Troca-se cerveja estragada ?

Todos sabemos que a data de validade simplesmente não é garantia de uma cerveja íntegra, se mal estocada, exposta ao sol, que congelou e descongelou, etc pode (ou vai) apresentar problema. Isso também acontece com o vinho, porém é praxe dos restaurantes, lojas e supermercados fazerem a troca da garrafa caso seja constatado algum problema com a bebida.

Eu mesmo já pedi a troca (de vinho) duas vezes, uma em restaurante e outra em supermercado, e fizeram sem questionar.

E no caso da cerveja ? Claro que não me refiro aqui à troca de uma BCB (que "estrago" é original de fábrica. Hehehe...), mas imaginem, paga-se R$ 40,00 numa La Trappe e ao abrir, aquele vinagre. Joga-se fora ? Perde-se o dinheiro ? Ou bebe assim mesmo ?

Nunca ouvi alguém dizer que pediu troca por abrir uma garrafa e encontrar uma cerveja "esquisita".

Guima, ta aí uma coisa que eu duvido que aconteça em restaurantes não especializados.

Eu fiquei pensando nisso depois daquele lote da Bamberg do encontro, o Mauricio pediu para recolher e já era..., imagina se você esta em um barzinho ou uma churrascaria que se mete a vender cervejas "diferentes" sem manjar muito e acontece o mesmo.

Arrisco a dizer que é certeza absoluta que o gerente será chamado no qual vai lhe explicar que aquela cerveja que você pediu no qual ele cobra uns R$10 na long neck é artezanal, de alto nivel, que a cerveja esta dentro do prazo de validade e que aquele sabor é caracteristico d rotulo que voce pediu.

Esse é meu ponto de vista.

Eis o problema, a falta do costume, da cultura, tanto do consumidor quanto das revendas.

Muitos restaurantes com boa carta de vinhos tem sommelier, wine bares idem, até alguns supermercados (caso do Pão de Açúcar) contratam alguém com conhecimento aceitável para atender na parte de vinhos. Mas é difícil achar lugares com esse atendimento especializado quando o papo é cerveja (salvo bares muito voltados à ela), dessa forma fica difícil discutir.

Os vinhos de guarda podem formar borra mas existe um limite aceitável, se remete à vinagre está comprometido, aquele contaminado é facilmente percebido por quem manja o mínimo, etc, e qualquer sommelier sabe dessas coisas não tendo como contra argumentar.

Inclusive, aquele "ritual" de servir uma pequena dose em uma única taça antes de servir as demais é justamente pra isso, ou seja, verificar se o vinho está íntegro.

Mas será que as casas especializadas em cervejas se preocupam com o preparo de seus funcionários para encarar situações assim ?

Fábio (Guima) escreveu:

Mas será que as casas especializadas em cervejas se preocupam com o preparo de seus funcionários para encarar situações assim ?

 
Algumas poucas especializadas, como por exemplo o Melograno, eu acredito que sim. A maioria, com certeza não. Esse problema tende a diminuir com a crescente difusão da cultura cervejeira no país.

Pois é, Claudinei, mas até o problema diminuir estaremos sujeitos a pagar de chatos e passar raiva se, num bar ou restaurante, nos servirem alguma cerveja ruim e pedirmos a troca.

Guima,
 
Além desse problema, existe outro que eu acredito ser bem mais comum e importante: a temperatura de serviço inadequada. Sabemos que cervejas com alta complexidade devem ser servidas em temperaturas mais elevadas, para melhor percepção e apreciação do que a cerveja tem a oferecer. Imagine então você pedir uma preciosidade como uma Rochefort 10, por exemplo, e servirem ela a 2 graus, na mesma média das lagers. PÔ, aí é de lascar... Sei que no Melograno esse crime não deve ocorrer, pois seu proprietário é um grande conhecedor do assunto, e não um "Zé Ruela" que oferta cervejas importadas e caras só porque estão "na moda".