Certa vez vi um camelô de piratas dando entrevista, a Civil havia acabado de apreender toda a sua mercadoria numa blitz na 25 de Março. O repórter perguntou: "e agora, pretende fazer o quê ?"
A resposta foi mais ou menos assim: "vou ter que roubar porque não estão me deixando trabalhar e não consigo emprego, nem na obra porque tenho mais de 40 anos e dizem que eu não tenho mais força pra bater uma laje. Preciso comer e dar o de comer aos meus filhos, se não posso trabalhar o jeito vai ser roubar."
Pergunto, se a pirataria e o contrabando fossem extintos, milagrosamente esse cara conseguiria um emprego ? Será que a culpa pelo desemprego dele (e de tantos) é da pirataria e do contrabando ? Se as gravadoras não tivessem mais seus CDs clonados alguma contrataria esse coitado ? Será que ele vende CD pirata porque gosta ?
Muito pelo contrário, essa indústria paralela ainda proporciona renda aos excluídos, pequena mas melhor do que nada e assim deve ser vista com bons olhos, acontece que essa indústria não paga impostos pra encher o cu (ou as meias) dos nossos amigos de Brasília de dinheiro.
E se alguém disser que devo lembrar que o setor privado não merece pagar pelos erros do setor público, argumento que o setor privado é tão errado quanto o primeiro. Funcionários de baixo escalão cada vez mais mal remunerados e sobrecarregados pelo enxugamento do quadro, produtos que chegam ao mercado valendo horrores, quanto aos bancos nem é preciso falar nada: dinheiro, dinheiro, dinheiro... Foda-se o resto.
Enfim, vamos falar de cerveja que é mais divertido !