Degustada em 11/2016
A tão esperada Rizoma II. Uma pena que tenha tido problemas de estabilidade o que levou muitas latas a literalmente explodir.
Vertida mostrou uma coloração tendente a um âmbar claro, bastante nebulosa e com um creme branco denso, de formação um pouco excessiva (carbonatação) mas boa persistência.
Aroma agradável mas sem ser muito intenso. Frutado na frente com notas cítricas, maracujá, manga e lichia. Em segundo plano o malte, discreto mas presente.
Na boca a base de malte é novamente discreta e abre para notas frutadas (maracujá e lichia) levemente adocicadas (fruta madura). Ao fundo alguma acidez cítrica de tangerina. O final é levemente seco com amargor bem moderado mas muito limpo. Eu particularmente sinto falta de maior punch resinoso mas essa é a proposta. O álcool está bem inserido mas esquenta um pouco. Aftertaste profundo e persistente com notas de frutas maduras. Corpo médio, carbonatação muito alta e excepcional drinkability. Está no mesmo nível da Rizoma I mas deu a impressão de não ter expressado todo potencial.
Não explodiu
Dessa vez com o lúpulo Vermont...
Aroma delicioso, cítrico, muito frutado e herbal. Muito carbonatada, frutada, resinoso, doce moderado e amargor forte.
Muito cheirosa, mas a carbonatação deixou o gosto dela meio estanho.
Prefiro a I, mas vamos ver se corrige essa carbonatação.
Mais um rótulo da Dogma - cervejaria "cigana" (por enquanto) de São Paulo.
RIZOMA II
*Produzida sob contrato na fábrica da cervejaria Dádiva em Várzea Paulista (SP).
Segunda versão da aclamada 'Double IPA' lançada no primeiro semestre - desta vez com a tão falada levedura "Conan" utilizada pelas queridinhas 'NE IPA's'.
As 'NE IPA's' (New England IPA ou Northeast IPA) representam uma espécie de sub estilo de 'American IPA' que vem chamando a atenção na atual cena artesanal cervejeira. Equilibradas, suculentas e de aspecto turvo, elas têm como principal referência o rótulo "Heady Topper" da cervejaria ameficana "The Alchemist".
Com exceção da nova levedura, a receita se mantém a mesma: lúpulos "Citra" e "Mosaic" utilizados apenas no final da fervura para proporcionar um amargor limpo de 80 IBU.
Quanto ao nome "Rizoma", este faz uma dupla referência. A primeira, de ordem botânica, diz respeito ao caule que forma o pé de lúpulo. Já a segunda faz alusão a um conceito da "esquizoanálise" elaborada pelos filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari.
Líquido turvo de coloração amarela escura, meio acobreada. No copo forma um dedo de colarinho bege claro de longa permanência.
Aroma tropical intenso, lembrando tangerina, 'grapefruit', manga, abacaxi e melão bem maduros. Simplesmente incrível!
Na boca, a sensação é de calda de frutas, com significativa doçura maltada a apoiar o perfil tropical dos lúpulos. Notas de abacaxi maduro, melão, pêssego e tangerina despontam no centro e prosseguem rumo ao final suculento de moderado amargor. Corpo médio, carbonatação suave e álcool bem inserido. Tente resistir ao impulso de emendar um gole no outro!
Rapaziada da Dogma mais uma vez doutrinando. Degustação obrigatória a quem deseja ficar por dentro do que está rolando de melhor na atual cena artesanal nacional cervejeira.