Especiarias cervejeiras

Pedro Bianchi escreveu:

Já quando a especiaria acaba pegando o papel principal, acho que não combina muito bem não.

Acho que pode funcionar, mas é preciso ter cuidado na mão. Não digo pegar o papel principal, mas talvez ter um papel de destaque junto a outros ingredientes, como ocorre com as sementes de coentro na Hoegaarden ou na Tripel Karmeliet, por exemplo. Agora, quando o tempero se destaca sozinho, aí acho que prefiro comer alguma comida com aquele tempero! Já tive experiências agradáveis com a Baden Baden Golden Ale, mas quando bebi pela segunda vez também achei a canela um pouco além do que deveria (ou talvez não, se ela fosse mais seca e menos doce). Já a Rugbeer O'Driscoll não fez minha cabeça, embora seja uma cerveja muito elogiada pelas pessoas em geral - achei que justamente o gengibre é tão potente que encobre a complexidade da receita.

Agora, a La Trappe Quadrupel me impressionou deveras da última vez em que a bebi. Pedro, o exemplo da São Sebá é legal porque muitas das nossas belgas preferidas levam algum tempero e, muitas vezes, a gente nem percebe, tamanha a sutileza da coisa!

Foi exatamente isso que eu quis dizer. A especiaria pode ter até destaque na cerveja, desde que não acabe mascarando outros elementos. Acho que acontece bastante com cervejas extremas também, principalmente nas americanas hiperlupuladas, em que o amagor acaba se sobrepondo a todo o resto. Neste ponto, concordo totalmente com a filosofia do Garrett Oliver, que é crítico destas cervejas extremas e preza muito mais pelo equilíbrio.

Fiquei curioso pra provar novamente a La Trappe Quadrupel, Marcussi. Já provei ela duas vezes, mas nunca prestei tanta atenção assim. Só lembro que gostei bastante. Já é um dos próximos alvos

a Quadrupel eu ainda naum tomei, nem a Karmeliet (tá na adega)

Mas a golden ale da badne acheimeio desequilibrada, pelo excesso de canela

Na Karmeliet, as sementes de coentro são bem evidentes, mais do que as cascas da curaçao. Na La Trappe Quadrupel, achei mais desafiador para discernir.

Bom,

Não é especiaria, mas ontem enfim pude comprovar as famosas brettanomyces que o Marcussi tanto fala!!

Degustei 2 brejas com brettanomyces:

Geuze Mariage Parfait;
Orval.

As duas são fantásticas!

Acho que já conseguirei identificar brettanomyces com maior facilidade daqui para frente.

Abraços

Não sou eu que tanto falo, não, Marcus! Embora não sejam o único tipo de microorganismo presente, as Brettanomyces são uma espécie de símbolo das cervejas lambics e das sour ales belgas!

E aí, tem cheiro de sela de cavalo???