Muito oportuna a matéria.
O que torna esta questão dos automóveis ainda mais absurda é que no Brasil não é apenas a elite que compra carros de luxo. Na periferia das grandes cidades encontramos "carrões" sem dificuldade.
O "encanto" ligado aos automovéis (que mereceria dezenas de livros e artigos a respeito), aliado a um transporte público caro e insuficiente, é o que possibilita estes lucros absurdos, na minha opinião.
No caso da cerveja, creio que seja mais claramente um caso de 'precificação'. O público para cervejas especias é relativamente pequeno, porém tem dinheiro no bolso. Logo é, a princípio, uma boa estratégia vender cervejas que são "comuns" lá fora como raros artigos de luxo.
Isto deve mudar se o mercado para cervejas especiais expandir. Aí será possível ganhar na escala. Mas como expandir o mercado se o preço muitas vezes proíbe o consumidor de se interessar pelo produto? E se este nicho for suficiente para as importadoras?
De qualquer forma, importações como as da InBev (Leffe, Hoegaarden) e do Wal-Mart (Waterloo, Gauloise etc.) estão aí para provar que é possível importar atribuindo margens menores, visando um público mais amplo (digo isto sem querer eximir estas empresas de outras espécies de disparates!)
Vitor, não precisamos entender nada de economia (eu mesmo não entendo nada) para notar que abolir impostos sobre importação arruina um país - mesmo países extremamente liberais, como os EUA, adotam enfaticamente medidas protecionistas ao seu mercado taxando as importações.