Pois é, não adianta nada abrirem várias lojas especializadas em cervejas, se os preços são sempre exorbitantes e estão em constante aumento. Deve ser um lugar agradável e tudo o mais, mas como conheço bem os preços cobrados por aqui (me refiro aos bares da 408 e às lojas da 409 e 412 Norte, pois moro bem ao lado deles), devem ser de assustar qualquer um.
Como, afinal, combater os preços de mercado e, sobretudo, o próprio mercado de cervejas no Brasil e exterior (como na América Latina, em geral)?
Como, mais precisamente, combater a AmBev e seu monopólio descarado?
Penso que, se há algum envolvido na real manipulação de taxações e impostos sobre a circulação de matérias-primas, instrumentos de produção e, enfim, pela própria cerveja, é a maldita AmBev!
Lembro de uma antiga comunidade no Orkut (Não bebo AmBev, bebo cerveja!) - não sei mais como anda - que tinha uma função político-econômica clara e importantíssima: tentar combater o monopólio da AmBev.
Sonho com o dia em que o Brasil (e onde mais a AmBev estender seus tentáculos perniciosos) respirará uma outra atmosfera cervejeira, renovada e consciente. Não digo que se trataria de um Renascimento da cerveja, como houve nos EUA, pois nunca tivemos nem mesmo um Nascimento dela na América Latina, e é disso mesmo que precisamos: uma proliferação de micro-cervejarias por todas as partes e em todos os estados brasileiros, assim como em outros países deste continente.
E, na melhor das hipóteses, precisamos de micro-cervejeiros conscientes de sua posição frente ao conglomerado econômico anti-democrático chamado Interbrew (InBev). Preciamos de micro-cervejarias que criem e vendam boas cervejas a preços realmente acessíveis a todos e, a princípio e na medida do possível, abdicar de seus lucros individuais iniciais para que este combate seja efetivo. Não adianta termos algumas boas cervejarias, se os preços cobrados continuam sendo exorbitantes.
Cerveja não é artigo de luxo (não deve ser, pois tem uma história que nos diz isso) e não deve ser elitizada, apropriada por uma pequena parcela de pessoas. Precisamos de boas cervejas acessíveis a todos. Precisamos criticar e abandonar este rótulo obscuro: cerveja especial. Ora, como é possível uma cerveja especial? Para que isso seja possível, é preciso que exista ao mesmo tempo um parâmetro negativo (como as antarcticas da vida). Portanto, é o mesmo cenário - o que vivemos - onde coexistem a urina ambeviana e as cervejas ditas especiais.
Meden Agan