Revisitando cervejas

Pôxa meus amigos, muito interessante este tópico hein Marcussi?

Eu estou sempre alterando minhas avaliações. No começo era bem diferente, hoje em dia a sensação gustaviva, paladar, olfato é mais aprimorada. A maioria das cervejas tem melhorado nas avaliações com meu aprendizado e algumas poucas, principalmente as "Brazilian Pilsen"(criei este termo pra agradar o Marcussi que não gosta de que chamem de BCBs, hehehe), tem piorado.

Não gostei muito da Baden 1999 na 1ª vez, depois fui acostumando com as Ale inglesas e hoje em dia, a cerveja que mais compro é a Baden 1999 (claro que eu prefiro as Fuller's e as GK, mas encontrar em minha cidade é quase impossível e caro quando se acha).

Eu nunca atualizei nenhuma das minhas avaliações. Uma pena, porque no começo do Ranking ainda não prestava tanta atenção no que as cervejas tinham a dizer. Mas eu tive esta idéia semana passada e quanto repetir a dose, vou fazer algumas anotações e fazer um comparativo. Tomo cervejas especiais faz um tempinho já, mas depois que me cadastrei aqui, comecei a prestar bem mais atenção e acho que evoluí bastante neste curto periodo.

O amargor de algumas cervejas assustam bastante no começo. Lembro que uma das minhas primeiras cervejas foi a Colorado Indica. Achei uma pauleira. Hoje acho uma cerveja bem harmônica e acha-se IPA bens mais amargas Brasil afora.

Jean Chris escreveu:

A maioria das cervejas tem melhorado nas avaliações com meu aprendizado

Idem para mim, Jean. Engraçado isso, né? Poderia parecer que, a princípio, uma pessoa acostumada a cervejas mais simples fosse dar notas mais altas às cervejas especiais, e com o tempo (e o conhecimento de rótulos mais elaborados), as notas iriam baixando progressivamente porque a pessoa iria conhecendo mais e se tornando mais crítica.

Mas comigo também ocorre o contrário: quanto mais eu conheço os estilos e as cervejas, mais eu sei apreciar a completude de cada cerveja em si, sem exigir dela características que eu encontro em outros estilos. Antigamente, eu ficava procurando certas características marcantes, como cravo ou sabores intensos de torrefação (café), e hoje em dia eu entendo que existem outras formas de tornar uma cerveja deliciosa e complexa. Sem contar que existem certas características (positivas bem como negativas) que a gente só aprende a reconhecer e apreciar com o tempo.

Eis uma questão que me atento e muito:

A minha "evolução" degustativa.

No I Encontro do Brejas eu tinha uns 2 meses no Blog e nada conhecia de especiais bebi 1 Colorado Indica e 1 Bamberg Rauch, achei a Indica muito amarga e a Rauch estranha, fora essas a unica que eu bebia era a Paulistânia, por ser comprada diretamente na BW e ser mais "gostosa"....

Hoje as que mais bebo são IPA e no EAP me farto de Rauch Bamberg, noto muitas diferenças!!

Após o II encontro do Brejas (com a degustação de insumos) "consigo" notar Lúpulo na Paulistânia e na Indica, sinter o malte defumado na Rauch, etc..

Essa evolução me faz muito feliz!!

Repetir? Sim a Falke Monasterium e a Wälls Trippel! Quero ver com meu paladar se sai!!

A DeuS é uma que adoraria repetir, pra ver se ela é aquilo tudo mesmo (não que valha o preço praticado aqui) ou se fui movido pelo entusiasmo, mas acho que repetí-la só se for numa boca livre ou se um dia for a Bélgica ! Rsss...

Mas é interessante observar que nosso paladar muda, a questão do amargor já comentada na qual nos "acostumamos", etc, porém devemos nos atentar também à constância (onde se reflete a qualidade da cervejaria/mestre cervejeiro). Não manjo de produção mas acho que nem é preciso manjar pra intuir que uma carga errada a mais ou menos de lúpulo, por exemplo, pode dar uma grande diferença no resultado final (isso ocorre muito com vinho de uma safra a outra, onde depende de terroir).

Então fica a dúvida: minhas impressões mudaram tanto assim ou a cerveja que está de fato diferente ?

As minhas preferidas e que mais repeti (ao menos umas 10 vezes):

Gouden Carolus Kuvée Van de Kaiser Blaw
Trois Pistoles
Rochefort 10

A evolução é muito interessante e ao mesmo tempo intrigante.

Uma experiência interessante aconteceu com a Delirium Nocturnum que havia tomado há quase 4 anos e degustei recentemente, o intrigante é que julgo ainda não ter entendido quase nada desta Breja. Acho que é isso que faz das Belgian Dark Strong Ales o meu estilo preferido, a complexidade, a cada degustação vou desvendando características que não havia percebido anteriormente.