Autoria de Teo Musso. Open, que significa "aberta", pois ele disponibilizou a receita dessa cerveja, que em minha opinião é uma mescla de estilos, para qualquer um tentar reproduzir.
Logo ao abrir uma surpresa, um estouro e muita carbanatação. De um dourado bem intenso, brilhante e com matizes alaranjadas e amareladas além uma espuma branca consistente de excelente permanência. É lindíssima. O aroma apresentas notas cítrcas que lembram laranja, condimentadas, leve dulçor do malte (mel) e toques florais, muito agrádavel. Na boca ela tem corpo médio, bem carbanatada, muito macia e os sabores iniciais são adocicados, ao engolir, ao contrário do que esperava, não veio um amargor afiado, apenas alguns toques cítricos e um pouco do álcool. Esperava um pouco mais para 42 IBUs, isso deixou-a um pouco doce demais pois faltou balanço e compremeteu um pouco o paladar. A drinkability é média. Uma cerveja bem agrádavel de beber. Um desafio legal foi harmoniza-la, pois no site da cervejaria eles dizem que ela é perfeita para acompanhar pessoas, uma cerveja para o pub que não combina com nenhuma comida específica. Mas eu obtive sucesso com um Pargo no Sal Grosso e vinagrete de mostarda.
Coloração amarelada e creme branco de média formação e duração. Já no aroma é possível sentir o lúpulo cítrico em evidência que remete a maracujá. Na boca, além do lúpulo, aparecem pêssegos, damascos e frutas cristalizadas. A meu ver faltou um pouco de “pegada” à breja. Corpo suave e muito refrescante. O final é médio e levemente amargo, com discreto frutado ao fundo.
COR: dourada, média turbidez, presença de sedimentos.
ESPUMA: cor branca. Excelente formação. Micro bolhas compactas. Média sustentação. Sujeira no copo.
AROMA: lúpulo herbal, frutado (pera, nêspera, damasco, abacaxi, carambola), acidez, cítrico (limão siciliano, laranja), malte, caramelo, bala de leite, mel, fermento, especiarias (canela em pó, pimenta do reino), picante
PALADAR: doces em compota (abacaxi e pêssego), lúpulo herbal, cítrico (laranja e tangerina), médio amargor, picante, médio corpo, média-baixa licorosidade,média carbonatação. Fim longo, doce e frutado.
Formou uma excelente espuma alva, de aspecto rijo, cremoso e compacto, embora fofa, que demorou para assentar e quando o fez deixou a espessura de um dedo permanente, sujando as laterais da taça. Antes mesmo de aproximar o nariz seu perfume elegante já era altamente percebido. Lúpulo herbal, frutado intenso e fresco de peras, nêsperas, damascos, abacaxi, carambolas, leve acidez e citricidade de limão siciliano e laranja, medianas cargas maltadas de caramelo, bala de leite e mel, e com a assídua presença do fermento como em todas as outras Baladin que até agora tomei. Também tem um toquinho de especiarias, como canela em pó e pimenta do reino, trazendo um pouco de picância. O sabor também é muito frutado, lembrando doces de compota, como abacaxi e pêssego em caldas, aliado a dupla acidez/cítrica da laranja e tangerina, amargor mediano e leve picante, sensação brevemente licorosa, embora não traga calor ao corpo, de mediano corpo, carbonatação média. Fim longo e doce de frutas. Interessante frescor apresentado tanto no aroma quanto no sabor, digo que essa é, não sei se a melhor Baladin até porque não bebi todas, mas talvez a que melhor una toda a complexidade e variedade de elementos sentidos com a alta drinkability, mesmo com elevado teor alcoólico. As outras pendiam para um adocidado, não exagerado, mas meio incômodo, portanto até o momento é a melhor Baladin que bebi e uma cerveja marcante, entrando pra lista das prediletas. Para uma receita aberta, divulgada, talvez tenham revelado justamente a sua mina de ouro.
Na taça coloração dourada, clara com boa espuma de consistência agradável e persistente por toda a degustação. Aroma complexo, floral, herbáceo. Sabor com início adocicado com boa carga de lúpulo, com um pouco de lembrança de fermento, encorpada, sendo extremamente agradável.
A cria de Teo Musso é bem clara, se conseguir reproduzir, faça. A Baladin Open teve a sua receita divulgada para quem quisesse. Uma cerveja difícil de encaixar em algum estilo. Na verdade, boa parte dos rótulos da Baladin são meio camaleões, e não se assemelham muito com os exemplares clássicos do estilo.
Na taça, faz inveja as mais famosas Golden Strong Ales, com uma creme branco, bem fofinho, que se forma em abundância e permanece em cima do líquido por um bom tempo, deixando marcas nas paredes da taça a cada gole.
O aroma é confuso e me pareceu bem fenólico em primeiros momentos, lembrando cravo e pimenta. O dry-hopping na minha opinião acabou não sendo tão eficaz, perde e muito para o frescor das IPA americanas. Mas como não poderia deixar, há presença marcante de aromas de lúpulo, com cítricos de grapefruit, floral e uma pegada terrosa. Também fica clara a presença de leveduras belgas, que trazem uma porrada de notas frutadas de banana e abacaxi, que se combinam muito bem com a riqueza maltada de mel. Algum aroma acabou me incomodando bastante, lembrando vinho branco, provavelmente presença de acetaldeído.
Na boca une muito bem o cítrico/frutado com a doçura dos maltes. O mel vem mais evidente, e faz cama para o frutado de damascos, laranja e limão, que acabam trazendo uma acidez nítida. Ao longo do gole vai aparecendo um amargor poluído e rústico, lembrando mais os lúpulos ingleses do que os americanos, com aquela pegada herbácea/terrosa. Há ainda um toque apimentado que é ressaltado pela forte presença do álcool, mas nada que se torne agressivo. Pela potência de aromas, seu corpo é leve e se tivesse uma carbonatação mais alta, e menos doçura residual até me traria a sensação de estar bebendo uma Golden Strong Ale mais amarga, como a Duvel.
Pra falar a verdade, achei uma receita bem interessante. Só acho que nessa Baladin, assim como na maioria delas, tem uma pegada adocicada mais forte do que deveria. Mas talvez seja só questão de gosto mesmo.