Gustavo,
Existem uns
kits de aromas
, geralmente encontrados em empórios e lojas de vinhos pois são voltados aos vinhos, mas me parece que tem pra cerveja também, o preço que não é nada cheiroso. Já tive essa idéia de juntar uns frascos mas depois desisti.
Minha opinião é que isso vem com a prática, todos nós temos nossas memórias olfativas, se você apenas imaginar café agora não sentirá seu cheiro mas vai se recordar dele, é difícil descrever mas qual o cheiro de uma rosa ? De manjericão, banana, chocolate, iogurte, chiclete, borracha queimada ?... Aposto que você se lembra desses cheiros, mesmo não estando os sentindo.
Uma coisa que talvez funcione é, antes de servir a cerveja, procure saber o que aquele estilo pode apresentar. As Porter e Stout por exemplo apresentam café e chocolate, não me lembro de ter bebido alguma desses tipos que não lembraram isso, podem apresentar tostado também. Brejas de trigo mostram banana, cravo. Enfim, tendo essas informações você já saberá o que poderá encontrar na cerveja, ai é identificá-los e ver suas intensidades.
Eu antes não conseguia distinguir direito o lúpulo do malte pois nunca os tive na minha mão, passei a reconhecê-los depois que visitei a AmBev e pude inclusive comer o malte (o lúpulo não porque foi desaconselhado pelo mestre cervejeiro, um gosto muito forte e amargo e fica horas, senão dias, na boca, pior que cebola) ! Mas mesmo sem ter malte e lúpulo é fácil, o malte é cereal, tipo um sucrilhos mesmo, pão, é adocicado. Se não estou enganado (se estiver peço que me corrijam) os aromas floral, frutado, de especiarias, podem ser associados ao lúpulo, ou o próprio aroma do lúpulo, imagine alguma coisa amarga, é mais ou menos isso.
No mais é não ter ansiedade e ir provando suas brejas sem esquentar a cabeça, tentar identificar os aromas sempre, mas sem frustração se não achar aquilo que esperava. A memória olfativa você tem e com o passar do tempo (treino, prática) rastrear esse banco de dados é algo que vai acontecer espontaneamente.