Crítica à atual fase da Rev. Cervejeira no Brasil

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9 anos 1 mês atrás #63510 por André Rodrigues
Acho que talvez essa seja a parte mais importante do texto

Isso porque, atualmente parece que é mais importante lançar um novo rótulo a cada semana, do que manter a excelência na produção daqueles que já integram uma linha produtiva.


Acho que isso tem muito a ver com o perfil de consumo de cerveja artesanal brasileira.
Tenho a impressão que o nosso padrão de consumo é baseado na novidade. O Consumidor padrão prefere comprar uma cerveja nova, que nunca tomou em vez de criar um apego e fidelidade com um conjunto de determinadas marca.
Ou seja, de nada adianta investir em uma padronização de qualidade, já que uma grande parte dos consumidores vai tomar determinada cerveja uma unica vez, e se muito, vai toma-la em em um intervalo de tempo tão distante uma da outra, que nem vai sentir essas diferenças. É muito melhor investir em sempre ter uma NOVIDADE pro meu consumidor movido a novidade. Porque, se eu não tiver uma cerveja nova, esse mesmo consumidor vai procurar outra cervejaria atrás de novidade.

Porque o padrão é assim? Não sei, mas vários fatores, entre eles o preço, contribui.
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9 anos 1 mês atrás - 9 anos 1 mês atrás #63515 por Alexandre Almeida Marcussi
Acho que o autor do texto interpretou mal a mensagem do Garret Oliver e, por isso, sua crítica perdeu um pouco em solidez. O Garret Oliver referiu-se a um problema eminentemente técnico: o do padrão de qualidade e o da repetibilidade das receitas. Ele tem razão. O problema é sério e merece atenção mais detida das nossas cervejarias. Só que a crítica do autor do texto, ao meu ver, se esvazia ao confundir isso com o padrão de lançamentos e novidades. É completamente possível haver muitos novos lançamentos e ao mesmo tempo manter um padrão de qualidade constante nas cervejas de linha, então uma coisa não é contrária à outra.

Acho que o verdadeiro motivo de descontentamento do autor é o fato de que ele entende que muitos dos lançamentos novos agregam muito pouco, em termos qualitativos, ao cenário artesanal. Pode ser verdade, mas é um problema diferente do da repetibilidade. Um lançamento pode ser pouco expressivo, pouco marcante, mas ter padrão de qualidade impecável. Outro lançamento pode ser bombástico, super inovador e de excelência, e não conseguir manter o padrão nos próximos lotes. Em suma, acho que não podemos confundir uma coisa com a outra.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
Ultima edição: 9 anos 1 mês atrás por Alexandre Almeida Marcussi.
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Alexandre Almeida Marcussi escreveu: Acho que o autor do texto interpretou mal a mensagem do Garret Oliver e, por isso, sua crítica perdeu um pouco em solidez. O Garret Oliver referiu-se a um problema eminentemente técnico: o do padrão de qualidade e o da repetibilidade das receitas. Ele tem razão. O problema é sério e merece atenção mais detida das nossas cervejarias. Só que a crítica do autor do texto, ao meu ver, se esvazia ao confundir isso com o padrão de lançamentos e novidades. É completamente possível haver muitos novos lançamentos e ao mesmo tempo manter um padrão de qualidade constante nas cervejas de linha, então uma coisa não é contrária à outra.

Acho que o verdadeiro motivo de descontentamento do autor é o fato de que ele entende que muitos dos lançamentos novos agregam muito pouco, em termos qualitativos, ao cenário artesanal. Pode ser verdade, mas é um problema diferente do da repetibilidade. Um lançamento pode ser pouco expressivo, pouco marcante, mas ter padrão de qualidade impecável. Outro lançamento pode ser bombástico, super inovador e de excelência, e não conseguir manter o padrão nos próximos lotes. Em suma, acho que não podemos confundir uma coisa com a outra.


Marcussi, então, em seu entendimento, a atual fase da "Revolução Cervejeira artesanal no Brasil" seria ainda mais complicada do que a mencionada pelo autor, não? Afinal, no Brasil viveríamos ambos os problemas aos quais você se refere. É isso?
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9 anos 1 mês atrás #63517 por Claudinei  

Alexandre Almeida Marcussi escreveu: É completamente possível haver muitos novos lançamentos e ao mesmo tempo manter um padrão de qualidade constante nas cervejas de linha, então uma coisa não é contrária à outra.


Sim, Marcussi, é verdade, são questões distintas. Mas acho que o que pode estar ocorrendo é um problema de foco. Para fazer bem uma coisa, é necessário foco nela, ou seja, investimento em tempo, atenção, análise e $$$. Ou seja, há toda uma sinergia envolvida. Para fazer bem duas coisas, haverá necessariamente uma divisão de esforço e recursos e aí o foco pode ficar comprometido. Dessa forma, os microcervejeiros teriam optado em direcionar seu foco a lançamentos exóticos e chamativos em detrimento da melhora/garantia do padrão de qualidade (e continuidade desta) nas cervejas de linha. Acho que essa deve ter sido a sugestão do autor do texto.

De minha parte, também gosto de lançamentos e criatividade mas não sou tão afoito quanto muitos outros beergeeks. Penso que cerveja boa deve ser revisitada, e não me disponho a pagar qualquer preço por um determinado lançamento, por mais bombástico que este seja. Por este e outros motivos, sempre tem Eisenbahn na minha geladeira... ;)
 
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9 anos 1 mês atrás #63518 por Pedro Fraga
Uma coisa que eu não aguento mais: witbiers e sessions IPAS.

Por favor, parem.
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