Boa pergunta!
Em várias localidades da Alemanha, onde a Malzbier foi engendrada — e vejam que não se trata de um estilo de cerveja do BJCP — a Malzbier é oferecida às crianças. Embora a nós, brasileiros, a prática pareça chocante, eis que vivemos sob o jugo americano do politicamente correto, lembremos que os germânicos encaram a cerveja mais como alimento do que como bebida demoníaca e destruidora de caráteres, lares e reputações.
Mas há outra explicação, essa mais técnica. A Malzbier alemã (o termo deriva de malt beer, ou cerveja de malte) é geralmente enquadrada na categoria das brejas sem álcool, ou com uma concentração não maior do que 0,5% ABV. Tal se dá porque sua fermentação é feita em temperaturas muito baixas, quase ao ponto do congelamento. Nessa condição, as leveduras ficam “adormecidas”, embora haja açúcar de sobra a metabolizar no mosto cervejeiro. Após essa “micro” fermentação, a cerveja é filtrada e pasteurizada, eliminando as leveduras, que nem chegaram a trabalhar muito. O resultado é uma cerveja muito doce, e puxada aos maltes torrados das quais é feita.
No Brasil, porém, a coisa acabou acontecendo de uma maneira um pouco diferente. A Malzbier brasileira é, muitas vezes, produto com adição de flavorizante caramelo em um lote de brejas “pilsen” (ou, tecnicamente, standard american lager) que acabou ficando fora do padrão de fabricação, tudo para disfarçar as pequenas imperfeições e poder vender tranquilamente uma cerveja docinha aos incautos.
Vejam:
www.germanbeerinstitute.com/Malzbier.html