Renato, aqui no Rio eu só conheço um bar que vendia cerveja caseira e não sei se ele ainda vende.
Essa discussão é recorrente nas listas das Acervas e, meu ponto de vista é o seguinte: a lei não proibe a venda de cervejas caseiras, assim como não proíbe que eu venda cocada ou bolo de fubá informalmente. Ou seja, é informal e a parte "irregular" seria que eu não estou pagando o imposto sobre essa atividade.
Eu não venderia por, principalmente, dois motivos: mesmo se eu fosse mais experiente, não poderia ter um controle industrial sobre a qualidade do meu produto e pelo fato de minha produção ser pequena e, para compensar a mão de obra, teria que cobrar valores ridiculamente altos. Prefiro compartilhar gratuitamente com amigos e colegas, que é a melhor parte do processo. Além disso, minha atividade como cervejeiro é hobbie e, ao menos por enquanto, não miro em carreira profissional em cima disso.
O que vem sendo feito no Rio, no caso da Hopium e da Hi-5 por exemplo, são cervejeiros caseiros que estão indo produzir uma leva em uma cervejaria 'de fato' e vendendo, formalmente, os barris para bares. Tem aval da ANVISA, registro do MAPA, paga imposto, etc e tal. Vender cerveja caseira, em bar, pode sim dar uma zica (muito) maior do que eu vender 100 long-necks informalmente.
Não conheço os cervejeiros caseiros da região de Campinas, mas aqui no Rio os eventos da Acerva são os melhores lugares para experimentar as produções de homebrew. Hoje em dia temos feito, inclusive, um evento em praça pública onde levamos nossas levas (em barril, garrafa, pet, como puder) e qualquer pessoa é bem vinda, incluindo os interessados que não são associados ou nem mesmo cervejeiros caseiros.