Odimi Toge escreveu: Exatamente, ele externou a opinião e por isso está sendo rechaçado. E é aí que a porca entorta o rabo! Apesar do pensamento ser livre nem sempre uma opinião pode ser legitimada do ponto de vista do discurso. Essa é, ao meu ver, a grande diferença que marca o debate sobre até que ponto estamos numa democracia e que "toda opinião deve ser respeitada" e até que ponto uma "opinião" deve ser refutada como tal e encarada como um impropério.
O comentário do Odimi é importante. Existe uma compreensão equivocada e vulgarizada do conceito de "liberdade de expressão" que entende que ele automaticamente sanciona e legitima qualquer declaração, pública ou privada, que qualquer um queira proferir. É esse conceito equivocado que o autor do artigo parece defender no seu texto.
Só que não é assim. Se qualquer um pudesse dizer o que quisesse, no contexto que quisesse, de forma pública ou privada, não existiriam sanções legais para crimes como difamação, calúnia, danos morais ou propaganda enganosa (para não falar em racismo ou homofobia). Mas existem. A liberdade de expressão não pode ferir os direitos fundamentais de outras pessoas ou organizações, ou o emissor estará sujeito a sanções e punições. Isso não é censura (outro conceito que as pessoas adoram entender errado). Censura é quando o Estado proíbe algo de ser dito, previamente. Numa sociedade com censura, toda declaração precisa ser primeiro aprovada antes de ser publicada. Liberdade de expressão é quando podemos dizer as coisas, mas isso não significa que não tenhamos responsabilidade (legal, inclusive) sobre o que for dito, ou que não responderemos pelas nossas palavras.
Liberdade de expressão não é sinônimo de falta de ética.