Brahma cria nova lata que se transforma em copo

Até que é uma tentativa interessante de inovar. Melhor do que não fazer nada.

Quanto ao conteúdo, para aquilo que uma cerveja de massa se propõe, ela tem sua qualidade. Afinal de contas ela não é projetada para exalar milhares de aromas e ter um paladar complexo ou sofisticado. Ela é feita para ser tomada estupidamente gelada, para ser tomada em grande quantidade e para refrescar. Para a grande maioria das pessoas (e podemos concordar com isso ou não), isso é ter qualidade, pois isso dá prazer a elas. Para os objetivos do fabricante, a cerveja ser dessa maneira é qualidade. Para nós, não. Somos, via de regra, um público um pouco mais exigente e que está habituado a tomar outros tipos de cerveja, com outros propósitos. O que não podemos é negar que essa é uma questão muito mais de gostos pessoais do que de demérito da bebida.

Não recrimino a Brahma por ser da forma que é. O que seria bom é se paralelamente a empresa se preocupasse não somente com embalagens, mas também em criar novos rótulos, talvez de estilos diferentes ou com um caráter mais especial. Tentar inovar ainda mais, agora com o líquido mesmo.

Só leio posições maduras por aqui.

E ainda tem gente que vai lá no Blog e chama os foristas daqui de "beer-chatos"...

Cervochato é quem não tem bala mental pra argumentar. Pronto, falei.

Normalmente estas ações de marketing funcionam muito bem. Estive em Bruxelas duas semanas atrás e fiquei impressionado com a quantidade de Kwak servidas nos bares e cafés da cidade. A Kwak é uma ótima cerveja, mas como ela na Bélgica existem várias, mas certamente a Kwak vende muito pois tem um apelo que é copo e todos, só de bater o olho sabem qual cerveja estão sendo servidas.

Sou sempre otimista a estas ações de marketing. Inovações são sempre bem vindas...

Concordo que as pretensões da ABInbev e outras seja exatamente esta: de atingir o maior público possível, com preços baixos, e caraterísticas que eprmitam o consumo em grande quantidade. Mas ai a meu ver mora um perigo: o consumo excessivo de álcool. Estas cervejarias incentivam o consumo irresponsável, ligando os produtos a curtição, praia, sol, balada e afins, e só colocam o "beba com moderação" porque é obrigatório, mas é exatamente o contrário que eles querem. Não vejo qualidade nenhuma nisso, pelo contrário.
Uma coisa que acho engraçada é que quando algu´me fala em tomar vinho nunca quer um Chapinha. Ora, esses vinhos baratos são feitos à décadas, não tem características marcantes mas tem uma qualidade de produção que os permitem estar a tanto tempo no mercado. Não vejo, entretanto, ninguém consumindo eles quando quer um vinho sem pretensões, sem complexidade. Vão direto para os nacionais de melhor fama, como Almadén, Salton etc..., ou para argentinos e chilenos, que custam mais caro. Acho que com cerveja deveria ser assim. Tenho certeza que aqueles vinhos brancos em caixa argentinos (nunca tomei, nem pretendo tomar) tem suas qualidades, mas não o consigo inserir em uma bebida "de qualidade". Há uma diferença imporante aí.

Concordo com o confrade Luiz Felipe, bem que as macro poderiam investir em novos estilos, ou importar mais!!

Não se preocupem tanto assim com as pirotecnias marqueteiras da Ambev e suas concorrentes. A Brahma (cerveja) não vai mudar, e não acho que o deveria, pois é uma Standard American Lager, de características praticamente "neutras" e feita para agradar o maior público possível (por agradar, leia-se, não gerar rejeição). A cerveja tem lá sua qualidade, sim, mas dentro de sua proposta. Nos Estados Unidos não é diferente com a Bud. O grande público não presta muita atenção na cerveja em si, e sim na marca, na propaganda criativa, no Zeca Pagodinho que "manja" do assunto, na temperatura estupidamente gelada, no churrasco, no happy hour e no bate-papo com amigos. É pra isso que "serve" as SAL. Pra quem procura algo mais em uma cerveja, tá aí um universo enorme, basta ter curiosidade, se informar e experimentar...