Fundada em 1831 na vila de Westvleteren, parte integrante do município belga de Vleteren, a Abadia de Saint Sixtus vem desde 1839 fabricando cerveja como forma de arrecadar fundos para a manutenção do monastério.
Pertencentes a Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância, os monges que ali habitam, conhecidos também como "trapistas", seguem o princípio fundamental do "ora et labora", ou seja: oração e trabalho.
Diferente da maioria das cervejarias trapistas que possuem explícito apelo comercial, a Abadia de Saint Sixtus parece não ter a pretensão de aumentar a produção frente a uma demanda crescente, nem expandir seus canais de distribuição ou, quem sabe, fazer anúncios. Ao contrário, continua a produzir em pequena escala e vender de forma restrita somente com agendamento prévio. Suas garrafas, tradicionalmente sem rótulos, (algo que acabou sendo mudado em 2022) durante muito tempo reforçaram a falta de atenção com quaisquer tipo de marketing.
Entretanto, quem visitar os empórios de Bruxelas (especialmente aqueles mais turísticos, próximos a Grote Markt) não terá dificuldade em encontrar unidades à venda por cerca de 15 a 20 euros. Algumas exportações também já chegaram ocorrer de forma oficial, porém tudo de forma esporádica e bastante limitada.
Somando-se todos esses fatores, foi assim que as cervejas Westvleteren acabaram virando o desejo de apreciadores de todo o mundo. Não só por sua qualidade intrínseca, mas também pelo apelo que esse tipo mítica provoca nas pessoas. Foi também devido a isso que, durante anos, muitos arriscaram atribuir à mais forte delas - Westvleteren 12 - o título de "melhor cerveja do mundo". Uma bobagem - é claro - mas que ajudou a consolidar sua fama.
WESTVLETEREN 12 (2016)
*Unidade adquirida em Bruxelas em outubro de 2016. De acordo com a validade na tampa, ela "venceu" em 18/05/2019.
De coloração marrom avermelhada, forma uma camada estreita de espuma bege clara de reduzida retenção.
Com grande expressão, o aroma entrega malte, elementos frutados e condimentados de forma combinada. Uma profusão de referências tais como caramelo, açúcar queimado, amêndoas, ameixa seca, compota de caju, cereja marrasquino e pimenta preta saltam às narinas.
Na boca tem corpo médio-alto, com carbonatação amena (já devido aos anos) e textura quase licorosa. Malte açucarado, ésteres frutados e nuances fenólicas engendram um sabor moderadamente adocicado que costura notas de toffee, marzipan, ameixa seca, marrasquino e pimenta. Calor etílico confortante. O final segue moderadamente doce, ao mesmo tempo maltado, frutado e condimentado.
Cerveja esplendorosa, seja fresca ou com seus seis anos - como foi o caso aqui. Caso tenha ficado com vontade, aproveito para informar que tenho uma outra unidade da mesma idade e me mantenho aberto a propostas de troca ou venda. Santé!
Degustada a 13,5 graus de temperatura. Validade 06/2012.
Essa dark strong ale belga rara realmente é bastante imponente.
Sua cor é marrom turva e seu creme tem média formação e persistência.
Aroma maltado e condimentado com notas de cereais, frutas secas e pão.
Seu sabor traz as notas do aroma e ainda notas de açúcar mascavo e frutas
negras resultando em um dulçor moderado com amargor e acidez suaves.
Álcool moderado aparece no aroma e sabor imprimindo uma textura quente e
picante. Corpo médio e carbonatação idem. Conjunto complexo, marcante e
equilibrado ao mesmo tempo. Uma obra prima que merece suas colocações nos
rankings (apesar de não ser minha belga preferida). Invista, recomendadíssima!
Destaque: Degustada nas ilustres presenças dos confrades Crux e Burin.
Westvleteren XII - Abdij Sint-Sixtus
Data de degustação: 01/01/2014
Volume: 330 mL
Temperatura de degustação: 10,0 °C
Horário de degustação: 19:06
Copo: Taça trapista
1. Aroma: o álcool se faz presente, mas segue-se um aroma adocicado que lembra açúcar em calda, ameixa e passas. Em alguns momentos, especialmente logo após a abertura da garrafa, foi possível sentir um aroma vinoso, parecendo fermentação com Brettanomyces.
2. Aparência: marrom, translúcida, espuma cor bege, abundante, que deixa o famoso "lace belga" no copo.
3. Sabor: no ataque, sabores de caramelo e aç?car em calda, seguido de passas, figo e ameixa. O álcool deixa a sua marca na garganta, conferindo o típico "calor etílico". Amargor baixo que contrabalança a doçura do malte, mas não há sabores provenientes do lúpulo.
4. Sensação: cerveja médio-encorpada, carbonatação crocante e abundante.
5. Avaliação geral: é uma excelente cerveja, com boa drinkability e muito gostosa. Apesar de pouco acessível e muito cara, trata-se de uma cerveja tradicional que todos devem provar uma vez na vida.
Bebida em uma confraria trapista com todas, até então 8, trapistas do mundo! Foi um encontro ímpar com os confrades Ronan da cerveja Monja, André Aguiar e Alexandre Paixão. Num total de 14 cervejas, algumas das brejas com toda a família trapista reunida.
As Westvleteren 8 e 12, o confrade André conseguiu que um vendedor de copos do ebay enviasse pra ele como cervejas de colecionador.
-APARÊNCIA: coloração âmbar, acobreada, de translúcida a turva, creme de cor marfim a bege claro, pequena altura, espumoso, fugaz e sem belgian lace. Lado a lado, o pequeno belgian lace foi a única diferença entre a 12 e a 8.
-AROMA: malte com presença de rapadura, cereais, toffe, nozes e amêndoa com média intensidade, o lúpulo é cítrico e herbal; levedo leve, folhas e ácido; trouxe ainda ameixa seca vinho, madeira, açúcar mascavo, baunilha e pimenta. Lado a lado, ficou menos complexa que a 8.
-SABOR: acompanha o aroma, porém com mais intensidade, possui moderado doce, amargo e ácido, leve azedo.
-SENSAÇÃO: arenosa e efervescente, álcool moderado com final adstringente e amargo de retrogosto com retenção na boca duradoura.
-CONJUNTO: Boa drinkability. Perdeu em 0,2pts para a Westvleteren 8. Nessa configuração do site brejas ficou 0,1 atrás.
Finalmente tive o prazer de degustar essa lendária cerveja...
Adquirindo o gift pack limitado da Westvleteren Abt 12 que vem com 2 cálices lindos.
Se trata de uma cerveja superior e glamourosa.
Líquido de cor marrom-escuro e creme bege super denso e duradouro.
Bem aromática lembrando frutas vermelhas, vinho do porto, cravo, e especiarias.
O sabor aveludado tem uma mistura perfeita... amadeirado, licoroso, torrado com notas de café, chocolate e nozes. Álcool se mostra presente mas sem agredir. Corpo médio/alto e ótimo conjunto.
Realmente é algo que está muito acima do normal e vale o preço.
Valeu a experiência...
Atualização: 27/02/14
Voltando aqui para aumentar as pontuações...
Pois dessa vez tive o prazer de degustar a original trazida diretamente da fonte... a garrafa limpa sem nenhuma escrita.
Sem sombra de dúvidas a melhor cerveja já provada... um verdadeiro néctar.