Enfim, finalmente estou diante da maior lenda do mundo cervejeiro, aquela que muitos consideram como a melhor de todas as cervejas. Antes, para aguçar o paladar ao extremo, nada mais nada menos do que uma Rochefort 10 que, mesmo após meia dúzia de degustações, ainda consegue provocar sensações surpreendentes. Entretanto, esta ainda não era - ou não deveria ser - a maior estrela desta noite.
Logo ao servir, veio a pulga atrás da orelha: Formou pouca espuma, uma pequena camada densa sob bolhas grandes e esparsas, mas nada que tenha durado lá muito tempo, ao contrário do que todos aqui relataram. Não fosse o aroma forte, complexo e delicioso, teria achado que se tratava de uma falsificação barata.
O sabor é extremamente intenso, apresentando notas de lúpulo, vinho do porto, frutas escuras, vermelhas e cítricas, malte tostado e chocolate. O corpo é robusto e o final é longo a ponto de parecer interminável.
A lupulagem, ao meu ver, poderia ser mais comedida. O amargor intenso e longo confere muita personalidade à ela, mas por vezes se sobrepõe às outras sensações, prejudicando a harmonia do conjunto.
Comparando com a Rochefort 10, diante da sombra monstruosa da cerveja que a precedeu, a Westvleteren ABT 12 é ainda mais intensa, mas menos complexa e bem menos equilibrada. Confesso que estou um pouco decepcionado. Sou muito mais dos monges de Saint Remy.
Eis que finalmente a Westvleteren 12 cruza meu caminho. Parafraseando o confrade: não se pode ficar indiferente a essa breja. E se precisa definí-la em uma palavra, esta seria "harmonia". E é um feito extraordinário ser o equilibrio em uma breja onde tudo é intenso. Preocupei-me em retirá-la da geladeira e aguardar que a temperatura atingisse algo acima em torno dos 15 graus. Aliás, aqui um adendo: nunca deixe na geladeira uma breja aguardando ocasião especial; pensei em dezenas de momentos que merecessem sua abertura...mas foi nesta segunda-feira ordinária que ela chamou meu nome de dentro da geladeira. Escura, turva, contra luz tem cor de caramelo. A segunda palavra pra falar dela, do aroma ao paladar, seria complexidade. Frutado com certeza, adocidacada, ninguém falou de uvas que pra mim ficaram marcantes, lúpulo perfeito no retrogosto, malte, café, caramelo...meu Deus, onde termina essa cerveja?? Sobre o alccol, impressionante, absolutamente inserido sem destacar-se em momento algum. Em resposta a minha pergunta sobre quanto alccol pensava ter nessa breja, minha esposa respondeu: uns 3? Eu teria chutado (na verdade chutei) 6,5... Impressionante. Fechando tudo: harmônica, complexa e intensa. Em uma palavra só? Maravilhosa!
Otima cerveja, merece o ranking, mas um pouco doce demais p/ meu gosto, a adicao de acucar e facil de perceber, mas eles sabem o q estao fazendo. Tenho algumas garrafas em casa se alguem estiver interessado.
A melhor cerveja que já tomei! PERFEITA! Verti lágrimas sinceras. Monjes inspiradíssimos ao criar esta preciosidade. Extremamente equilibrada e complexa.