Pensa em uma cerveja "sem álcool" boa!
Difícil né?
Pois essa foi a única que bebi.
- APARÊNCIA: coloração marrom claro com tons rubi, límpida, creme bege de 1 dedo com boa densidade.
- AROMA: bastante lúpulo floral e herbal, frutas cítricas, erva cidreira e leve tostado.
- SABOR: acompanha o aroma, mas aparentemente dá pra perceber que falta alguma coisa, mas não dá pra saber que é o álcool. Amargor médio alto, doçura muito leve e acidez baixa.
- SENSAÇÃO NA BOCA: corpo muito leve, aguado, carbonatação média.
- CONJUNTO: quando se sabe que é uma cerveja sem álcool ela é ótima.
* Dei esta cerveja a um amigo que hoje é sommelier e na época sem que eu mostrasse o rótulo perguntei quanto ele achava que havia de álcool na cerveja, ele chutou 7,0%.
Breja sem álcool não me desce, não importa o quão fresca vc tente torna-la. Tem malte tem lupulo mas falta aquela pegada de cerveja, obviamente MUITO superior a qual quer outra cerveja do estilo que eu já tenha tomado. Vale pela experiência, mas na impossibilidade de beber álcool ainda prefiro suco. A nota não foi baixa pq mesmo não me agradando ela cumpre o papel ao qual se porós, então não posso dar nota baixa.
Quão interessante pode ser uma cerveja sem álcool? Até que ponto ela consegue esconder seus defeitos típicos? Esta Nanny State é um experimento da Brewdog para responder a essas questões - e, a meu ver, a resposta é bem satisfatória. Parece uma IPA americana, e de fato consegue preservar boa parte das boas características do estilo, oferecendo uma experiência mais interessante para o bebedor de artesanais do que qualquer outra sem álcool que eu já tenha provado. Vamos a ela: tem cor vermelha-amarronzada e creme de boa persistência. No aroma, a enorme vivacidade dos lúpulos norte-americanos (a receita apela para Centennial, Columbus, Cascade, Simcoe e Amarillo, este último em dry-hopping) consegue encobrir e mascarar os defeitos associados à fermentação interrompida das cervejas sem álcool. Ainda se sentem algum milho verde, cebola e fósforo ao fundo, mas em bem menor intensidade do que em outras. Predominam os perfumes de maracujá, geleia de manga, capim-cidreira e pimenta-do-reino, acompanhados de um leve tostadinho do malte. Na boca, ela não tem a doçura exagerada das cervejas sem álcool. Na verdade, ela peca pelo defeito oposto: praticamente não tem doçura nenhuma, apenas uma porrada de amargor inclemente, totalmente seco, desequilibrando a sensação do gole. Mas o ponto mais fraco, onde realmente não dá para esconder o fato de ser uma cerveja sem álcool, é a sensação na boca: o corpo muito leve, aguado, com textura mineral, deixa a cerveja meio "xoxa". De qualquer forma, é de longe a cerveja sem álcool mais interessante que eu já pude beber, e apenas por isso a Brewdog merece meus elogios por esta receita. É o tipo de cerveja que realmente dá vontade de pedir sem desgosto naqueles dias em que você não pode beber.