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Sierra Nevada no Brasil em Fevereiro!

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9 anos 9 meses atrás #60537 por Gustavo Guedes
Eriton, óbvio que todos tem que ter lucro, manter o negócio e ninguém é ONG.

Mas, olhando pelo lado de consumidor, temos que ter analise crítica de preços e ver o nosso lado.

O que eu discordo são de preços que penso serem inflacionados demais. 24 reais numa APA de 355 ml é caro demais.Isso é fato. É preço pra degustador de uma vez, como bem explicou o Marcussi.

É como eu disse: tudo é desculpa pra preço alto, é preço do lúpulo, cadeia refrigerada, dólar, imposto, margem... e o que joga a favor do consumidor? Apenas o senso crítico de dizer "não pago"e forçar promoções.

Eu não costumo comprar em empórios por causa do preço, compro mais em mercado e distribuidores, de fato. Empórios/ lojas especializadas, só compro em promoção.

Torço pra o Pão de Açúcar entrar nos pkayers de importação direta. O Walmart importa a Sam Adams e vende a 39 o six pack....

Finalmente, aqui no rio não para de abrir lj de de cerveja, eh uma atrás da outra... creio que não se sustentem a médio prazo.

O Globo comentou isso numa notinha e disse que cerveja artesanal é o novo Yogoberry!!

Cerveja = Felicidade Líquida.
felicidadeliquida.blogspot.com.br/
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9 anos 9 meses atrás #60539 por Gabriel Rogel
Os preços das brejas estão frustrantes, não só da Sierra Nevada, eu queria muito beber a Imperial Stout deles mas toda essa importação me parece um jogo de lucros, daqueles, "se colar, colou" e eu não vou entrar nessa ...

Existem boas cervejas por 10 reais ( www.brejas.com.br/lista/cervejas/boas-ce...-lojas-supermercados ) e tb muitas na faixa de 15,00 que são bem boas... passar disso vai ser complicado agora pra mim, mesmo pq perdi muito a empolgação nesse mercado, como estão dizendo, "tem que partir pra produção caseira" ... talvez volte a fazer breja, mas hj, vejo esse mercado brasileiro com muita desconfiança...
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9 anos 9 meses atrás #60542 por Alexandre Almeida Marcussi

Gabriel Rogel escreveu: perdi muito a empolgação nesse mercado, como estão dizendo, "tem que partir pra produção caseira" ... talvez volte a fazer breja, mas hj, vejo esse mercado brasileiro com muita desconfiança...


Somos dois. Sou hoje um consumidor muito pouco motivado. Nunca achei factível para o meu nível de renda nem sequer pagar R$ 10-15 numa long neck de IPA, que dirá agora que está batendo os R$ 25? O resultado natural não pode ser outro a não ser a migração dos consumidores para outros mercados minimamente mais recompensadores (síndrome do Yogoberry/paleta mexicana). Na minha opinião, quem está investindo em cervejas especiais agora esperando a fidelidade dos consumidores a uma suposta e quimérica "cultura cervejeira" vai dar com os burros n'água. Cerveja não é filosofia, cerveja não é estilo de vida, cerveja não é arte. Cerveja é só uma bebida. Como ela, tem um monte de outras.

Eu mesmo tenho progressivamente substituído a cerveja pelo vinho, e descobri que pago bem menos para beber vinhos decentes do que para beber cervejas decentes (exceto se eu aceitar beber sempre as mesmas 3 ou 4 cervejas). Não consigo mais conceber ir a um bar e gastar R$ 100 em cerveja para ficar tão alegre quanto ficaria com uma boa garrafa de vinho de R$ 40. E sou um blogueiro de cerveja, o que, pelo menos em teoria, implica um certo comprometimento afetivo com a bebida. Fico imaginando que, se não fosse pelo blog, talvez hoje eu nem bebesse mais cerveja.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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9 anos 9 meses atrás #60543 por Gabriel Rogel
Eu entendo Marcussi, vejo seu blog e percebi o último post sobre espumantes...
As coisas estão mesmo estranhas, para acompanhar o mercado cervejeiro a grana tem que ser alta, me sito cada vez mais deslocado, fora da cena, a real é que sempre vai aparecer coisas novas para experimentar (brejas vindas de fora que são ou se tornaram clássicos) e com os preços que estão sendo praticados é complicado...
Minha situação financeira agora é frágil, mas se eu ganhasse 10.000 por mês ainda acharia um absurdo uma APA por 24,00 reais (nos lugares mais baratos, nem se fala em shopping e tal)...
A APA da Sierra Nevada é muito boa, uma cerveja muito bem equilibrada, mas talvez o Brasil seja o único lugar no mundo onde ela é um "produto de luxo"
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9 anos 9 meses atrás #60544 por Gustavo Silva
Que bom que não sou o único que acha ridículo pagar R$15,00 numa cerveja aguada, que eu poderia fazer igual e muitas vezes bem melhor em casa gastando R$1,50.

