa e coloração bege, deixando marcas por toda a lateral da taça.
O aroma mostra muito pouca intensidade, mas altíssima complexidade. Possui delicadas notas florais do lúpulo no fundo e aromas de chocolate, nozes e milhares de sensações frutadas: cerejas, ameixa, uvas maduras, banana e até vinho do porto. O álcool mostra-se bem pronunciado logo de entrada no aroma.
Na boca tem a doçura característica do estilo bem pronunciada, lembrando caramelo e chocolate. Novamente os tons de uva e licor de cereja, dão as caras, graças ao esteres das leveduras. O final do gole contrasta perfeitamente com o começo, trazendo um toque fenólico e picante de pimenta do reino e até um amargor de chocolate. O álcool contribui com o caráter picante, mas mostra-se um pouco desequilibrado, na minha opinião. Há um fundo terroso no retrogosto. Seu corpo é denso, com textura lisa e uma carbonatação potente.
Uma Quadrupel que confunde bastante, horas trazendo características mais doces e delicadas, outras trazendo nuances muito mais rústicas. O calcanhar de aquiles da cerveja acaba senso o desequilíbrio alcoólico, e a sensação terrosa um pouco desconfortável. Nada que tire o mérito desta cerveja divina.
Bela cerveja, com raízes na história da Westvleteren. Por vários anos, a abadia de St. Bernardus produziu as Westies com a receita trapista.
Sabor e aroma excelentes, uma cerveja forte, boa espuma, cor caramelo. Aroma de frutas, cereais, mantendo o adocicado típico do estilo. Ótimo drinkability, excelente !