Bohemia Oaken: Valeu esperar?

Alexandre Marcussi escreveu:

A Confraria é minha Bohemia preferida, por enquanto. Ela é inspirada na Leffe Blonde, só que mais atenuada em complexidade e em intensidade. Mas tem as mesmas notas de cravo e abacaxi em calda que podem ser sentidas na Leffe. Acho que ela tem um desempenho razoável, considerando que é uma receita com cereais não-maltados e que é uma versão feita para não assustar o paladar do bebedor leigo, o que significa que não será tão intensa quanto a Leffe.

Eu nunca encontrei a Leffe Blond à venda em mercados, vi no Sam's Club (Bom Retiro - SP Capital) por 4,5 porém não ia fazer a carteirinha apenas pra comprar essa cerveja - os outros preços não estavam bons) mas se achar a Leffe Blond no preço da Brune no Sonda (Água Branca - SP Capital) que saiu pela bagatela de 2,5 e o sabor for semelhante a Confraria (com aquele creme da Leffe e com melhor sabor)... adeus Bohemia Confraria !

Inbev trazer a Leffe - que é melhor as 'especiarias' nacionais da empresa por preços semelhantes - é querer realmente queimar a própria marca Bohemia hahaha

Alexandre Almeida escreveu:

Inbev trazer a Leffe - que é melhor as 'especiarias' nacionais da empresa por preços semelhantes - é querer realmente queimar a própria marca Bohemia

Mas é importante considerar que elas atendem a públicos diferentes. A marca Bohemia tem maior penetração de mercado e maior aceitação pelo público leigo, até porque a Leffe pode assustar quem não está acostumado com cervejas especiais e com a intensidade das ales de abadia (já ouvi uma pessoa falando que ela é muito forte e outra dizendo que ela é enjoativa). Nesse sentido, a Confraria às vezes é uma melhor opção para agradar certos segmentos do público do que a Leffe. Para o dono de um bar que não é especializado em cervejas, é muito mais garantia de venda oferecer Bohemia Confraria do que Leffe.

Além do quê, a Confraria tem também o papel de "despertar" o paladar para cervejas mais complexas e intensas - por exemplo, a própria Leffe! Com isso, a AB InBev pode inclusive usar uma das suas marcas como ferramente de introdução de uma segunda de suas marcas, o que não é uma estratégia de mercado tão má assim. Não vejo as pessoas parando de tomar Bohemia tão cedo porque podem comprar a Leffe, mesmo que seja pelo mesmo preço.

Procure nos supermercados das redes Wal-Mart e Pão de Açúcar, que normalmente trazem a Leffe Blonde com alguma regularidade. O que eu tenho achado difícil de encontrar é a Leffe Brune, que também é excelente. Vale a pena o comparativo Confraria x Leffe para entender melhor as semelhanças e diferenças entre as duas.

Só um comentário: além de ser apreciador de boas e especiais brejas, sou há mais tempo apreciador de vinhos finos e digo sem medo de errar que qualquer produtor de vinho que assuma que faz uso dos tais "chips" de madeira estará fadado ao desprezo e terá seus vinhos relegados à produtos inferiores, de 3º categoria em termos de processo...

Um bom vinho oaked passa APENAS pelo carvalho da barrica. O uso de chips de madeira é visto como uma "trapaça" no processo de maturação do vinho e não vejo muito diferente no caso dessa cerveja. No caso de alguns vitivinicultores, eles fazem uso dessa técnica para acelerar o "taste" amadeirado. Pelo volume produzido e sede de mercado da Bohemia, talvez esse seja o caso (descarado e usado no marketing como sendo algo "bacana"... Mas, não é!).

Vou experimentar, mas só se o preço estiver na faixa de uma Confraria. Caso contrário, sem chance!

"Mas é importante considerar que elas atendem a públicos diferentes. A marca Bohemia tem maior penetração de mercado e maior aceitação pelo público leigo..."

Alexandre,

Concordo contigo, acho que o papel das Bohemia é por ai, embora a AmBev afirme que se tratam de cervejas especiais (bom, de certa forma é) com qualidade superior (bom, de certa forma, se comparadas às demais ambevianas também é) as Bohemia (salvo a Pilsen) servem também para "preparar" o consumidor leigo a apreciar cervejas melhores.

