Garrafa 330ml - Cerveja escura, frutada e forte. Aroma e sabor de chocolate, malte torrado, alcool, citrico, doce e principalmente ameixa e jaboticaba. Saborosa e de personalidade!
Garrafa arrolhada 750ml - Mais saborosa, sutilmente licorosa e com uma espuma maravilhosa!
O psicodélico elefantinho rosa nos traz uma dark strong ale muito peculiar, com predomínio de notas frutadas, uma acidez em destaque e o peso do malte menos acentuado do que se espera pelo estilo, "escapulindo" da boca. A apresentação começa bem pela divertida garrafa de vidro com pintura de cerâmica e rótulo trazendo o simpático mascote paquidérmico, que derrama uma cerveja de cor lindíssima, rubi-violeta brilhante, com um creme bege de ótima densidade e permanência. Um deleite para os olhos. Já no aroma ela confunde e surpreende pela força da acidez frutada, pouco presente em outros exemplares do estilo. Dominam notas frutadas, com guaraná, um toque de limão com uma "pontada" de azedume, uma nota muito característica, que existe também na Tremens e me lembra mamão papaya, e laranja. O lúpulo traz um bom floral de segundo plano (flor de laranjeira, talvez?), e o malte aparece sutil, com um toque de caramelo ou açúcar queimado, bem menos intenso do que eu esperava. Na verdade, o destaque fica para o surpreendente conjunto frutado, havendo pouca complexidade para além dele. Não senti as notas de chocolate reportadas por outros confrades. O sabor é bastante condizente com o aroma, e na boca dominam as notas frutadas, ácidas e cítricas, mas o malte ganha um pouquinho mais de presença, com notas um pouco mais presentes de caramelo ou açúcar queimado, enquanto o lúpulo torna-se mais discreto. O retrogosto traz guaraná, que se esvaece para deixar um agradável perfume de café, muito macio, sem secura, na boca. É só nesse momento final e sutil que a torrefação dos maltes se mostrou mais claramente para mim. Predomina a acidez, dando-lhe muita personalidade dentro do estilo mas desequilibrando um pouco o conjunto. Há uma doçura de segundo plano ao longo de toda a evolução, que ganha destaque ao final, e um amargor de fundo leve, terciário. A carbonatação alta ressalta ainda mais a acidez, e o corpo é mediano, não tão densa como outras no estilo.
A impressão geral é a de uma dark strong ale divertida e descontraída, com uma acidez frutada que, embora nobre em sua complexidade, acaba se destacando um pouco demais e superando o peso dos maltes torrados, que não conseguem pautar o conjunto. Na golden strong ale da marca, a clássica Tremens, achei que esse conjunto frutado harmonizou melhor com a delicadeza mais seca característica do estilo e pôde mostrar toda a sua nobreza respaldada por um melhor equilíbrio de conjunto. Ainda assim, esta é uma cerveja com forte personalidade, que surpreende o degustador e, por isso mesmo, merece ser degustada.