Como [how to]

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14 anos 11 meses atrás #4318 por Leonardo Russo
Criado por Leonardo Russo no tópico Como [how to]
Fiquei pensando, depois de algumas acusações, quais são os cuidados que vocês tem ao degustar uma breja? Ou seguindo o título, Como vocês degustam sua breja? Dão todos cuidados necessários? Ou vai pela tangente? Numa situação do tipo um bar especializado nesse assunto [brejas diferenciadas], vocês também seguem os procedimentos?

Hehehe, fazendo isso seria uma cervochatice ou o normal?

Dúvidas de um freshman.

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14 anos 11 meses atrás #4321 por Mauro Renzi Ferreira
Respondido por Mauro Renzi Ferreira no tópico Re:Como [how to]
Olha Leonardo, vou responder por mim, obviamente:

Então, eu procuro sim seguir os rituais e já aconteceu de, algumas vezes, mesmo em lugares "especializados" eu ter que ensinar ou orientar o garçom a respeito do copo ideal para a cerveja que eu estava pedindo.

Agora, aqui em casa a coisa muda. Não tenho tantos estilos diferentes de copo, claro, e portanto eu uso uma taça padrão (na verdade se tornou minha "taça de estimação") para todo e qualquer tipo de cerveja, de stout a weizen.

Em suma, eu penso que, se existem diferentes copos e diferentes modos de servir, eles não estão lá por acaso. Contudo, não é possível sacrificar o nosso prazer, ou podá-lo, por conta de não ter o copo ideal. Copo já diz o ditado: "Quem não tem cão, caça com gato".
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14 anos 11 meses atrás #4323 por Leonardo Russo
Respondido por Leonardo Russo no tópico Re:Como [how to]
Mauro Renzi Ferreira escreveu:

Em suma, eu penso que, se existem diferentes copos e diferentes modos de servir, eles não estão lá por acaso. Contudo, não é possível sacrificar o nosso prazer, ou podá-lo, por conta de não ter o copo ideal. Copo já diz o ditado: "Quem não tem cão, caça com gato".


Concordo, claro. Tenho dois copos, e pro resto uso uma caldereta. Mas, essa coisa de garçom que tu disse, eu não sei, fico com o pé atrás de fazaer isso num bar.

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14 anos 11 meses atrás #4325 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:Como [how to]
Olha, nos bares, restaurantes e reuniões com amigos eu evito ao máximo seguir rituais estranhos, sentir aromas com repetidas inalações curtas e longas (como conviria a uma degustação), usar técnicas degustativas como o arejamento da bebida na boca etc. Essas são coisas para degustação "a sério", o que eu deixo para fazer em casa, ou quando o propósito do programa é degustar com atenção (como num jantar de harmonizações, por exemplo). Acho que a concentração necessária para uma degustação rigorosa é incompatível com a informalidade e a descontração de uma reunião de amigos. Sério, se eu for degustar "a sério", vou precisar desligar um pouco da conversa. E aí já acho um pouco "cervocatice". Em casa, aí posso seguir o pacote completo se eu quiser.

Já para os copos eu não ligo tanto assim, não. Até porque os copos adequados a cada estilo nem sempre foram criados para potencializar a degustação, muitas vezes eles simplesmente se encaixam numa tradição, ou num jeito de beber cerveja. A caldereta é um bom exemplo de um copo tradicional, adotado por algumas marcas, mas que praticamente não oferece vantagem nenhuma para a degustação propriamente dita, por ser raso e com boca aberta. O que procuro fazer é usar um copo com geometria adequada à captação de aromas (ou seja, com estreitamento de boca). Normalmente, em casa, para degustar, uso uma taça do tipo "tulipa" (como a da Duvel, por exemplo). Para uma lager clara, às vezes vou de um copo lager. Uma taça de vinho também cumpre bem o papel.

