Heineken lata agora também é brasileira

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12 anos 3 meses atrás #40587 por Marcelo Vodovoz

Yuri Lopes escreveu: Se vc não bebe Heineken em garrafa por causa do "efeito gambá", seus problemas acabaram!! Compre uma caixa fexada. É o que eu faço, só compro Heineken de caixa fechada... Eu sempre achei a Heineken holandesa mais maltada, e brasileira um pouco mais amarga e não, não é gambá. A AMBEV padroniza que cerveja nacional ?? Brahma? Antarctica?? Essas porcarias só tem aqui, e lá fora é uma piada.. A Heineken é sim, a mais padronizada do mundo, que cerveja tem a qualidade, preço e custo-benefício que ela??


colega, se vc nao entendeu eu nao falei nada de positivo de ambev em relaçao a heineken, nao se ofenda, nao...
disse que o processo idustrial e de ingradientes é padronizado nas diferentes plantas da ambev em todas as regioes do brasil, argentina, peru, europa... a brahama é produzida em todos estes lugares... nao quer dizer que seja padrao alto.
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12 anos 3 meses atrás #40589 por Alexandre Almeida Marcussi
Gente, padronização no processo produtivo não significa que não exista variabilidade. Aliás, se não existisse variabilidade, não precisaria de uma estrutura tão complexa de controle como a que existe nas macrocervejarias. E não existiria o emprego de degustador. A cerveja chega a variar sensorialmente de tanque para tanque, dentro da mesma fábrica. Às vezes, é preciso até blendar ou diluir um tanque no outro para diminuir essa variação ao mínimo possível. Mas as diferenças mais gritantes costumam ser geradas depois que a cerveja já saiu da fábrica, no transporte e no acondicionamento. Não é de uma fábrica para a outra. Existem cervejarias que adaptam suas receitas para o mercado externo, e nesse caso a variação é proposital; mas eu não acho que seja o caso da Heineken. Como o Claudinei falou, é provavelmente a cerveja mais internacionalizada e global da história.

Agora, estamos falando de diferenças que, se a cervejaria fez bem o seu trabalho, serão imperceptíveis para o consumidor comum (como nós). Os bons degustadores profissionais são treinados para identificar positivamente aromas quase na concentração mínima que o corpo humano é biologicamente capaz de detectar. Um degustador amador jamais vai notar isso; ele precisaria de umas 3, 4 vezes essa concentração para poder identificar positivamente o mesmo aroma. Isso supondo um amador que conheça esse aroma, o que corresponde a uma pequena parcela dos consumidores.

No mais, é ilusório achar que você vai "pegar" as diferenças entre a cerveja X e a cerveja Y numa única degustação. Se tem todos aqueles caras lá na Holanda fazendo provas de cerveja a cada lote, é porque elas variam de lote para lote, dentro da mesma fábrica. Uma única degustação nunca vai te mostrar "a verdade": o que vale para esse lote pode não valer para o próximo. É preciso tomar cuidado com essa ideia de que só porque a gente sentiu X ou Y numa ocasião, sabemos "a real". Para mim, ao beber cerveja, é essencial estar pronto para ser surpreendido.

Em suma, a padronização é um horizonte. Mas é um horizonte que a Heineken faz questão de perseguir com bastante afinco. Eu não me preocuparia com a transferência da produção para o Brasil (mesmo que eu consumisse a Heineken frequentemente).

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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12 anos 3 meses atrás #40591 por Claudinei  
Mais uma vez, o Marcussi explicou de forma mais clara e detalhada o que eu procurei expressar. Parabéns!
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12 anos 3 meses atrás #40598 por Ivan P.
Bela resposta Marcussi.

Gostei da frase: - Para mim, ao beber cerveja, é essencial estar pronto para ser surpreendido.

Vou adotá-la! haha, abraço!
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