A Questão do Lucro Brasil

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13 anos 6 meses atrás #28139 por fernando pereira frassetto
Realmente o caso da Devassa é exemplar, pois a idéia inicial era boa, mas o produto, que nunca foi grande coisa, está cada vez pior
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13 anos 6 meses atrás - 13 anos 6 meses atrás #28157 por Milu Lessa
Respondido por Milu Lessa no tópico Re:A Questão do Lucro Brasil
Excelente essa matéria. Já havia lido sobre o escândalo do Honda City custar aqui mais que o dobro do que no México. Ao contrário do que dizem, isso não é só imposto, não, pelo contrário, a culpa maior não é do custo brasil e sim do lucro brasil, as montadoras ganham muito mais aqui do que em qualquer outro lugar e não só as montadoras, mas tantas outras empresas de natureza diversa. Penso que muito do que diz essa reportagem se aplica ao mercado de cervejas, especialmente as importadas. E no final a culpa é do brasileiro: povo que engole tudo calado e quando alguém se revolta e começa a chamar a atenção para questões dessa natureza vira o chato reclamão. É o que eu sempre disse: se nego parasse de comprar DeuS a R$ 200,00, iam parar de cobrar esse preço. Tenho certeza de que quando trouxeram essa breja chutaram um preço absurdo só para ver o que ia acontecer. Aconteceu que vendeu. Aí ficou esse preço. Se tivesse encalhado, teriam baixado, mas o mercado aceitou. Como bem disse essa matéria, o preço não tem nada a ver com o custo do produto (deveria ter, mas não tem), o que conta é quanto o mercado acha que vale. E o consumidor desse mercado normalmente acata qualquer preço. Tem até gente que compra, paradoxalmente, justamente por ser caro. Isto é, a DeuS é caríssima mais porque o mercado acha que vale e menos porque o custo de produção dela é alto. Do jeito que as coisas andam, a cerveja aqui não vai baixar nunca, nem mesmo se um dia os impostos baixarem (o que, diga-se de passagem, é improvável que aconteça).

“Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima. Se colar, colou”.

Essa frase aí em cima é lapidar e explica muita coisa. Troque carro por cerveja e montadora por importadora que a frase continua irretoquível. O problema é que no Brasil SEMPRE cola, o brasileiro tem uma concepção estapafúrdia acerca de questões pecuniárias, pois o que mais se pode esperar de um país onde meramente discutir preço já é ofensivo, chamar algo de caro, então, é o pior dos vatupérios e tudo sempre é culpa dos impostos? :S
Ultima edição: 13 anos 6 meses atrás por Milu Lessa.
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13 anos 6 meses atrás #28160 por vitor souto
Respondido por vitor souto no tópico Re:A Questão do Lucro Brasil
Eu sou meio liberal na minha visão de mundo, então sempre culpo o governo. Se o imposto não implica todo o custo Brasil (para o consumidor) explica grande parte, mas sabe como se quebra esse tal lucro do mal quie explica a outra?
Libera a importação, pra importar um carro o valor que vc gasta la fora passa de 120% trazendo pra ca, oq inviabiliza qualquer mero mortal a comprar um carro feito do mexico (a naum ser que vc seja o thor batista e compre um aston martin).
Quer um prova que isso funcionaria com cerveja? Vê o outro topico onde geral compra de um loja la fora que manda por correio. Se eu consigo comprar uma cerveja mais barata, comprada numa loja gringa que envia por correio em quantidade pequena, do que de uma importadora que trata direto com a cervejaria é pq existe mta distorção no mercado, e distorção no mercado é sempre pq tem governo no meio.
Se é fácil culpar os novos ricos por serem idiotas com seus dinheiros, é tbm um pouco injusto. Todos aqui ESTÃO pagando isso e em tudo (qqr pesquisa mostra que internet no brasil é mais cara, eletronico, passagem de metro, bla bla bla) quando vc não tem opções reais para escolher (pois tá num lugar distorcido) a única opção é sair do lugar.
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13 anos 6 meses atrás #28161 por Pedro Fraga
Respondido por Pedro Fraga no tópico Re:A Questão do Lucro Brasil
Em relação a galera que tá comprando cerveja de fora, isso é bem relativo. Elas estão saindo pelo mesmo preço que saem por aqui, mas há o acesso a coisas que não são importadas.