Há meses parei de comprar cervejas. As novidades eu só tomo em festivais (e como ultimamente no RS está tendo bastante...) e quando há promoção no Zaffari. Com a Sierra Nevada não vai ser diferente. Gostaria muito de provar a imperial stout, mas chegando próximo aos R$25,00 vou continuar na vontade.
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9 anos 9 meses atrás - 9 anos 9 meses atrás #60547 por Eduardo Guimarães Insta @cervascomedu
Marcussi, concordo com você em relação ao custo benefício atual na comparação cervejas artesanais x vinhos. Há alguns anos atrás meu foco de degustação e de leitura estava nos vinhos e hoje sinto a diferença em termos de custo quando mergulhei de cabeça nas cervejas. Minha mulher consome vinhos e de fato é inegável a diferença nos gastos. No entanto, acho que tem uma variável importante: o mercado de vinhos parece-me mais consolidado, vide variedade bem maior de pontos de venda ou volume em prateleiras de supermercados (aqui no Rio, por ex, há centenas de supermercados com ótima variedade de vinhos, mas cujas prateleiras ainda não possuem uma cerveja artesanal sequer). Acho que até os nichos dentro do mercado de vinhos me parecem mais consolidados: consumo de luxo, turismo para vinícolas, etc.
No entanto, acho que muitos rótulos de cerveja artesanal têm melhorado o custo benefício. Lembro-me, inclusive, que quando já comprava ótimos vinhos no Rio por 25-30 reais há uns 5-7 anos atrás, cervejas como Delirium, Maredsous, Chimay, Achel pequenas custavam 18-22 reais em poucos pontos de venda pela cidade. Hoje os rótulos de vinhos que eu tomava estão na casa dos 40 reais, mas os rótulos de cerveja citados são encontrados na mesmíssima faixa de preços, ou seja, o custo benefício de vários rótulos “clássicos” melhorou. Na mesma linha, Chimays, St Feullien, Delirium e Maresous 750ml eram o preço de duas boas garrafas de vinho na época - 50 reais - mas hoje uma Chimay, Delirium ou St Feullien grande tem no Rio o mesmo preço de uma boa garrafa de vinho, pois se encontra pelos mesmos 50 reais; Maredsous 750ml se acha até por 39 reais fora de promoção. Navegando aqui pelo Brejas, dá para ver, por ex, que encontrar há 4 anos atrás Chimay 330ml por 15 reais fazia todo mundo correr para o ponto de venda; hoje estes 15 reais são o preço padrão de alguns empórios, Pão de Açúcar e SuperPrix para o rótulo.
Há processos paralelos, que encarecem, por outro lado, muitos rótulos. Tenho a impressão que o mercado de cervejas ainda está em fase de, digamos, "acomodação' no Brasil: mapeamento das preferências de estilo, estudos sobre pontos de venda, distribuição inter regional vivendo ainda problemas importantes, adaptação muito recente do MAPA e por aí vai. Assim, como o mercado de cervejas artesanais ainda é - ou pelo menos é vendido como - "novidade" (vide títulos de reportagens de mídia de massas e alternativa, onde essa expressão quase sempre figura em títulos ou subtítulos) há inclusive consumidores que tem dificuldade de mapear os melhores locais para comprar as brejas.
Conto aqui um causo: um colega de trabalho descobriu que eu me amarro em cervejas e puxou papo comigo sobre o assunto. Ele já bebeu uma quantidade razoável de rótulos, sabe identificar alguns estilos, mas sequer sabia que o Superprix (um dos melhores supermercados do Rio para comprar artesanais, talvez o melhor) vendia cervejas perto da casa dele; quando eu falei dos preços do Superprix, ele tomou um susto, posto que comprava bem mais caro em uma delicatessen.
Considerando o fator "novidade" do mercado de cervejas artesanais, acho que existe uma tensão entre dois processos contraditórios no mercado cervejeiro, mas que não são excludentes: de um lado, temos brejas que chegam ao mercado (seja do exterior ou nacionais) de maneira contínua, com preços aceitáveis (não necessariamente baixos) e mais baratos do que há anos atrás e, de outro, brejas que chegam no sistema vaga lume (surgem com "brilho de novidade e preços muito altos", mas, depois, somem do mapa). Nessa primeira tendência incluo Way, linha St Bernardus, Brooklyn, Chimay e algumas outras. Para segunda tendência, há incontáveis exemplos de lançamentos nacionais ou de importações únicas do rótulo estrangeiro.
Acho que essa dinâmica evidencia, pelo menos em parte, duas concepções de mercado: ter as brejas "especiais" como hábito de consumo de classe média vs. conceber essas brejas como produtos gourmet de luxo.
Não sei se isso é fruto da realidade carioca, mas não estou tão pessimista em relação a esse mercado: as prateleiras de supermercado com cervejas especiais aumentam (baixando o preço médio de acesso a esses produtos, se comparado aos antigos empórios restritos onde eu as encontrava), aumento substantivo de lojas de cervejas artesanais (e do público frequentador das lojas mais antigas) que vendem artesanais na pressão (bares como Botto, Antiga, Colarinho, Pub Escondido estão cada vez mais cheios, talvez porque o custo benefício do chope seja em muitos casos - não todos, é claro - mais interessante) e a força do público presente em eventos cervejeiros (Mondial de la Bière 2014 no Rio foi realmente impressionante em termos de público).
Acho que é preciso estar atento a esse tensionamento que mencionei (brejas "especiais" como hábito de consumo de classe média vs. conceber essas brejas como produtos gourmet de luxo) dentro de um mercado mais jovem do que o de vinhos, pois se um desse modelos se tornar, digamos, "hegemônico", teremos dois futuros mercados completamente distintos.
Ultima edição: 9 anos 9 meses atrás por Eduardo Guimarães Insta @cervascomedu.
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