Odimi Toge escreveu: Então, independente de ser uma lambic, uma hop lambic ou gose feita ao modo antigo - parece fazer sentido manter cervejas sem inoculação deliberada de microorganismos numa família de "fermentação espontânea". Para fins taxonômicos me parece útil.
Ou não?
Pelo que tenho vislumbrado desde que abri o tópico a questão é realmente discutível e sem consenso.
Toda toxonomia é discutível. Como eu disse, minha escolha pessoal seria agrupar todas as sours (lambics, Flanders red e brown ales, Gose, Berliner Weisse, American sour ales etc.) na categoria de "cervejas de fermentação mista", já que todas empregam pelo menos dois tipos de microorganismos em sua fermentação. Assim teríamos uma classificação que toma como critério os microorganismos usados na fermentação:
Ale: fermentadas com Saccharomyces cerevisiae
Lager: fermentadas com Saccharomyces pastorianus
Fermentação mista: fermentadas com uma variedade de microorganismos.
Alternativamente, também poderiam ser chamadas de "mistas" as que misturassem características de fermentação ale e lager (o que o BA chama de fermentação "híbrida"). Lembrando que isso não é uma classificação oficial e não é usada pelos guias de estilos dos campeonatos (BA e BJCP). Tenho alguma reserva com o termo "fermentação espontânea" porque ele descreve apenas o processo de produção, e não o perfil sensorial. Há ótimas pseudo-lambics, que têm perfil sensorial muito próximo do estilo original, mas que são feitas com fermentação induzida (inoculação de Saccharomyces, Pediococcus e Brettanomyces). Sem contar que todas as demais sour ales têm fermentação induzida.