Coloração negra, marrom contra luz.
Média formação de espuma cor creme, volátil, de média/curta duração.
Aroma de chocolate, suave defumado e tostado.
Sabor defumado e tostado.
Textura aguada, com sensação de água com gás.
Notas defumadas surpreenderam.
Muito carbonatada.
A "Sociedade Central de Cervejas e Bebidas" é uma empresa portuguesa fundada em 1934 a partir da fusão de quatro antigas cervejarias: "Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália", "Companhia de Cervejas Estrela", "Companhia de Cervejas Coimbra" e "Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen". Um ano mais tarde a então praticamente centenária "Fábrica de Cervejas Trindade" também viria a integrar o grupo. O motivo da fusão foi unir forças para sustentar o mercado cervejeiro que desde 1929 vinha sofrendo sérios impactos devido a Crise nacional aliada à Grande Depressão.
Em 1940 Portugal realizou um grande evento intitulado "Exposição do Mundo Português" que visava celebrar datas como os 800 anos da Fundação do Estado Português (1140), os 300 anos da Restauração da Independência (1640) e - principalmente - o "Estado Novo" que na época ainda se consolidava. Visando essa grande exposição a "Sociedade Central de Cervejas e Bebidas" resolveu lançar uma nova linha de cervejas. Nascia assim a "Sagres".
Com o passar dos anos a linha "Sagres" se expandiu, compondo hoje uma série de rótulos. Desde 2008 as cervejas "Sagres" são as mais vendidas de Portugal, batendo a concorrente "Super Bock". Curiosamente foi neste mesmo ano que o grupo Heineken assumiu o controle de toda a empresa.
Produzida na fábrica localizada na cidade de Vialonga, a "Sagres Preta" foi um dos rótulos originalmente lançados durante a "Exposição do Mundo Português" em 1940. Sua receita é inspirada nas "Munich Dunkel" alemãs, mas é melhor esquecer a lei de pureza: entre os ingredientes constam cereais não maltados como milho e arroz.
Líquido castanho escuro, quase preto. Na taça exibe dois dedos de colarinho marrom claro de média retenção.
Aroma tostado, surpreendentemente defumado, lembrando até mesmo uma "Rauchbier". Toques de pão queimado e cinzas se fazem presentes engendrando um inesperado buquê pra lá de interessante!
Ao paladar mostra baixo corpo de elevada carbonatação. Forte sensação queimada enseja notas de milho assado mais proeminentes que a do próprio malte torrado. Final seco, consideravelmente amargo, mais pela torrefação do que pelo lúpulo. Reminiscências de pão torrado e defumado marcam o retrogosto. A 'drinkability' é mediana.
Cerveja bastante diferente de uma tradicional "Munich Dunkel" com nenhum traço de 'toffee' e caramelo, muito torrado e um inusitado defumado. Levando-se em conta o fato de ser um rótulo barato, feito com cereais não maltados, o resultado é positivo.
Sem dúvida nenhuma acompanha bem uma feijoadinha. Vale a prova!
Cerveja de aparência negra com alguns reflexos avermelhados, pouca formação de espuma e de pouca duração. O olfato remete a torrefação com notas carameladas ao fundo, porém o aroma não é tão marcante.
À boca, é amarga como o esperado, lembrando café sem nenhuma doçura. Pareceu-me extremamente leve e de boa drinkability.
Uma cerveja que vale à pena ser provada.
É marcante, ou melhor, "intensa" como a própria marca define. Tão marcante/intensa que lá pelo meio da garrafa torna-se desagradável. O sabor é café-torrado, seco, não adocicado. Como não tem o toque de caramelo usual de outras, fica forte demais. Recomendo para aqueles que gostam de provar um estilo com personalidade, é essa cerveja.