E não concordo com esse papo de que se tem distorção no mercado tem governo no meio não, tanto que há uma escadinha de valor nas cervejas que na origem custam o mesmo, mas aqui você acha diferenças até superiores a 15 reais em uma garrafa de 330ml entre uma e outra.

O governo, até onde eu sei, não taxa rótulos de maneira diferente.
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13 anos 6 meses atrás #28162 por Pedro Fraga
Respondido por Pedro Fraga no tópico Re:A Questão do Lucro Brasil
Terceira e última parte da matéria

Tem muita gordura pra queimar

A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, apresentou ontem (29) o seu Estudo de Competitividade no Setor Automobilístico, para mostrar ao governo o que considera uma “injusta concorrência” da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Cledorvino Belini, presidente da entidade, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. “O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção”, disse Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital: “É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos”.

Mas para os importadores, o que os fabricantes querem é se defender de uma queda na participação das vendas internas, o que vem acontecendo desde a abertura do mercado, há duas décadas.

“As montadoras tradicionais tentam evitar a perda de participação tanto para as novas montadoras quanto para as importadoras”, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. “Mas o dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora.”

Gandini disse que os carros importados já são penalizados; que as fábricas instaladas aqui estão protegidas por uma alíquota de 35% aplicada no preço do carro estrangeiro, por isso não se trata de uma concorrência desleal: “ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro”.

Na verdade, o setor tem (muita) gordura pra queimar, tanto às fábricas instaladas aqui quanto os importadores. O preço de alguns carros baixou até 20% ou 30% depois da crise econômica, por causa da grande concorrência.

O Azera, da Hyundai, chegou a ser vendido por R$ 110 mil. Hoje custa R$ 70 mil. Claro que a importadora não está tendo prejuízo vendendo o carro por R$ 70 mil. Então, tinha um lucro adicional de R$ 40 mil, certo? Se você considerar que o carro paga mais 35% de alíquota de importação, além de todos os impostos pagos pelos carros feitos no Brasil, dá pra imaginar o lucro das montadoras.

Um exemplo recente revela que o preço pode ser remanejado de acordo com as condições do mercado: uma importadora fez um pedido à matriz de um novo lançamento, mas foi apenas parcialmente atendida, recebeu a metade do volume solicitado. Então, “reposicionou” o carro para um patamar de preço superior, passando de R$ 75 mil para R$ 85 mil.

A GM chegou a vender um lote do Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um ex-executivo da locadora em questão.

Entre os carros fabricados aqui, Fiesta, C3, Línea receberam mais equipamentos e baixaram os preços, depois da chegada dos chineses, que vieram completos e mais baratos que os concorrentes.

Um consultor explicou como é feita a formação do preço: ao lançar o carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até reposicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar.

A propósito, a estratégia vale para qualquer produto, de qualquer setor.

Mini no tamanho, big no preço

Míni Cooper, Cinquecento e Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda, que paga R$ 50 ou R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta, que custa R$ 30 mil.

O Smart (R$ 50 mil) tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. O Cinquencento (R$ 60 mil) vem com sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração. E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Mesmo com todos esses equipamentos, os preços desses carros são muito altos, incomparáveis com os preços dos mesmos carros em seus países de origem. (A Fiat vai lançar no mês que vem o Cinquecento feito nom México, o que deve baratear o preço final.)

Os chineses estão mudando esse quadro. O QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais.

“A idéia original – disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi – era vender o QQ por R$ 19,9 mil”. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto de Importação.

Por isso não dá para acreditar que as montadoras têm “um lucro de R$ 500,00 no carro de 1000cc”, como costumam alardear alguns fabricantes.

Tem é muita gordura pra queimar

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz impostos, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.


Joel Leite
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13 anos 6 meses atrás #28170 por Renato .
Respondido por Renato . no tópico Re:A Questão do Lucro Brasil
“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.


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