Degustada em Bruxelas. Finalmente, este humilde degustador foi, emocionado, apresentado a esta verdadeira lenda. Vamos a ela. Possui coloração marrom média, límpida, creme bege intenso e que deixa profundas marcas nas bordas da taça. Aroma intensamente perfumado de figos doces, cerejas pretas, cassis e um final com ligeiro toque de cravo. Agora, o sabor é uma coisa de outro mundo. A impressão que passa é que partículas de malte explodem em sua boca a medida em que é sorvida, deixando um rastro licoroso de figo, mel e amêndoas, culminando para um final seco e prolongado. A melhor cerveja que este degustador já provou, sem dúvida nenhuma. Maravilhosa.
A mais cobiçada de todas as brejas. E eu tive o prazer de tomá-la na Bélgica, no próprio bar In de Vrede da Westvleteren. UMA HONRA!!! Breja fantástica. Experiência única...
Havia ganhado essa cerveja em fevereiro e como o ano foi bem corrido, muitos afazeres, fui deixando e deixando até que chegou meu aniversário e decidi comemorar em grande estilo a data.
Até então a melhor cerveja que tinha degustado era a St Bernardus Abt 12, todavia não posso deixar de reconhecer a superioridade da Westvleteren Abt 12. Ambas são deliciosas, e bem parecidas até, entretanto a Westvleteren é bem mais equilibrada que a St Bernardus que puxa mais para o adocicado.
Na aparência a Westvleteren 12 tem uma coloração marrom escura com líquido bem denso sua espuma é bege com ótima formação e persistência;
Seu aroma tem um leve torrado, vinho do porto, frutas vermelhas e caramelo;
Já no seu aroma se destaca o equilíbrio perfeito entre o adocicado, amargor e o álcool.
Não escondo aqui a emoção de ter tido o privilégio de degustar esta lenda, este mito.
Na companhia de meu irmão experimentamos esta iguaria trapista numa tarde de sol nos jardins de Westvleteren, Abadia de Sin-Sixtus.
A aura mística e o ritual com que é servida fazem dela ainda algo mais especial.
A garrafinha você não pode levar.
Tampada você não pode nem pegar nas mãos.
O garçom abre na sua frente e serve em seu cálice.
Começamos pela West 12.
Cor escura, espuma amarronzada.
Linda.
Aroma frutado.
Frutas em compota e melão. Sim,melão.
Seu equilíbrio é incrível.
O álcool até então imperceptível vai aparecer no aquecimento delicioso na garganta.
Sem dúvida uma cerveja que vale uma viagem.
Inesquecível.
Quase fui às lágrimas...
De quebra ainda tivemos a honra de sermos conduzidos por um dos monge até a igreja de dentro do mosteiro para uma breve oração.
Tínhamos muito a agradecer.
A mais mítica e inacessível entre as trapistas é uma Belgian dark strong ale potente, muito aromática, seca, com um amargor assertivo que representa bem o jeito trapista de fazer cervejas belgas. No copo, mostra bela cor de mogno, boa transparência e espuma impecável. O aroma é um festival de complexidade, destacando-se as frutas e especiarias trazidas pela levedura (a cervejaria usa a mesma da Westmalle). Maçãs vermelhas e pimenta-do-reino são evidentes, reforçadas por sensações de uvas passas, vinho tinto, mamão papaya, leve acetona e toques sutis de cravo, alcaçuz e sementes de coentro. O lúpulo aromático contribui com toques sensíveis de ervas finas, e o caramelo típico do estilo é mais suave do que em outras interpretações. Mel, rosas e algum plástico fecham sua enorme complexidade. Na boca, a entrada mostra a doçura que é típica do estilo, mas ela logo evolui para um final caracteristicamente amargo e seco, austero como os monges da abadia de São Sisto, com uma forte e gostosa sensação de picância fenólica que traz à tona de forma interessante o aquecimento alcoólico. A Westvleteren 12 é a mais lupulada das dark strong ales trapistas, com potentes 38 IBUs, o que explica essa sensação. O corpo é médio para alto, licoroso mas razoavelmente seco se considerarmos o estilo. Uma cerveja carregada de tanta aura mítica é difícil de se avaliar objetivamente: normalmente a alta expectativa contribui para que a valorizemos ainda mais. No entanto, é forçoso reconhecer que realmente se trata de um grande exemplo de dark strong ale, puxando para o lado mais austero, rústico e "masculino" do estilo mas sem abdicar de complexidade e sofisticação aromática.