Escolas Cervejeiras

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11 anos 11 meses atrás #47032 por Lucas Zufi Leite
Respondido por Lucas Zufi Leite no tópico Escolas Cervejeiras

André Rodrigues escreveu:

Claudinei   escreveu: Discutir sobre a escola favorita a mim soa mais ou menos como discutir o estilo favorito. Cada escola tem a sua história e o seu valor, e também as suas ótimas cervejas. Adoro a potência e complexidade de belgian strong ales (escola belga) e de weizenbocks (escola alemã). Também aprecio muito o bom amargor contrastando com o malte em bitters e IPAs (escola inglesa), assim como o frescor, amargor e refrescância de uma autêntica e saborosa pilsner (escola tcheca/alemã). O frutado e refrescância de weissbier bávaras (escola alemã) também é digno de menção! É muita variedade e eu reluto em classificar...
 
Quanto a "nova escola americana", há quem não a julgue uma escola propriamente dita, já que sua inspiração parte de escolas/estilos europeus históricos e consagrados. Não recordo nesse momento de nenhum estilo nativo norte-americano além da steam beer da costa oeste e das standard american lagers (estas últimas desprezíveis para muitos aqui). De qualquer forma, é um movimento muito empolgador e que valoriza enormemente a cultura cervejeira!


Tem também as "Imperial Pisner", embora eu nunca tomei nenhuma pra saber se realmente podemos considerar esse um estilo "novo" ou uma releitura de um estilo já clássico.


Acho que as "Imperial Pilsner" ou "Classic American Pilsner" são mais uma releitura das Bohemian e German Pilsner. Assim aparece no BJCP:
Uma versão de Pilsner feita nos EUA por cervejeiros
imigrantes alemães que trouxeram o processo e a levedura consigo quando se instalaram na América do Norte. Eles trabalharam com ingredientes que eram nativos na América do Norte e criaram uma versão única da Pilsner original. Este estilo morreu após a Lei Seca,
mas foi ressuscitado por cervejeiros caseiros.
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11 anos 11 meses atrás #47033 por Bruno Moreno de Brito
Respondido por Bruno Moreno de Brito no tópico Escolas Cervejeiras
André não sei se vc já tomou Imperial Pils como a My Antonia, ou a Terrapin por exemplo, ela não se enquadra no estilo Classic American Pilsner, pelo menos na minha opinião não. Eu considero a escola americana como uma escola. Eles podem até se basear em estilos europeus, mas imprimem sua personalidade neles. Alguns estilos como o Black Cascadian Ale, Imperial IPA e American Imperial Stout surgiram la. Alguns podem até dizer que a escola americana é a inglesa lupulada e alcoólica, mas pra mim eles levaram os estilos a outro nível em qualidade e criatividade.

Cervejaria Serra de Três Pontas
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11 anos 11 meses atrás - 11 anos 11 meses atrás #47034 por fernando pereira frassetto
Eu vou seguir a opinião polêmica de que a escola americana ainda não pode ser denominada assim. Os estilos ainda são muito recentes, os americanos partiram de releituras (ou apenas leituras) de estilos consagrados europeus e na última década que realmente passaram a produzir cervejas de características mais próprias, que podem em um futuro cimentar uma verdadeira escola. Para mim a questão de se construir uma história cervejeira local demanda um tempo e uma sedimentação que ainda não ocorreram nos EUA. O mesmo vem acontecendo na Itália, por exemplo, que quase sempre é esquecida quando da discussão deste assunto. Eles têm cervejas muito próprias utilizando ingredientes e métodos de fabricação locais que podem muito bem, também em um futuro relativamente próximo, caracterizar uma escola.
Sobre as europeias, divido em apenas 3 escolas: a britânica, a franco-belga e a germânica, nesta última incluindo a tcheca. Se formos considerar a tcheca uma escola em separado acredito que deveríamos também considerar a escandinava como uma escola própria. Sei que essa discussão é bem abstrata, mas já que o assunto foi levantado creio que devemos ir mais a fundo nele e buscar origens em comum, estilos e ingredientes semelhantes, etc.
Ultima edição: 11 anos 11 meses atrás por fernando pereira frassetto.
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11 anos 11 meses atrás #47036 por Burrito Ortega
Respondido por Burrito Ortega no tópico Escolas Cervejeiras
essa discussão é boa. se por um lado, analisando friamente, a escola americana é realmente uma releitura, por outro é uma releitura tão, mas tão, qualificada e relevante que, pelo menos para mim, torna-se uma referencia, se não, por preciosismo, uma escola.
tanto que hoje se fazem cervejas "americanas" no mundo inteiro.
o jeito de pensar cerveja americano pode nao se incluir na categoria de escola cervejeira, mas foi oq de melhor aconteceu, em termos de criação, em centenas de anos. o modelo engessado, tradiocionalíssimo, lei de pureza e caraleoaquatro, apesar de produzir maravilhas e originar todo o resto, é ultrapassado. fusões, combinações, liberdade de adição de ingredientes, inventividade, agressividade... tudo isso vem para somar, não substituir. mas vem com tudo, no mundo inteiro...
abs
ps. estou bebado
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11 anos 11 meses atrás #47037 por Claudinei  
Respondido por Claudinei   no tópico Escolas Cervejeiras
A discussão é boa mesmo. Seja ou não uma escola, o movimento norte-americano é o que há de mais empolgante no universo cervejeiro!

Pensando um pouco mais, parece-me que nem mesmo as american lagers (lite, standard) constituiriam um estilo 100% americano. Essas cervejas são releituras das pilsners alemãs e tchecas, substituindo parte do malte por adjuntos locais abundantes e mais em conta (milho/arroz) e usando menos lúpulo. 100% americano mesmo, se eu não estiver enganado, é somente a steam beer da costa oeste, este sim um estilo nativo, de história e características consolidadas, e não uma simples reinterpretação turbinada em lúpulo e/ou álcool de um estilo europeu pré-existente...
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11 anos 11 meses atrás #47043 por Fabiano Pereira
Respondido por Fabiano Pereira no tópico Escolas Cervejeiras
Também entendo que o jeito americano de fazer cerveja ainda não se constitui numa "escola cervejeira" propriamente dita. Conquanto abertos à novas experiências com ingredientes por vezes inusitados, teor alcóolico elevado e lúpulo pronunciadíssimo os americanos carecem de história; história que molda uma tradição e isso leva tempo.

"Um pouco de cerveja é um prato para um rei." (William Shakespeare - "A Winters Tale").
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