Eu já disse isso e repito, a AmBev contribuiu (e contribui) em muito para o "beerevangelismo" brasuca, além da linha especial da Bohemia ela trouxe Leffe, Franziskaner, Hoegaarden, etc e entrou com essas cervejas nas grandes redes de supermercado.

A Confraria e a Weiss foram umas das primeiras cervejas "diferentes" que bebi, na época as achei fabulosas e elas ajudaram muito no meu interesse por cervejas diferenciadas.

Muitos dos confrades aqui mostram um ódio ferrenho pela AmBev, entendo que é uma macro extremamente capitalista (e qual não é ?)que tem um marketing extraordinário e visa um público leigo, por isso usa e abusa do discurdo "as melhores cervejas do Brasil." No fundo são, para o paladar leigo do brasileiro a Bohemia é muito melhor que a Gold, a Original é muito melhor que a Heineken, a Skol é muito melhor que a Itaipava, a Antárctica muito mais que a Kaiser e assim sucessivamente.

Acho que é preciso, antes de criticar a AmBev (longe de querer defendê-la) rever os conceitos, rever sua proposta. A AmBev não fabrica cerveja para nós, fabrica pro consumidor leigo que não gosta de brejas encorpadas de paladar acentuado, etc. Com as Bohemia está tentando atingir um público que se arrisca numa cerveja melhorada, que fuja ao tradicional estilo "Brazilian Pilsner". E qual a empresa, fabrique ou venda o que for, vai falar nas suas propagandas que seu produto só serve para consumidores leigos e/ou menos exigentes ? Imagina as Casas Bahia anunciando: "você, povão, com gosto duvidoso, venha para as Casas Bahia comprar sofá Ludival e Tapete J. Serrano ! Mas se você prefere um design mais moderno, é mais exigente com a decoração de sua casa, vá comprar na Etna, Tok & Stok, Artefacto !...

Alexandre Marcussi escreveu:

Não vejo as pessoas parando de tomar Bohemia tão cedo porque podem comprar a Leffe, mesmo que seja pelo mesmo preço.

Espero que não desista da Confraria (convenhamos que o apelo visual é forte !)

Procure nos supermercados das redes Wal-Mart e Pão de Açúcar, que normalmente trazem a Leffe Blonde com alguma regularidade. O que eu tenho achado difícil de encontrar é a Leffe Brune, que também é excelente. Vale a pena o comparativo Confraria x Leffe para entender melhor as semelhanças e diferenças entre as duas.

Cara, eu só acho a Leffe Brown (que eu adoro!) tanto no PdA, Carrefour e Sonda ! Onde voce mora e onde você compra suas Blonde ? Pelo jeito, a distribuição deles não tá tão boa, sobra Brune aqui e Blonde sem chance (a unica que achei foi no Sam's Club por 4,5!)

Fábio (Guima) escreveu:

Eu já disse isso e repito, a AmBev contribuiu (e contribui) em muito para o "beerevangelismo" brasuca, além da linha especial da Bohemia ela trouxe Leffe, Franziskaner, Hoegaarden, etc e entrou com essas cervejas nas grandes redes de supermercado.

A Confraria e a Weiss foram umas das primeiras cervejas "diferentes" que bebi, na época as achei fabulosas e elas ajudaram muito no meu interesse por cervejas diferenciadas.

Muitos dos confrades aqui mostram um ódio ferrenho pela AmBev, entendo que é uma macro extremamente capitalista (e qual não é ?)que tem um marketing extraordinário e visa um público leigo, por isso usa e abusa do discurdo "as melhores cervejas do Brasil."

(...)

E qual a empresa, fabrique ou venda o que for, vai falar nas suas propagandas que seu produto só serve para consumidores leigos e/ou menos exigentes ? Imagina as Casas Bahia anunciando: "você, povão, com gosto duvidoso, venha para as Casas Bahia comprar sofá Ludival e Tapete J. Serrano ! Mas se você prefere um design mais moderno, é mais exigente com a decoração de sua casa, vá comprar na Etna, Tok & Stok, Artefacto !...

Não entendo esse ódio a Inbev, como se a cerveja que eles vendessem fosse 'uma manipulação sobre o grande público oferecendo para eles falsa cerveja e cabe aos legionários iluminados mostrar ao mundo os males da empresa e apresentálos o caminho da luz'.

Pô, se eu tenho uma crítica a empresa seria talvez a falta de um mínimo investimento em marketing nas importadas ou talvez da própria Confraria

Sobre essa comparação das Casas Bahia: me rachei aqui hahaha