E, claro, sigo um "ritual" de degustação: sirvo a cerveja até um terço do copo (normalmente até atingir a parte mais larga do copo), começo no aroma com inalações curtas, depois inalações longas, agito o líquido, mais inalações, depois passo à análise visual (cor, turbidez, creme), o primeiro gole para sentir os gostos básicos, o segundo e terceiro goles para sentir a textura e a permanência. Essa parte requer concentração, então às vezes eu não sigo a sequência à risca. Daí em diante vou aprofundando os aspectos que mais me intrigaram. Depois de uns 50-100 ml, normalmente já extraí tudo o que sou capaz, e ai curto a cerveja numa boa. Eventualmente aparecem novas características depois disso, a cerveja evolui, percebo alguma sensação que eu não tinha percebido antes etc.

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Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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14 anos 11 meses atrás #4327 por um visitante
Respondido por um visitante no tópico Re:Como [how to]
Admito que me acho meio "em cima do muro" quando o assunto é degustação e seus rituais (vinho ou cerveja), num local público cujo foco não é a "degustação" pode parecer pedante ou antipático ficar rodando taça e metendo o nariz dentro, voltá-la contra a luz para observar a cor, etc. Por outro lado acho que ninguém tem nada a ver com minha vida e minhas "manias" e se alguém achar pedante ou antipático "phodas".

Ontem estive na casa de um camarada que é entusiasmado com as especiais mas não se aprofunda muito no assunto, tínhamos uma caixa da Leffe Blond mas por falta de opção apropriada os copos eram dos mais variados e o "anfitrião" deixou a breja gelar muito.

Tentei ser o mais neutro possível mas não consegui esconder alguns comentários do tipo "beber uma Blond Ale num copo weizen é complicado" ou "será que não tá na hora de tirar as garrafas do freezer ?"

Mas meio off, o engraçado é observar o comportamento de leigos perante uma cerveja "diferente", no dia 24, na casa de outro camarada, tinha Bohemia Weiss. Chegou por lá um "tio" que nunca havia bebido uma breja de trigo e serviram a dita pra ele e no copo certo. Ao primeiro gole o cara espremeu os olhos, apertou a boca e balançou a cabeça positivamente. Pensou um pouco, olhou pro pessoal com aquela cara de satisfação e fez um comentário do tipo "boa, hem ?... estou me sentindo privilegiado por beber essa cerveja e nesse copão chique !"

Lembrei da primeira vez que bebi a Confraria (mas numa taça comum), foi algo mais ou menos assim, fiquei estarrecido naquela época ! Rsrsrs... Hoje cervejas mais estruturadas não me empolgam tanto. Eu era feliz e não sabia ?
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14 anos 11 meses atrás #4332 por Alexandre Almeida Marcussi
Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico Re:Como [how to]
Acho que o prazer e a "vibração" do momento valem mais do que o rigor do ritual quando a situação é comemorativa ou de confraternização. Eu não tenho nenhum pudor em servir Weizenbock em taças de vinho, beber brown ale com copos lager ou blonde ale em caldereta se o contexto pedir isso, por exemplo, quando são os "copos comemorativos" da casa num jantar ou reunião de amigos. Isso revela que o anfitrião não conhece os copos apropriados para cada estilo? Possivelmente sim, ou talvez revele que ele simplesmente não tem tantos copos assim para oferecer a rodo para todo mundo. Imaginou se, numa reunião com umas 10 pessoas na sua casa, vc quiser oferecer copo Weizen para todo mundo? Isso inclusive acabaria "intimidando" as pessoas a beberem a garrafa toda, quando talvez elas só quisessem uma bicadinha.

Agora, se as pessoas que estão comigo "embarcam" na proposta de degustar, aí eu tb não vejo problema nenhum em seguir um ritual mais estruturado, com inalações, análise da cor, mais concentração etc. Seja em casa ou num local público. Nem me lixo com isso.

Guima, essa que vc falou do tio do seu amigo foi ótima! Eu também tive a mesma reação de surpresa e prazer quando bebi Confraria pela primeira vez ("nossa, essa cerveja tem gosto de cravo!"). E a emoção ao beber Paulaner Salvator pela primeira vez? OK, essa eu admito que ainda tenho até hoje... ;)

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